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Depois de uma época desgastante, mas que acabou com a tão desejada conquista do título da NBA ao serviço dos Mavericks, Dirk Nowitzki foi recebido em apoteose na sua cidade de Wurzburg. Idolatrado ..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Nowitzki recebido como herói em casa

29 Junho, 2011 0

Depois de uma época desgastante, mas que acabou com a tão desejada conquista do título da NBA ao serviço dos Mavericks, Dirk Nowitzki foi recebido em apoteose na sua cidade de Wurzburg. Idolatrado pelos conterrâneos, o gigante alemão foi “obrigado” a discursar (e a cantar) na câmara municipal e ainda teve de se deslocar ao pavilhão onde fez toda a formação, num modesto clube da segunda divisão local.

Se a festa em Dallas foi inesquecível, na Alemanha, pelos vistos, também não foi nada má. Aliás, nos dois últimos vídeos pode verificar a forma como os jovens de Wurzburg vibraram com os derradeiros pontos do compatriota na temporada 2010/11. 

Futebol de saias

28 Junho, 2011 0

Nunca fui um grande apaixonado por futebol feminino. Tenho a certeza, aliás, que jamais saí de casa com o intuito de ir ver, “in loco”, uma partida das senhoras. No entanto, confesso, pela televisão, já espreitei uns jogos. E agora, por estar de férias, tenho seguido com alguma atenção o Campeonato do Mundo que, desde domingo, está a ser disputado, com toda a pompa e circunstância, na Alemanha. E que posso dizer do nível futebolístico das artistas em competição? Muito acima do esperado! A evolução, tendo em conta um passado recente, é tremenda. Hoje, até as selecções tidas como mais fracas surgem devidamente preparadas, tanto ao nível físico, como táctico, criando um sem número de problemas às equipas teoricamente favoritas.

Pelo que tenho ouvido aos (e às) especialistas, dificilmente o título escapará à Alemanha que, para além de contar com executantes de técnica apurada, apresenta um grupo experiente e, claro, conta com o apoio do público. A questão da força oriunda das bancadas pode, à primeira vista, parecer irrelevante, mas se tivermos em conta que os germânicos estão empenhados em lotar todos os encontros da sua equipa… então o caso muda de figura. Só para se poder ter uma ideia, acrescento que, no embate inaugural, perante o Canadá, estiveram mais de 73 mil espectadores no Olímpico de Berlim!

Quem pensa que é impossível ver futebol de qualidade no sector feminino está profundamente enganado. Como também estão longe da realidade aqueles que acreditam que as futebolistas são todas umas raparigas desajeitadas, com corpos masculinos e sem a mínima beleza. Se têm dúvidas, o melhor é espreitarem as transmissões do Eurosport. Tenho a certeza que a maioria irá ficar surpreendida com aquilo que terá oportunidade de ver.

Por enquanto, em jeito de aperitivo, veja os resumos das partidas já realizadas e observe, com atenção, o golo do México…

A humilhação do River Plate

27 Junho, 2011 0

Assisti à transmissão do jogo que ditou a histórica descida de divisão do River Plate ao segundo escalão do futebol argentino. E confesso que, mesmo sabendo (e deu para confirmar) que a equipa de Buenos Aires é, hoje em dia, uma sombra daquilo que foi num passado não muito recente, jamais acreditei que os “milionários” não lograssem anular a desvantagem de 0-2 que traziam de Córdoba, cidade do modesto Belgrano, formação que concluiu a Série B no quarto lugar. Mas, foi isso mesmo que sucedeu. No final – e aí já sem surpresa – segui a explosão de raiva dos adeptos do River que, por sua vontade, tinham destruído o Estádio Monumental, a sala de troféus, os carros dos jogadores, técnicos e dirigentes e tudo o que pertencesse aos elementos da autoridade. Uma segunda vergonha dentro da primeira!

O River não é só um dos nomes sonantes do futebol argentino, a casa onde alinharam, entre tantas outras figuras, futebolistas como Di Stéfano, Fillol, Passarella, Gallego, Ortega, Salas, Crespo, Sorín, Gallardo, D’Alessandro, Cavenaghi, Mascherano, Higuaín, Ramon Díaz, Francescoli ou os “portugueses” Lucho González, Aimar, Saviola ou Falcão. O River é um gigante na América do Sul e um clube reconhecido em todo o Mundo. Em 110 anos de história nunca tinha passado pela suprema humilhação de perder o lugar entre os grandes do futebol local, feito que dividia até domingo com os rivais do Boca e com o Independiente. Mas, lá como em qualquer outro lado, quando se acumulam erros desportivos e de gestão, mais tarde ou mais cedo o impensável pode tornar-se realidade.

