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Não fui (nem irei) fazer uma análise detalhada da história do futebol nacional e não sei de cabeça todos os pormenores das várias edições do Campeonato Nacional. Mas, ainda assim, digo, sem medo d..." /> — ler mais..

Não fui (nem irei) fazer uma análise detalhada da história do futebol nacional e não sei de cabeça todos os pormenores das várias edições do Campeonato Nacional. Mas, ainda assim, digo, sem medo d..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

O melhor campeonato de sempre

26 Março, 2012 0

Não fui (nem irei) fazer uma análise detalhada da história do futebol nacional e não sei de cabeça todos os pormenores das várias edições do Campeonato Nacional. Mas, ainda assim, digo, sem medo das palavras, que a temporada 2011/12 irá ser recordada – senão por todos, pela maioria – como o melhor campeonato futebolístico cá da terra.

Quando faltam realizar seis rondas, não só o Sp. Braga é um surpreendente líder, como FC Porto e Benfica estão ainda na corrida, sendo que as águias são os únicos que não dependem apenas de si para chegar ao título. Se isto não fosse suficiente para tornar a coisa muito interessante, convém acrescentar que na próxima jornada teremos um Benfica-Sp. Braga e na seguinte um Sp. Braga-FC Porto. E até ao cair do pano ainda haverá Sporting-Benfica (também na 26.ª ronda), FC Porto-Sporting (29.ª) e Sporting-Sp. Braga (30.ª)!

Nem sempre estou de acordo com Jorge Jesus, mas o técnico benfiquista está coberto de razão quando diz, há muito tempo, que a nossa liga é muito competitiva. Aliás, recentemente, também Vítor Pereira (com quem concordo ainda menos…) perfilou a ideia. É verdade que não temos emblemas tão carismáticos como os italianos, não existe o potencial financeiro de Espanha, as assistências da Alemanha ou a emoção dos duelos ingleses. Mas, mesmo assim, independentemente de saber que se apanham por aí jogos que não interessam a ninguém, a prova é bastante disputada. É por isso que o Sp. Braga continua a ter cada vez maior legitimidade em sonhar com a possibilidade de ser campeão; que o Marítimo está à frente do Sporting; que o Gil Vicente não perdeu em casa frente aos três grandes (e está na final da Taça da Liga), que a Académica não vence há 13 partidas mas roubou pontos a FC Porto, Benfica e Sporting (e está na final da Taça de Portugal) ou que os outrora grandes passam a vida a apanhar dissabores.

Não é por acaso que Portugal está tão bem cotado no “ranking” da UEFA. Nem é por mera sorte que, nos últimos anos, FC Porto, Benfica, Sporting e Sp. Braga têm registado desempenhos de enorme qualidade por essa Europa fora, passando a perna a clubes mais ricos, com peças individuais consideravelmente mais fortes. Isso só sucede, pelo menos de forma continuada, porque as principais equipas nacionais possuem qualidade e porque, cada vez mais, têm de lutar imenso internamente para levar de vencida aqueles que durante décadas e décadas eram pequenos, mas agora são, no mínimo, conjuntos medianos, nada inferiores a emblemas que costumamos ver na tv a apanhar doses valentes dos colossos Real Madrid, Barcelona, Manchester United, City, Bayern Munique ou outros.

É uma pena continuarmos a considerar que só lá fora é que se joga bom futebol, tal como é triste pensar que só os futebolistas estrangeiros é que nos ajudam a elevar a fasquia da qualidade. Isso é mentira! Tal como é destituído de sentido atirar sempre para cima dos árbitros a responsabilidade dos maus resultados. Só eu é que vejo arbitragens péssimas nos embates internacionais? Só eu é que considero que FC Porto e Benfica, por exemplo, devem queixar-se primeiro dos seus erros, da sua incompetência a várias níveis, antes de tentarem justificar empates e derrotas com erros alheios? Não estou com isto a dizer que não possam ter razões de queixa aqui e ali. Têm mesmo! Contudo, é preciso perceber que um eventual penálti é só um lance em 90 minutos. Que raio acontece no resto do jogo?

