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E finalmente chegou a hora da NBA regressar. Confesso que já não tinha muita esperança que tal viesse a acontecer esta temporada, pois todos os agentes envolvidos – todos, sem excepção – acharam p..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Bola ao ar

25 Dezembro, 2011 0

E finalmente chegou a hora da NBA regressar. Confesso que já não tinha muita esperança que tal viesse a acontecer esta temporada, pois todos os agentes envolvidos – todos, sem excepção – acharam por bem perder tempo precioso para, no final, chegar a um entendimento que, pelo menos à distância, parecia relativamente fácil de atingir. Adiante. Isso, agora, já não interessa e a boa notícia é que, durante uma década, o fantasma do “lockout” não nos irá incomodar.

Desportivamente, esta época tem tudo para ser uma das melhores dos últimos anos. O escasso período de preparação (ninguém, em condições normais, deseja uma pré-temporada com tão poucos treinos e duelos particulares), aliado ao calendário sobrecarregado e com “apenas” 66 embates por formação, favorece o aparecimento de algumas surpresas, bem como a derrapagem de alguns dos conjuntos com aspirações a, pelo menos, atingir a segunda fase. No entanto, dificilmente os mais fortes, aquando da altura do “playoff”, deixarão de vincar o seu poderio e de, entre eles, decidir quem irá conquistar os anéis.

Apesar de reconhecer que a saída de Tyson Chandler para Nova Iorque é uma baixa tremenda ao nível do jogo interior (mais nos aspectos defensivos que ofensivos), penso que Dallas parte com ligeiro favoritismo. Ostenta o título, já aprendeu a vencer, mantém nas suas fileiras o núcleo principal (Nowitzki, Kidd e Terry), continua com um “staff” forte e tendo visto sair algumas segundas unidades com importância (Barea foi muitas vezes importante na caminhada triunfal da época passada) contratou de forma notável (Odom, Cárter e West). Porém, sublinho, só atribuo ligeiro favoritismo aos Mavericks. A concorrência será feroz…

A Oeste, tal como no passado recente, Lakers e San Antonio voltam a estar na linha da frente mas, desta vez, não aparentam ter a mesma força. Os californianos, aliás, correm sérios riscos de ser uma das desilusões da temporada. A saída de Odom foi um erro gigantesco, a que se juntam mais alguns abandonos entre as segundas linhas e um naipe de contratações, no mínimo, questionável. De resto, é preciso saber como Kobe reagirá aos problemas físicos e ao divórcio que lhe irá custar uma pechincha em torno de 70 milhões de dólares, se o espanhol Pau Gasol não ficará psicologicamente abatido por ter sido declarado negociável quando a equipa tentou “pescar” Chris Paul ou se Bynum irá evitar mais lesões nos joelhos. Por fim, convém recordar que Phil Jackson já não estará no banco. No seu lugar surgirá um Mike Brown trabalhador e conhecedor, é certo, mas sem pulso para segurar estrelas. Se falhou com LeBron, parece certo que com Kobe o resultado não será diferente…

No Texas, os Spurs estão cada vez mais velhos. Continuarão a ser uma formação que merece respeito e que, em jornada de inspiração, poderá ganhar a qualquer adversário. Porém, daí a conseguir chegar ao título, a distância é enorme. Parker, Ginobilli e Duncan teriam de coincidir em inúmeras exibições geniais e isso, à primeira vista, não parece ser muito provável.

Em sentido contrário aparecem Oklahoma e os renascidos Clippers. Com Durant e Westbrook a liderar um conjunto recheado de talento e com enorme capacidade atlética, os Thunder podem, por fim, aparecer já capazes não só de ameaçar, mas também de atacar o título. Já a segunda equipa de Los Angeles tem potencial suficiente para conseguir o que há meses era impensável: dobrar o vizinho do lado. Com Paul e Billups a servir um sensacional Griffin, com DeAndre Jordan a dar sinais de poder evoluir bastante e ainda Caron Butler, a equipa que era motivo de risos em muitos pavilhões pode ser a última a rir…

No Este, o equilíbrio pode ser ainda maior. Miami, com o seu trio dourado formado por Wade, James e Bosh, dá a ideia de ser a equipa mais forte. Porém, o ano passado também o era em teoria, e não chegou para vencer. Nem a fase regular, nem o playoff.