O futebol, assim como todo o desporto, deixou há muito de ter vencedores antecipados. Hoje, não basta o peso do nome, nem das camisolas, para se ganhar, para vingar. É preciso mais, muito mais, a começar por uma equipa dirigente inteligente, perspicaz, disponível e honesta. E que perceba que mesmo um clube talhado à exportação – como são os grandes argentinos devido ao desejo da maioria dos jogadores em experimentar a Europa, mas também por causa da débil economia local – não deve, de um dia para o outro, ficar com um grupo de profissionais sem qualidade suficiente para, a nível interno, continuar a garantir os serviços mínimos.

Já tinha visto este River jogar algumas vezes e fiquei sempre com a sensação que se tratava de uma equipa sem brilhantismo, sem qualidade. É evidente que é impossível dizer que, entre todo o plantel, não se encontram alguns elementos acima da média mas, em traços gerais, o River colocou-se a jeito, apostando num plantel vulgar. Para ajudar à festa, o presidente Passarella resolveu confiar os destinos da equipa a um técnico (Juan José López) que, no currículo, já somava três descidas de divisão…

Como não poderia deixar de ser, a Argentina está em estado de choque. Até os históricos adversários do River têm alguma dificuldade em desfrutar da situação, pois isto é um cenário que, sendo catastrófico para os seguidores do clube, também é mau para a indústria futebolística do país que, evidentemente, não irá beneficiar nada com o súbito “apagamento” de um grande. Imaginem o que seria se, em Portugal, Benfica, FC Porto ou Sporting descessem de divisão…

As imagens e os relatos que nos chegaram de Buenos Aires confirmam aquilo que tive oportunidade de testemunhar em 2002, aquando do Mundial de voleibol: os argentinos são completamente loucos por desporto. E seguem as suas selecções e clubes com uma devoção extrema. O amor incondicional que nutrem pelos seus símbolos acaba, contudo, por misturar-se vezes sem conta com uma imbecilidade tremenda. Qualquer derrota é suficiente para os deixar à beira de um ataque de nervos, razão pela qual têm enorme tendência para cometer actos verdadeiramente tresloucados. Felizmente, em Portugal – e pese o recente aumento de actos de vandalismo associados ao desporto – nada se compara ao que acontece na Argentina.

Mas, no meio do desespero, surgem sempre algumas luzes de esperança. E nas últimas horas tem sido noticiado o interesse de vários ex-jogadores do River em regressar ao clube para, de forma gratuita, tentarem recolocá-lo quanto antes na divisão principal. Um gesto bonito de profissionais que, antes de tudo, também são adeptos do clube que os ajudou a triunfar no futebol.

PS – Duvido que, logo no primeiro jogo caseiro, na segunda divisão, os adeptos do River não esgotem o seu Monumental. A paixão aguenta todos os dissabores.

PS1 – O dia 26 de Junho de 2011 vai ficar história do River Plate como o mais negro da sua história mas, paradoxalmente, 15 anos antes foi um dos mais brilhantes, pois foi nessa data que o clube assegurou a segunda Taça dos Libertadores, derrotando os colombianos do América do Cali.

Em baixo o vídeo do jogo da descida e os comentários de um jornalista que há duas décadas acompanha o River em todo o lado.

O portismo de Villas-Boas e o risco de Pinto da Costa

21 Junho, 2011 0

A inesperada mudança de André Villas-Boas para o Chelsea deixou a “nação portista” em estado de choque. É compreensível. Quando Pinto da Costa pensava que só o Inter de Milão estava efectivamente interessado nos serviços do seu jovem técnico, eis que os ingleses entram na discussão e resolvem o assunto num ápice. De repente, os dragões ficaram sem treinador a escassos dias do arranque da nova temporada. E se isso, por si só, constitui uma péssima notícia para os azuis e brancos, os rumores que apontam no sentido dos londrinos baterem mais umas cláusulas de rescisão entre as pérolas do plantel tornam a situação consideravelmente pior.