O futebol português precisa de gente clarividente. De dirigentes novos, mais lúcidos, que quebrem essa barreira bacoca de passarem a vida a chorar quando as coisas não correm bem. Alguém com dois dedos de testa aceita, por exemplo, que Godinho Lopes, considere que o Sporting só não está ainda na discussão do título por causa das arbitragens? Ele sabe, entre outras coisas, quais foram os resultados do seu clube nas últimas sete deslocações na Liga?

Os dirigentes nacionais, com alguns técnicos à mistura, só se lembram dos árbitros para sacudir a água do capote. Dá um jeito tremendo, mas cada vez enganam menos gente…

Clássico importante… sem o parecer

20 Março, 2012 0

Estou de acordo com as várias opiniões de responsáveis benfiquistas e portistas que li nos últimos dias. A propósito do duelo de logo referente às meias-finais da Taça da Liga, todos consideram que se trata de um embate sem o mesmo peso do que se realizou recentemente, também na Luz, mas então a contar para o Campeonato. Têm razão, o Nacional é incomparavelmente mais apelativo que uma prova criada em cima do joelho e que, desde a primeira hora, foi recebida com desconfiança pelos clubes de maior nomeada.

No entanto, se faz sentido relativizar a importância da competição, convém dizer que, ao contrário do que os tais responsáveis deixaram transparecer, não é assim tão indiferente ganhar este jogo. Uma vitória esta noite pode funcionar como importante incentivo para o que resta disputar da época.

Águias e dragões fazem bem em estar concentrados na Liga, mas sabem, naturalmente, que só um emblema pode ser campeão. Mais: sabem que, desta vez, até ambos podem ficar sem o título, devido à prestação tão surpreendente quanto notável do Sp. Braga. Ora, perante tal cenário, é capaz de ser importante garantir, pelo menos, a presença na final de uma prova. É a mesma coisa? Não! Mas é alguma coisa.

De resto, não é preciso ser adivinho para perceber o bem que fará ao ego de jogadores e adeptos uma vitória neste clássico. Quem deixar a Luz com um triunfo, sairá reforçado psicologicamente. Derrotar um rival histórico é sempre positivo, mas fazê-lo quando decorre o “sprint” final pelo título pode ser a chave de mais sucessos.

O FC Porto, que em escassos dias deixou de ter um atraso de 5 pontos em relação aos encarnados para passar a liderar a Liga, não deixará de comemorar com pompa e circunstância mais um êxito no ninho das águias. No entanto, um desaire… poderá significar uma época com apenas a vitória na Supertaça.

O Benfica, por seu lado, precisa de bater os azuis e brancos para travar a recente sequência de derrotas caseiras nos confrontos directos. Aliás, depois do choque que constituíram os desaires com V. Guimarãse e FC Porto, com o empate em Coimbra pelo meio, as águias não podem voltar a facilitar, já que tal poderá ditar uma temporada de seca, pois não é expectável conquistar a Liga dos Campeões.

Depois, ainda há a contabilidade histórica dos troféus arrebatados pelos dois clubes. Face à proximidade dos emblemas… tudo conta. Até esta estranha Taça da Liga que, pelo menos nestes moldes, não deverá disputar-se muitos mais anos.

PS – Depois da qualificação em Manchester para os quartos-de-final da Liga Europa, muitos simpatizantes sportinguistas voltaram a acreditar que a sua equipa era fortíssima. Não o deviam ter feito, basicamente porque não é verdade. O Sporting possui um naipe interessante de atletas, pode (com a atitude correcta e com alguma sorte) surpreender equipas mais fortes (como sucedeu com o City), mas não é o conjunto mais poderoso do Velho Continente. Aliás, nem sequer é a melhor equipa portuguesa (está fora do “top 3”). A derrota em Barcelos, independentemente de alguns erros por parte do árbitro, começou na má prestação da formação orientada por Sá Pinto. Aliás, ainda antes de Bruno Paixão “patinar” já Rodrigo Galo havia marcado o 1-0…  De resto, não deve ser só por culpa dos árbitros que os leões perderam os três últimos jogos fora na Liga (Gil Vicente, V. Setúbal e Marítimo) e sem marcar um único golo. Mais: nas derradeiras sete deslocações (às três referidas acrescentem-se Olhanense, Sp. Braga, Académica e Benfica), o Sporting não conquistou uma só vitória e apontou somente dois golos!