Chicago, com a entrada de Hamilton, apresenta um cinco mais forte que o anterior. No entanto, a saída do veterano Kurt Thomas vai obrigar a que Boozer e Noah não tenham tantos problemas físicos ou que, em alternativa, Taj e Asik aumentem o respectivo rendimento. Parece complicado, como difícil será ver Rose jogar melhor (ou mesmo tanto). Ainda assim, como o jovem MVP da época passada já disse vezes sem conta: o ano passado também ninguém acreditava nos Bulls para melhor equipa da fase regular e eles voaram até às 60 vitórias!

Boston, com o seu naipe de veteranos reforçado com a visão de Rondo, também sabe que estará na dianteira. Precisa, contudo, que o desgaste físico (mais evidente em épocas curtas e com mais jogos por semana) não pregue partidas a elementos como Garnett, Allen e Pierce.

Orlando também volta a acreditar que é desta que pode atingir o topo. No entanto, a cada vez maior vontade de Howard em mudar de ares parece retirar algum ânimo a um grupo forte mas a que, invariavelmente, parece faltar qualquer coisa.

Restam os Knicks entre os favoritos no Este. E cuidado com eles! A “Big Apple” vai ver a sua melhor equipa nos últimos 15 anos. Carmelo, Stoudemire e Chandler prometem arrasar debaixo das tabelas e já se sabe que correr e lançar também não é problema para eles.

Prognósticos

Não sou adivinho (até me daria jeito, admito…), mas vou arriscar, desde já, ainda antes da bola começar a saltar, as minhas previsões para temporada. Assim, lá mais para a frente, todos poderão constatar se acertei alguma coisa. A zero, sinceramente, espero não ficar. Aí vão elas:

Apurados para o “playoff” na Conferência Este: Boston Celtics, Chicago Bulls, Miami Heat, Orlando Magic, Atlanta Hawks, New York Knicks, Indiana Pacers e New Jersey Nets
Apurados para o “playoff” na Conferência Oeste: Dallas Mavericks, Los Angeles Lakers, Oklahoma City Thunder, San Antonio Spurs, Houston Rockets, Denver Nuggets, Los Angeles Clippers e Memphis Grizzlies.
Vencedor da Divisão Atlântico: Boston Celtics
Vencedor da Divisão Southeast: Miami Heat
Vencedor da Divisão Central: Chicago Bulls
Vencedor da Divisão Southwest: Dallas Mavericks
Vencedor da Divisão Northwest: Oklahoma City Thunder
Vencedor da Divisão Pacífico: Los Angeles Lakers

Final da Conferência Este: Miami Heat-Chicago Bulls
Final da Conferência Oeste: Oklahoma City Thunders-Dallas Mavericks
Final da Liga: Dallas Mavericks-Chicago Bulls
Campeão: Dallas Mavericks

Maior surpresa colectiva: Los Angeles Clippers
Maior desilusão colectiva: Washington Wizards
Maior surpresa individual: DeAndre Jordan (Los Angeles Clippers)
Maior desilusão individual: Ricky Rubio (Minnesota Timberwolves)

Melhor marcador: Kevin Durant (Oklahoma City Thunder)
MVP da fase regular: LeBron James (Miami Heat)
Melhor defensor: Dwight Howard (Orlando Magic)
Melhor “rookie”: Kyrie Irving (Cleveland Cavaliers)
Melhor treinador: Vinny del Negro (Los Angeles Clippers)
Jogador com maior evolução: DeAndre Jordan (Los Angeles Clippers)
Melhor suplente: James Harden (Oklahoma City Thunder)
MVP da final: Dirk Nowitzki (Dallas Mavericks)

 

A “jogada” de Eurico Peixoto

9 Dezembro, 2011 0

Não me lembro da última vez que estive com o Eurico Peixoto, voleibolista do Vitória de Guimarães. Mas posso garantir que se trata, para além de um jogador de qualidade, de um pessoa bastante bem disposta, sempre com espírito para animar o ambiente. Nunca me esquecerei dos momentos que com ele vivi na Argentina, em 2002, durante a fantástica campanha da Selecção Nacional no Mundial desse ano. O Eurico, bem como todos os membros daquela sensacional equipa liderada por Juan Diaz, foram uns heróis (dentro e fora do campo) e fizeram com que tivesse a oportunidade de testemunhar algo que era impensável à partida: ver Portugal no oitavo lugar entre os colossos da modalidade. Adiante…

O Eurico resolveu agora casar. Mas, ao seu estilo, não se limitou a agendar a data da cerimónia. Na quinta-feira, no final do embate entre os vimaranenses e o Esmoriz, surpreendeu a noiva com um pedido formal… e público. Uma “jogada” bonita e engraçada que, com a devida vénia à Vitória Tv, aqui reproduzo. Parabéns campeão!