Pinto da Costa, com a sua larga experiência, não costuma ser apanhado em falso. Desta vez, apesar de o desmentir, foi ultrapassado pelas circunstâncias. Vai ficar com muito dinheiro em caixa, é verdade, mas corre sérios riscos de ver o sensacional sucesso desportivo da temporada transacta dar lugar a uma época menos conseguida. Tudo porque o “timing” desta transferência deixou-o com pouco espaço de manobra. Se o cenário se tivesse colocado há mais tempo, duvido que o líder portista não fosse capaz de dar a volta ao texto de outra forma. Entre Domingos e Jorge Costa – ambos “filhos” da casa e com passagem pelas “rampas de lançamento” de Coimbra e Braga – ou mesmo Leonardo Jardim ou Carlos Queiroz, saberia como resolver o assunto. O problema é que, nesta altura, era demasiado tarde para soluções devidamente ponderadas. O presidente optou por Vítor Pereira, até agora adjunto. Não acredito – e nem a conferência de imprensa de apresentação do escolhido me fez mudar de opinião, bem pelo contrário… – que a solução fosse a mesma se tivesse mais tempo para agir. E a duvido igualmente imenso que, em duas temporadas consecutivas, Pinto da Costa seja feliz com “tiros” algo no escuro. Não é todos os dias que se coloca uma equipa de topo nas mãos de treinadores com escassa experiência e a coisa resulta em pleno…

Regressemos a Villas-Boas. Entre os fiéis adeptos portistas há quem encare a decisão do técnico com normalidade. A maioria, contudo, critica a forma como o treinador resolveu bater com a porta, pouco depois de ter jurado fidelidade ao clube e ao posto que ocupava. No futebol, de uma vez por todas, jogadores e treinadores deviam aprender a não proferir determinadas frases. A qualquer altura as circunstâncias mudam e automaticamente passam a ser vistos como pessoas sem palavra, que facilmente mudam do branco para o preto, do dia para a noite. Fábio Coentrão, por exemplo, também passou por situação similar nos últimos dias. Duas vezes!

Mas, se considero que Villas-Boas podia ter sido mais cauteloso em determinadas declarações, não vejo na sua decisão nada de errado ou sequer susceptível de crítica. André vai continuar a ser sempre portista e, um dia, quando deixar Londres, apenas terá curiosidade em saber o que se passa com a agremiação britânica. Ele, como todos nós, sabe que o FC Porto é um clube muito maior do que o Chelsea; que os azuis e brancos possuem um historial incomparavelmente superior ao dos londrinos e que, em Portugal, até teria mais hipóteses de continuar a enriquecer o seu número de títulos. A questão é que o Chelsea é pertença de um russo multimilionário que tem, em doses industriais, algo que faz falta a todos: dinheiro.

Villas-Boas não tinha, naturalmente, uma má vida em Portugal e não é por ter problemas monetários que vai voltar a ser emigrante. Contudo, sem saber quanto auferia no Dragão, nem sequer quanto irá encaixar em Stamford Bridge, tenho a certeza que vai receber muito mais em Inglaterra. E isso é algo que todos deviam ter em conta. Não chego ao ponto de, como advogam muitos, dizer que tudo e todos têm um preço, mas parece-me pacífico assegurar que qualquer profissional, independentemente da sua área de actuação, pode equacionar uma mudança caso as contrapartidas financeiras o levem a isso. E foi isso que sucedeu com Villas-Boas. Só isso.

As maluquices de “Shaq”

16 Junho, 2011 0

Shaquille O'Neal não é só um gigante na altura. A sua constante boa disposição é contagiante, conseguindo divertir quem tem a sorte de andar perto dele. Mas, depois de ter descoberto as maravilhas das novas tecnologias, “Shaq” já se dá ao luxo de fazer sorrir também aqueles que vivem muito longe. Tem dúvidas? Então clique no link abaixo e confira…

http://www.tout.com/tiqlgv

Jesus derrotou Nuno Gomes

15 Junho, 2011 0

Está desfeito o mistério que, todos sabiam, há muito deixara de o ser: Nuno Gomes já não é futebolista do Benfica. Depois de despachar Quim de forma pouco digna no defeso passado, Jorge Jesus elevou a fasquia e foi ainda mais longe. O avançado não foi apenas preterido agora, quando o seu vínculo contratual chegou ao fim. Aquele que é (e continuará a ser durante muito tempo) um dos jogadores mais concretizadores da história centenária do clube da Luz (e um dos nomes mais sonantes de todo o futebol nacional) foi humilhado, vezes sem conta, por um técnico que, depois de ganhar um campeonato, passou a pensar e agir como se fosse a figura encarnada mais consensual depois de Eusébio.

