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Nicolas Winton é um nome que não diz nada à esmagadora maioria das pessoas. A mim, confesso, também não dizia. Depois de ver o vídeo que se segue (reportagem dos brasileiros da Globo) passou a dize..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Ser grande

27 Outubro, 2010 0

Nicolas Winton é um nome que não diz nada à esmagadora maioria das pessoas. A mim, confesso, também não dizia. Depois de ver o vídeo que se segue (reportagem dos brasileiros da Globo) passou a dizer muito, pois falar é muito fácil, agir é que é complicado. E em determinados locais e momentos… é quase impossível.

Está de volta a magia da NBA

26 Outubro, 2010 0

  

Arranca na próxima madrugada mais uma edição do campeonato profissional de basquetebol norte-americano. Os Lakers, campeões em título, voltam a ser favoritos mas, em Miami, mora um adversário reforçadíssimo que se diz preparado para os destronar. À espreita, com a mesma ambição mas atacando pela calada, estarão Boston, Dallas, Orlando e San Antonio. A bola vai começar a saltar…

LeBron James foi o grande protagonista do último defeso da NBA. Ao alimentar um tabu meses a fio, sem dar indicações precisas sobre o rumo que iria dar à respectiva carreira, o ex-líder dos Cavaliers fez com que todas as outras decisões perdessem importância. Os  milhões de adeptos da modalidade pareciam só estar interessados em saber o que ia na cabeça daquele que se auto-intula “King” mas que, até à data, ainda não conquistou um único título de campeão. 

O rapaz de Akron tardou em anunciar a decisão e quando o fez – com toda a pompa e circunstância, organizando uma declaração em directo na televisão – surpreendeu tudo e todos. Não por confirmar a saída de Cleveland, mas por ter optado por Miami, em detrimento de mercados e equipas bem mais atraentes como Nova Iorque ou Chicago.

Ao juntar-se a Dwayne Wade e Chris Bosh (abandonou Toronto), LeBron espera ter aumentando significativamente as hipóteses de chegar ao título. Porém, para além de isso não ser uma certeza, o até agora idolatrado jogador fez crescer um gigantesco número de críticos. Tanto que, hoje em dia, é alvo de inúmeras mensagens ameaçadoras.

São de Clevaland, claro está, a maioria das vozes contra LeBron, mas de outros locais chovem igualmente palavras negativas, acusando-o de só se preocupar com dinheiro, de ter negociado com Miami antes de os regulamentos o permitirem, de não ter sido leal com o vasto leque de equipas que o tentou contratar, entre tantas outras coisas.

LeBron não esperava uma reacção tão negativa. Segundo já afirmou, até entende que em Cleveland tenham ficado desgostosos – mais ainda por ele ser natural do estado do Ohio -, mas não compreende tanta agitação noutras paragens. Ainda assim, por agora, assume que só quer saber de começar a ganhar jogos para, lá mais para a frente, tentar chegar ao anel de campeão. “Temos todas as condições para vencer e para isso que vamos trabalhar”, atira.

Kobe aceita desafio

Mas se o poderoso extremo/base de Miami assegura estar preparado para as duras batalhas que se avizinham, em Los Angeles, Kobe Bryant, a principal figura dos campeões Lakers, garante poder responder ao desafio.

Pese já ter festejado a vitória na prova em cinco ocasiões, o incansável “all-around” tem uma motivação suplementar para ganhar de novo: igualar o mítico Michael Jordan, campeão seis vezes em Chicago. A situação até poderia não ser particularmente atractiva para a estrela californiana. No entanto, depois de MJ ter dito que não faz sentido compará-lo com Kobe e que este, quanto muito, só pode ser incluído no lote dos 10 melhores bases de sempre e não entre os 10 melhores jogadores da história… tudo mudou.

Kobe, contudo, não precisava de “alfinetadela” extra para se motivar. Só a ideia de poder continuar a impedir LeBron de chegar ao título era suficiente para o deixar desejoso de ir para dentro do campo e fazer aquilo que assegura ser inato: colocar a bola dentro do cesto contrário. De resto, no banco, vai contar com um precioso auxiliar. O técnico Phil Jackson, naquela que será seguramente a sua derradeira temporada, pretende atingir um feito ímpar na competição: somar o quarto “three-peat” (vencer o campeonato três vezes seguidas). E já agora também é importante referir que se os Lakers voltarem a vencer, igualarão (a 17) o número de títulos de Boston, os rivais de sempre…

Correr por fora

Embora a esmagadora maioria das previsões aponte que o título será para Miami ou Lakers, convém não ignorar o poderio de formações como Dallas, Boston, Orlando e San Antonio. Com jogadores experientes, muitas soluções no plantel e treinadores com provas dadas, sonhar alto não parece despropositado. E como a pressão está toda em cima de apenas dois emblemas, até será mais fácil lidar com as dificuldades próprias de um calendário que, só na fase regular, em cerca de seis meses, engloba 82 partidas para cada um dos 30 participantes.