Vítor Pereira: a verdade e o azeite

6 Dezembro, 2011 0

O FC Porto falhou o acesso aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. A notícia, por si só, constituiria sempre um duro golpe numa equipa que há meses venceu – brilhantemente – a Liga Europa. Contudo, se acrescentarmos que a eliminação surgiu num grupo onde mandaram os cipriotas do Apoel (clube onde são destaque jogadores portugueses de nível apenas satisfatório) e pouco tempo depois do adeus – de forma humilhante – à Taça de Portugal, é caso para dizer que, no Dragão, está a acontecer algo de muito estranho.

Ao contrário da opinião de muitos, o facto de considerar atípico o que se passa no Porto não significa que tenha sido apanhado de surpresa. Não estou admirado com o insucesso portista. Sim, eu sei que os azuis e brancos conquistaram a Supertaça, que estão lado a lado com o Benfica no topo da Liga, mas a verdade, nua e crua, é que o desempenho da equipa, ao nível dos resultados e do futebol exibido, é fraco. Só não vê quem não quer ou, pior, quem não consegue. A saída de Falcão não pode justificar tudo. Aliás, o FC Porto recrutou muitos jogadores, estabeleceu um orçamento tremendo e, claro, só podia ter em mente atacar a “Champions”. O problema é que, conforme previ aquando do “choque” no Cidade de Coimbra, os dissabores irão continuar a aparecer enquanto no banco, a tentar dar a imagem de líder, estiver Vítor Pereira.

Nada me move contra o técnico portista. Nunca falei com ele, sequer. Mas sempre percebi que ele não estava talhado para a missão. Não estava, não está e não vai estar nos tempos mais próximos. Falta-lhe, no mínimo, experiência, embora acredite que as lacunas serão mais profundas. Um ou outro resultado positivo, uma ou outra prestação mais conseguida, servem para acalmar os adeptos ferverosos, para deixar Pinto da Costa agarrado ao seu erro, mas não resolvem o problema. Não se combatem doenças graves com aspirinas ou, usando um adágio bastante popular, a verdade é como o azeite… vem sempre ao de cima. E essa, sem rodeios, é que Vítor Pereira está sentado numa cadeira de sonho mas a provocar pesadelos a muita gente. Fora, mas também dentro da estrutura.

O FC Porto, é verdade, fez o suficiente para bater em casa o Zenit. E isso era o suficiente para seguir em frente. As oportunidades foram várias, mesmo com um futebol pouco inspirado, sem a confiança de outros tempos e com Hulk a léguas do seu real valor. Por isso, é justo dizer, Vítor Pereira podia perfeitamente estar feliz da vida a esta hora. No entanto, no essencial, tudo ficaria na mesma: enquanto não existir uma mexida no comando técnico da equipa, o clube estará sempre mais próximo de perder troféus, apesar de poder (e de o conseguir, com toda a certeza) ir ganhando jogos.

No final do jogo, escutei com atenção as palavras de Moutinho, Kléber e Vítor Pereira. Estiveram bem ao convergir na ideia de que esta partida podia, perfeitamente, ter acabado com outro resultado. E lá a veio à baila o empate caseiro com o Apoel. Foi aí, em seu entender, que tudo se perdeu. Pois bem, com essa análise já não concordo.

O FC Porto foi eliminado porque somou 1 ponto em 6 possíveis com os cipriotas, mas também porque fez o mesmo com o Zenit. Mais: foi afastado porque perdeu de forma infantil em Nicósia depois de ter chegado ao empate com uma dádiva dos céus; porque foi medíocre em casa perante esse mesmo opositor e porque da Rússia o melhor que trouxe foi o resultado que, paradoxalmente, foi uma derrota. Em resumo, a equipa de Vítor Pereira ficou de fora dos “oitavos” da Liga dos Campeões porque não mereceu passar, porque foi incapaz de dobrar adversários acessíveis, porque o treinador nunca conseguiu colocar a equipa no trilho certo. O grupo tinha 6 partidas e não apenas duas com o Shakhtar, sendo que a primeira também não foi grande coisa.