Jesus teve todo o mérito quando, em tempo recorde, transformou o futebol encarnado e conseguiu ganhar um título. Mas, depois, como é tradição na sua carreira, logo começou a improvisar, a desbaratar o capital de confiança conquistado junto de dirigentes, sócios e adeptos. Sugeriu a compra de jogadores sem qualidade, dispensou outros muito melhores, inventou tácticas sem nexo, fingiu não reparar no que era visível para qualquer leigo, procurou as desculpas mais esfarrapadas para os sucessivos deslizes e, pior que isso, tratou de “queimar” todos os que, pela sua competência, coragem e experiência tinham autoridade moral para lhe apontar erros e defeitos e, ao mesmo tempo, sugerir caminhos alternativos.

Já o disse e repito: Jesus sabe muito de futebol, mas não percebe nada de liderança. Um bom condutor de homens tenta, em qualquer situação, ter bons auxiliares ao lado, de forma a facilitar o seu trabalho. Nuno Gomes, naturalmente, era uma muleta fulcral no balneário. Só que este treinador rege-se por outra cartilha. Prefere gente que não levante ondas, que obedeça cegamente às suas instruções (mesmo que erradas) e, já agora, que não provoque grande agitação junto dos adeptos. Jesus detesta ter ídolos no plantel e não perde tempo a tentar desvalorizá-los, pretensamente para que o grupo seja o mais importante. Só vê uma excepção ao poder do colectivo: ele próprio.

Jesus pode fazer o que quiser com as aquisições e dispensas, mas não tem o poder (como ninguém tem) de mexer com o pensar dos adeptos. E esses, na sua maioria, estão com Nuno Gomes, como o ano passado estavam com Quim. Mesmo aqueles que, futebolisticamente falando, não eram incondicionais destes dois elementos, rejeitam a forma prepotente como o treinador os saneou. E se o fizesse para que a equipa ficasse melhor…

Quim, oficialmente, foi “aviado” porque facilitou no lance do golo do Rio Ave, na partida que selou o título encarnado na época 2009/2010. Concordo que o guardião podia ter feito mais nessa jogada mas, já agora, ajudem-me num exercício de memória. Nessa temporada, qual foi a defesa menos batida da Liga? E quem foi o único jogador do plantel que alinhou todos os minutos no Campeonato? Só mais um esforço: a época passada, o substituto de Quim, teve quantos lances iguais ou consideravelmente piores que o tal que ditou a sua saída? E quantas vezes foi criticado pelo técnico, quantas foi encostado em consequência dos “frangos”?

Nuno Gomes foi sistematicamente preterido nos últimos meses de Benfica. E sempre que Jesus resolvia tratá-lo como um ex-júnior, fazendo-o alinhar meia dúzia de minutos em jogos resolvidos, lá aparecia a ser protagonista. O prémio, de seguida, era sempre o mesmo: longas semanas sem jogar e muitas sem sequer se sentar no banco. Isto jamais podia ter uma explicação racional. Nuno Gomes foi “queimado” por capricho do treinador. E que ganhou Jesus com isso? Títulos significativos… não foi!

O mais estranho em todo este processo é ver Luís Filipe Vieira – que foi à televisão mostrar um “amarelo avermelhado” a Jesus – pactuar com o mesmo. Será que também ele considera que Nuno Gomes faz menos falta ao plantel do que Weldon, Uche, Melgarejo, Mora ou tantos outros? O presidente encarnado disse que o clube tinha de ser mais exigente nas aquisições, mas a avaliar pela extensa lista de reforços “sonantes” já se deve ter esquecido dessas palavras. Tal como se deve ter esquecido de Rui Costa, o homem decisivo no recrutamento, por exemplo, de “desconhecido” como Aimar e Saviola.