Alargamento cozinhado à maneira

13 Março, 2012 0

Vai por aí um grande barulho em relação ao número de participantes nas duas principais ligas de futebol a partir da próxima época. E a coisa, para além de bastante discutível, parece não ter fácil solução. Basicamente porque, como é tradição neste país, poucos estão verdadeiramente empenhados em discutir a questão ou, dito de outra forma, apenas sentem necessidade de levantar a voz para defender aquilo que, de momento, serve os interesses da sua cor. A coerência, a justiça das medidas ou a desejada adequação dos quadros competitivos não passam de meros pormenores que são ajustados como dá jeito.

Ponto prévio: sou a favor do alargamento do escalão principal. E sou porque não vejo que a qualidade do futebol praticado seja melhor com 16 emblemas em vez de 18. O que sei, comprovado pelos números, é que o Campeonato Nacional é cada vez mais equilibrado, ao ponto de, todas as épocas, os chamados grandes perderem cada vez mais pontos com os restantes participantes, inclusive com aqueles que, feitas as contas, acabam relegados (ou, melhor dizendo, em postos de despromoção). E não me falem na sobrecarga de jogos. Em Inglaterra e Espanha, por exemplo, as ligas são bem maiores, existem mais emblemas nas competições europeias e até às restantes provas caseiras exigem maior número de jogos. Qual é o problema? Nenhum! Se calhar convém é não ter férias na altura do Natal, período em que até é mais fácil as pessoas se deslocarem aos estádios…

Sou a favor do alargamento também porque considero positivo, ainda por cima em tempos de crise, que mais clubes possam defrontar Benfica, FC Porto e Sporting; que mais emblemas recebam uma verba aceitável dos direitos televisivos, em contraste com a miséria que auferem na Liga Orangina. Se para muitos, maior número de jogos significa somente despesa mais avultada, eu vejo de outra forma: mais oportunidades para facturar na bilheteira, para angariar publicidade, para vender a marca, para fidelizar sócios e adeptos.

Dito isto, não me causa qualquer dor de cabeça saber que a edição 2012/13 das duas Ligas possa ter mais clubes. O que me aflige seriamente é saber que, para alguns espertos, a melhor maneira de realizar um alargamento é não ter descidas esta época. Não concordo e, pior, considero um convite à ilegalidade, às jogadas de bastidores. Quando se pretende moralizar o futebol, medidas destas surgem em sentido contrário.

Quem fica em lugares de descida… deve descer. Da mesma maneira, também não sustento a ideia de que devem ser despromovidos os dois últimos da liga principal para subirem quatro emblemas da Orangina – o que até poderia ser simpático para o meu Atlético. Se quando a época se iniciou só estavam previstos ascender dois clubes, parece ilógico que subam mais.

Penso que a melhor solução, por ser mais racional, ponderada e a única que, decididamente, não colocará em causa a verdade desportiva, é acertar agora o alargamento mas, só na temporada 2013/14 efectivá-lo. Para entrar em vigor já na próxima época, como defendia o novo presidente da Liga, só mesmo com a realização de uma liguilha (entre os dois últimos da Liga e os terceiro e quarto colocados da Orangina), solução entretanto rejeitada.

PS – Aqueles que consideram que, a meia dúzia de jogos do final da época, não há qualquer problema em anunciar que não teremos descidas estão, ainda que indirectamente, a dizer a vários emblemas para antecipar o fim de alguns contratos; para se “esquecerem” de cumprir os vínculos com os seus profissionais; para equacionar faltas de comparência quando uma deslocação for consideravelmente mais dispendiosa que uma multa e até a encorajar a “negociação” de resultados nos embates com os poucos clubes que ainda ficam a lutar por alguma coisa (título e acesso à Europa, na Liga; promoção, na Orangina), etc, etc. Não perceber isto é grave. Não admitir que tal seja possível… é pior.

Messi melhor que Maradona

8 Março, 2012 0

Tive o prazer de ver jogar ao vivo Maradona mais que uma vez. E durante muitos anos estive fortemente convicto de que seria impossível deparar com um futebolista tão excepcional, capaz de deliciar os adeptos com o seu talento, sem esquecer o essencial num jogo de futebol: ajudar a sua equipa a ganhar. Pois bem, chegou o dia em que tenho de dizer, sem rodeios, que já vi alguém melhor que o antigo camisola 10 argentino. Trata-se de um outro astro do país das pampas e que alinha com o mesmo número.