Se no meio de tudo isto é possível encontrar algo de positivo, então basta dizer que o FC Porto é, desde já, um dos grandes favoritos a conquistar, de novo, a Liga Europa. Se calhar, por esta altura, Pinto da Costa até já pensa nisso. Se um dia se lembrou de dizer que um corte de João Pinto para a trave tinha sido a maneira de evitar um canto, agora talvez nos surpreenda ao afirmar que esta passagem pela “Champions” visava apenas a preparação para nova investida na Liga Europa. É homem para isso. O problema, acrescento eu, é que a “estratégia” será virtualmente impossível se no banco prosseguir o treinador que tem orgulho na equipa e nos adeptos, mas por quem estes cada vez menos nutrem qualquer sentimento positivo.

Aimar e os outros

3 Dezembro, 2011 0

À primeira derrota da temporada, o Benfica deixou logo escapar a possibilidade de conquistar um troféu. A Taça de Portugal tem destas coisas, pois trata-se da única competição (até às meias-finais) em que não existe espaço para inverter uma escorregadela. Jorge Jesus mexeu na estrutura da equipa e, como tantas vezes sucede, a pretensa poupança acabou por ter consequências.

As águias, até à data, tinham sido uma equipa pragmática, somando resultados agradáveis sem ser preciso jogar muito futebol. Jesus parece ter abdicado de grande dose de virtuosismo no conjunto para ganhar consistência. Não se tem dado mal com a estratégia e, acrescente-se, os adeptos não reclamam. Só que, desta vez, a receita não funcionou. E razões para isso há várias, a começar pela forma muito interessante como se exibiu o Marítimo, formação que, pé ante pé, está a realizar uma temporada notável. Quem é que já reparou no facto de os insulares não perderem há 14 jogos, estarem a um só ponto do Sporting (e do consequente terceiro posto na Liga) que já derrotaram em Alvalade e contarem nas suas fileiras com o melhor marcador do Campeonato (Baba) e com duas das melhores surpresas da época (Danilo Dias e Sami)?

Apesar de ter estado em vantagem (justa pelo controlo das operações na altura, injusta por ter surgido na sequência de um penálti inexistente), a formação encarnada não foi capaz de “dobrar” o Marítimo. Já falei dos méritos alheios (onde não se podem esquecer os golos de enorme qualidade e o desempenho tremendo do jovem guarda-redes Ricardo), mas também poderia citar a falta de poder de concretização para fazer o 2-0 logo no arranque da segunda parte ou para forçar o 2-2 nos derradeiros minutos.

Jesus, embora de passagem, deu a entender que a sua equipa não foi feliz. Tem razão. Quem é que é feliz num desaire? Mas, como quase sempre, não é correcto responsabilizar os deuses pelos erros cometidos pelos terrenos. O responsável da equipa da Luz, que já não tinha Luisão e Cardozo, optou por fazer mais alterações. Arriscou (muito) e perdeu. E se insistir em Ruben Amorim como lateral-direito é perigoso, considerar Emerson indiscutível é inexplicável (um dia alguém irá ter de explicar com pormenores a aversão do técnico a Capdevilla…) e não entender que Matic é um elemento vulgar (para mim claramente inferior a Yebda, por exemplo), o erro dos erros é acreditar que o Benfica funciona de forma satisfatória no ataque sem Aimar em campo.

A época passada, Jesus passou semanas e semanas até entender que com Aimar de fora a sua equipa não carburava. Esta temporada, é verdade, mudou de opinião e os resultados têm sido visíveis. Na Madeira, contudo, voltou a perder-se nas contas. O argentino, a menos que o opositor seja de um nível consideravelmente inferior, não pode descansar no banco. O criativo tem de jogar de entrada, ajudar a fazer a diferença e depois, então sim, sair para retemperar forças para o duelo seguinte. Utilizá-lo como arma secreta não rende, até porque a maioria dos companheiros também parece bem melhor quando ele está em campo.