PS – Um amigo meu – benfiquista ferrenho e que fez o “favor” de me acordar para desabafar sobre este tema – diz ser irónico ver Nuno Gomes (um portista de nascença que se transformou no último grande símbolo nacional do Benfica e num adepto ferveroso do clube) ser “despachado” da Luz por um técnico sportinguista e um presidente que, antes de ser o principal responsável das águias, também era sócio dos principais rivais. Pensei um pouco no assunto e, de facto, a coisa não deixa de ter a sua piada. No entanto, acrescento eu, se José Veiga já foi dirigente encarnado… tudo é possível nos dias de hoje.

Tentativa de suicídio no Parque das Nações

Estamos habituados a ver muitas situações inesperadas lá por fora mas, como não poderia deixar de ser, por cá também sucedem episódios pouco vulgares. Este que aqui vos trago ocorreu em Lisboa, em pleno Parque das Nações, com uma mulher a falhar aquilo que, aparentemente, parece ser uma tentativa de suicídio. Por muitas e graves dificuldades que tenhamos, creio que este não é o caminho. Ainda por cima, com o plano a sair furado, penso que a senhora ainda arranjou mais problemas…

Mais uma derrota para LeBron James

14 Junho, 2011 0

Acabou a temporada da NBA. Uma coisa mudou na história da Liga: Dallas conquistou o seu primeiro título. Outra ficou na mesma: LeBron James concluiu mais uma época (a oitava) sem ser campeão. Nenhuma me admirou consideravelmente, sendo que fiquei um pouco mais surpreso com o sucesso dos Mavericks. Sempre vi os texanos como uma equipaforte, extremamente profunda – com soluções fortes para todas as posições -, mas não eram os meus principais favoritos antes da bola saltar. Tinha a ideia (que aqui anunciei no arranque da prova) de que ficariam pela final do Oeste, derrotados pelos Lakers. Foi um pouco ao contrário…

Na final, mesmo sabendo que o factor casa pertencia aos Heat, sempre estive inclinado para o triunfo dos Mavericks. Tinha a sensação de que dificilmente seriam capazes de ganhar os três embates caseiros, mas acreditava que regressando a Miami a liderar 3-2 acabariam por agarrar o título. Aqui não me enganei. Só não pensei que a decisão acontecesse de forma tão óbvia. Os homens da Florida, mesmo com o apoio do público, foram impotentes para suster o jogo mais consistente da formação orientada por Rick Carlisle que, acrescente-se, teve o mérito de não ficar à espera. Chegou ali e foi em frente, assumindo uma postura digna dos campeões. Tenho a forte convicção que se Nowitzki começasse “a jogar” mais cedo, tudo seria ainda mais sereno. Com o alemão a fazer uma primeira parte normal, a rendição de Miami teria sido mais célere.

Pessoalmente, confesso, gostei de ver jogadores como Dirk Nowitzki e Jason Kidd a ganhar o seu primeiro anel (o dono dos Mavs, Mark Cuban, admite acabar com esta tradição e oferecer outra coisa à equipa). Estamos a falar de dois veteranos, de dois jogadores fabulosos que, sem dúvida, acabarão no “Hall of Fame”. Contudo, é bastante diferente ser reconhecido apenas como praticante de elite ou ser uma estrela com títulos conquistados. E estes dois, sem desprimor para os restantes – nomeadamente para Jason Terry, fantástico toda a época – mereciam passar de nível. Pela sua qualidade, mas também pela alma com que sempre lutaram em busca do objectivo. Ter qualidade para lá chegar não é fácil, mas aguentar mais de uma década (quase duas para Kidd) no topo à espera do momento certo é só para os grandes.

Miami, como não poderia deixar de ser, era um concorrente de peso e, até chegar à final, esteve fortíssimo no “playoff”, depois de uma época regular marcada pelos altos e baixos, situação própria de uma equipa construída em cima do joelho e que deparou com inúmeros problemas físicos. Juntar três grandes figuras será sempre um passo importante rumo ao sucesso mas, de uma vez por todas, parece ter ficado provado que o basquetebol é um desporto colectivo. Quem ganha não é sempre quem tem os melhores jogadores, mas sim quem possui a equipa mais forte. E os Heat, mesmo nas boas sequências de vitórias, nunca foram a melhor equipa da Liga.