Lionel Messi é simplesmente fabuloso. Podia, naturalmente, estar aqui a descrever a sua imensa capacidade técnica, a facilidade na concretização, o entendimento que parece ter com todos os companheiros, o jeito peculiar para resolver lances aparentemente perdidos ou a forma sublime como consegue rematar em espaços apertados. Só que não me apetece estar com essa conversa. Isso, todos os que se interesam por futebol, sabem há muito. Desta vez, quero apenas realçar que ele é simplesmente fabuloso.

Por ser português, há quem me critique por defender que Messi está uns furos acima de Cristiano Ronaldo. Não consigo entender a observação. Sou português, é verdade, tenho muito orgulho em sê-lo (embora me irritem muitas coisas que por aí se vão passando), mas tenho olhos na cara. O madeirense do Real Madrid é uma autêntica máquina de jogar futebol, um goleador imparável, um dos maiores executantes de todos os tempos, mas teve o azar de ter apanhado na mesma geração com um Messi que, em traços gerais, consegue entusiasmar até quem não gosta do futebol, quem considera que isto de ter jeito para dar uns pontapés na bola é coisa sem qualquer utilidade. O maior elogio que posso fazer ao nosso Ronaldo, a escassos meses de Portugal ir atacar o Europeu da Polónia e Ucrânia, é que ele é, sem discussão, o melhor futebolista da actualidade no Velho Continente. E que à sua frente em todo o planeta… só há o tal argentino!

Messi, pelo que fez (e ajudou a conquistar) em escassos anos de carreira ao serviço da principal equipa do Barcelona – na selecção, é justo dizer, as coisas raramente têm saído bem – já não precisava de protagonizar mais nada de relevante para ficar eternizado na nossa memória. Contudo, o rapaz parece ter o condão especial de conseguir, sempre e sempre, elevar um pouco mais a fasquia. O que se viu na quarta-feira, no “show” particular contra os alemães do Bayer Leverkusen, foi inacreditável. E se os cinco golos obtidos seriam suficientes para lhe dedicar umas linhas – afinal, nunca ninguém tinha cometido tal proeza em duelos da Liga dos Campeões -, faço questão de destacar a forma como rubricou dois dos remates certeiros. Aquilo não é de futebolista, mas sim de artista, provavelmente de escultor.

Recordo-me bem, e com saudade, dos verdadeiros malabarismos de Maradona com uma bola nos pés (inclusive as de ténis!). Fui e serei sempre um admirador confesso de um jogador sensacional, de uma personalidade controversa mas frontal. Ainda assim, nesta altura, tenho de dizer que, aos meus olhos, Messi já é o melhor de sempre. Desculpa Diego: nunca pensei dizer isto!

PS – Por causa de Messi, não dedicarei muitas linhas ao apuramento do Benfica para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Mas, naturalmente, é de elementar justiça destacar o feito encarnado. No meio de uma inesperada crise de resultados internos, sem Aimar e Garay (e com Emerson e Jardel), as águias revelaram coração e confirmaram que o Zenit, sendo uma equipa com elementos de qualidade e matreira, não tem andamento para o Benfica. Estranho foi terem para o FC Porto e a presença de Danny não explica tudo.

PS1 – Nelson Oliveira tem todas as condições para ser não só um avançado de nível internacional, como para dar a Portugal um tipo de dianteiro que não é comum por estas paragens. É preciso é não tentar “espremer” demasiado cedo um talento gigantesco.

Jesus ?morre? com Emerson

3 Março, 2012 0

O técnico do Benfica é uma das figuras mais interessantes da história recente do futebol nacional. Tem uma enorme experiência acumulada, prometeu (e cumpriu) voltar a entusiasmar as bancadas da Luz e levou as águias ao título e à recuperação da imagem nas competições internacionais. Mais: costuma preparar bem os jogos e sabe mentalizar de forma adequada os futebolistas quando a onda é positiva. No entanto, como sucede com todos nós, não é perfeito. E não, não estou a pensar nas suas dificuldades ao nível do português. O  maior problema do treinador encarnado é a teimosia.