Paradoxalmente, em Miami parece que não perdeu todo um grupo, mas sim apenas um homem: LeBron James. É injusto reduzir o desaire dos Heat a um só nome, ainda por cima quando as suas estatísticas são de elevada qualidade. A questão é que LeBron falhou no momento da verdade. Mais uma vez. James, que se auto-proclamou “King” antes de ganhar algo de verdadeiramente importante (um título), tem o defeito de se colocar “em bicos de pés”, de se achar maior que tudo e todos. Enquanto não aprender a ser suficientemente humilde estará sempre mais próximo do desaire e consequentemente do deboche alheio.

LeBron já é um dos melhores jogadores da história mas, independentemente da opinião de Scottie Pippen ou de quem quer que seja, por agora só pode ser considerado o melhor de sempre se, em análise, estiverem apenas os grandes jogadores que nunca conquistaram um título. LeBron devia fazer uma reflexão séria e descobrir as razões que o levaram a somar apenas 12 pontos nos 6 quartos períodos da final. Isto é um dado preocupante, da mesma forma que foi grave, na época 2006/07, não ser capaz – enquanto líder incontestado dos Cavaliers – de ganhar pelo menos um jogo na final. Ser espectacular no caminho até à decisão é importantíssimo, mas ser mero figurante nos momentos críticos é um peso gigantesco que terá de tirar de cima dos ombros quanto antes.

Acredito que James, mais tarde ou mais cedo, será campeão? É possível, mas duvido! Tem tempo de sobra para isso (ainda não fez 28 anos) e condições físicas e técnicas mais que suficientes, mas já percebeu que, por ser como é, por ter atitudes com pouco ou nenhum sentido (que desvaloriza ou considera normais), será sempre um alvo a abater. Não foi por acaso que, nos Estados Unidos, alguém se lembrou de dizer que o resultado desta final foi América, 4-Miami, 2. E enquanto insistir em dizer, por exemplo, que quem o critica “irá acordar no dia seguinte com a mesma vida e os mesmos problemas”, enquanto ele continuará a fazer o que quer, “com tudo o que tenho”, o cenário não vai mudar. James acredita que Deus tem algo reservado para ele, em devido tempo, mas convém fazer alguma coisa para potenciar a eventual ajuda divina…

Miami Herald com publicidade enganosa

13 Junho, 2011 0

Jornais sem erros não existem. Infelizmente, digo eu que, naturalmente, ao longo de mais de duas décadas, também já cometi (directa ou indirectamente) uns quantos. Mas, como não poderia deixar de ser, por vezes aparecem uns mais difíceis de entender, de justificar. Imaginem, por exemplo, o que é comprar a mais importante publicação de Miami – o Herald – e deparar com um anúncio em que se publicita a vitória dos Heat na final da NBA. Tudo estaria bem se o vencedor não tivesse sido… Dallas!

Já não bastava aos adeptos dos Heat verem a sua equipa perder o título em casa, perante um conjunto que nunca havia ganho a prova, no dia seguinte ainda tiveram de observar um anúnico, de uma loja conceituada, a convidá-los para comprar material alusivo ao título que, claro, não existe.

O mais estranho disto tudo é que se na partida de domingo Miami tivesse ganho, o título também não estaria decidido, pois a final ficaria empatada (3-3). Alguém meteu a “pata na poça”. E em grande estilo!

Louco que atrapalha os outros

11 Junho, 2011 0

Acabo de ler uma notícia que começou por me fazer rir. Instantes depois, contudo, pensei nos inúmeros problemas que um louco – ao tomar uma atitude sem nexo – poderá ter causado aos restantes passageiros de um avião da Iberia e deixei de sorrir. Como costumo dizer, não me incomoda nada a pancada alheia, só me enfurece que os devaneios de alguém possam mexer com o meu dia-a-dia. Aqui fica o registo do sucedido:

Um avião da Iberia que fazia uma viagem entre Madrid e Frankfurt teve de regressar ao aeroporto da capital espanhola porque um passageiro se despiu em pleno voo, conta a AFP.

«Um passageiro de nacionalidade alemã despiu-se a bordo do avião em pleno voo, na noite de quinta-feira», relatou um porta-voz da companhia aérea.

«A tripulação tentou dissuadi-lo, mas ele ficou agressivo. Depois, ele trancou-se numa casa-de-banho e o piloto decidiu voltar para Madrid», acrescentou.

O homem foi posteriormente detido e interrogado pela polícia. As razões para tal acto não foram reveladas.