Jesus andou mais de uma época para perceber que sem Aimar a sua equipa chegava a roçar a mediocridade, que sem a magia do argentino a criar desequilíbrios tudo o resto funcionava de forma sofrível se é que funcionava. Esta temporada, é justo dizê-lo, teve de admitir esse evidência e, naturalmente, conceder a titularidade quase sempre ao sul-americano. Todavia, a visão do passado atormentou-o em Coimbra, por exemplo. E só ele não disse, no final do nulo com os estudantes, que o Benfica – que tinha melhorado imenso com a entrada de Nelson Oliveira – acabara quando resolveu retirar o criativo.

A época passada, claro, também viu sempre naquele rapaz alto que actuava como guarda-redes algo que ninguém entende. Foi por aí que as águias começaram a perder o campeonato nas primeiras jornadas, foi também por aí que viram o FC Porto festejar o título na Luz.

Esta temporada, Jesus encontrou outro fetiche. Chama-se Emerson, um lateral esquerdo de recursos limitados, um suplente aceitável (posição para a qual bastava Luís Martins, por exemplo), mas um futebolista sem nível para ser indiscutível numa equipa de topo. E o mais estranho é que o brasileiro parece ser o melhor futebolista do planeta se tivermos em conta que um campeão do Mundo e da Europa (Capdevilla) não tem a mínima hipótese de jogar nos embates “a sério”. Estará o espanhol assim tão mal nos treinos? Será Jesus capaz de ver em Emerson algo que mais ninguém observa? Seja como for penso que, na próxima época, o brasileiro não estará na Luz…

Na terceira derrota consecutiva em casa com o FC Porto – um registo histórico que bem gostaria de não ostentar -, Jesus viu a sua equipa começar mal, lograr dar a volta e acabar por morrer quando Emerson foi expulso. O técnico afirmou aos jornalistas que, ao intervalo, tinha falado com o atleta por causa do cartão amarelo. Mais: disse saber que o FC Porto iria pressionar por aí. Faria melhor se não tivesse dito nada. É que admitir saber o que aconteceria e deixar isso ir adiante não é particularmente inteligente…  De resto, também devia ter tentado que os seus homens fizessem a mesma coisa ao deslocado Djalma, improvisado lateral direito após a saída de Rolando e passagem de Maicon para o centro da defesa portista.

Com mais este tropeção, o Benfica ficou a 3 pontos do FC Porto (que poderão ser 4 em caso de igualdade), à mercê do Sp. Braga e num autêntico buraco a escassos dias de receber o Zenit. Seguir para os quartos-de-final da “Champions” só será possível com um triunfo. Mas, sem o suspenso Aimar (e vamos ver Garay), com a equipa psicologicamente de rastos e com os adeptos a verem repetir-se o filme da época passada (sequência de vitórias interrompida na altura proibida)… o cenário é, no mínimo, cinzento. Para o clube e, já agora, para Jesus que, penso eu, não se pode dar ao luxo de ter mais uma época de quase, quase.

Falta acrescentar que o clássico da Luz pode empurrar Vítor Pereira para a conquista do título nacional. Já estou preparado para assumir o meu erro de análise no arranque da temporada. Estava completamente convicto que sob a alçada de um técnico sem experiência, nem qualidade, os dragões iam passar uma temporada “de seca”. É provável que me engane, mas só apenas quanto ao desfecho da Liga. É que na Luz ficou provado que só Vítor Pereira consegue, em condições normais, deixar James no banco. Se sem dormir o colombiano joga assim, imaginem em condições normais? Quem não vê isto, mesmo quando vence, não revela perceber muito do assunto.

PS – Triste a forma como Jesus e Vieira se atiraram ao(s) árbitro(s) no final do encontro. Maicon estava mesmo fora de jogo no lance do 3-2 e, em Coimbra, também é verdade, as águias tiveram razões de queixa. Contudo, quando se é competente é muito mais fácil ultrapassar os erros alheios. O técnico encarnado, pelos vistos, nunca tem culpa de um resultado negativo da sua equipa, nem se engana. Se calhar foi algum juiz que lhe falou em Emerson, em Roberto ou sugeriu limitar os minutos de Aimar…

Nota: só alertado por um leitor do blog percebi mais uma “adivinhação” de Jesus. Ao intervalo ela já sabia que o FC Porto ia forçar a expulsão de Emerson, mesmo antes de este ter recebido o primeiro amarelo. Enfim…