Previsões

Não sendo muito dado a exercícios de futurologia, vou arriscar fazer aquilo que é o mais difícil quando se procura analisar uma competição que ainda não arrancou: prever o que irá acontecer. Assim, ainda antes da bola começar a saltar, aqui ficam algumas apostas muito pessoais, umas bem mais convictas que outras.

Apurados para o “playoff” na Conferência Este: Boston Celtics, Chicago Bulls, Miami Heat, Orlando Magic, Atlanta Hawks, Milwaukee Bucks, New York Knicks e Charlotte Bobcats
Apurados para o “playoff” na Conferência Oeste: Dallas Mavericks, Los Angeles Lakers, Oklahoma City Thunder, San Antonio Spurs, Houston Rockets, Denver Nuggets, New Orleans Hornets e Golden State Warriors
Vencedor da Divisão Atlântico: Boston Celtics
Vencedor da Divisão Southeast: Miami Heat
Vencedor da Divisão Central: Chicago Bulls
Vencedor da Divisão Southwest: Dallas Mavericks
Vencedor da Divisão Northwest: Oklahoma City Thunder
Vencedor da Divisão Pacífico: Los Angeles Lakers

Final da Conferência Este: Boston Celtics-Orlando Magic
Final da Conferência Oeste: Los Angeles Lakers-Dallas Mavericks
Campeão: Boston Celtics

Maior surpresa colectiva: Golden State Warriors
Maior desilusão colectiva: Utah Jazz
Maior surpresa individual: Blake Griffin (Los Angeles Clippers)
Maior desilusão individual: Richard Hamilton (Detroit Pistons)

Melhor marcador: Kevin Durant (Oklahoma City Thunder)
MVP da fase regular: Kobe Bryant (Los Angeles Lakers)
Melhor defensor: Dwight Howard (Orlando Magic)
Melhor “rookie”: Blake Griffin (Los Angeles Clippers)
Melhor treinador: Doc Rivers (Boston Celtics)
Jogador com maior evolução: Arron Afflalo (Denver Nuggets)
Melhor suplente: Jamal Crawford (Atlanta Hawks)
MVP da final: Paul Pierce (Boston Celtics)

Três estrelas… e Wayne Rooney

Por considerar bastante interessante e pertinente, deixo aqui um texto de Rob Hughes, publicado originalmente no “International Herald Tribune”, no domingo. A tradução foi feita por Eloise De Vylder para o site brasileiro UOL. O artigo é, em traços gerais, um elogio a três sensacionais futebolistas da actualidade (Cristiano Ronaldo, Messi e Iniesta) e uma crítica bem directa a Wayne Rooney.

Durante o final de semana, Pelé, o maior jogador de todos os tempos, celebrou seu 70º aniversário – e três jovens aspirantes da era moderna mostraram-se confiantes.

Lionel Messi marcou os dois gols da vitória do Barcelona contra o Zaragoza no sábado. Andres Iniesta, seu colega de equipe, foi aplaudido de pé pelos torcedores derrotados em casa, numa demonstração da gratidão que toda a Espanha sente pelo modesto herói cujo gol foi responsável pela vitória na Copa do Mundo no verão passado. Na noite de sábado, Cristiano Ronaldo marcou quatro gols em 36 minutos durante a vitória do Real Madri por 6 a 1 contra o Racing Santander.

Nenhum deles marcará mil gols em mil jogos por um clube, como fez Pelé por seu amado Santos. Nenhum deles ganhará três Copas do Mundo, como Pelé fez com o Brasil entre 1958 e 1970.

Mas Messi, Iniesta e Ronaldo sempre serão ricos em dinheiro e memórias. Eles são os deuses modernos do futebol. Pelé é da velha guarda. O que não mudou é que a prova do poder do jogador acontece nos estádios. Todo o resto – a fama, a glória transitória e o que hoje chamamos de direito de imagem – é secundário.

É bom, muito bom na verdade, ver o que Messi, Iniesta e Ronaldo fizeram neste fim de semana. E é um contraste prazeroso ao suposto poder de jogo exibido por Wayne Rooney e seu agente manipulador quando eles sequestraram o Manchester United na semana passada.

Rooney não é um jogador com bom condicionamento no momento. Seu tornozelo está machucado, e enquanto sua equipe jogava no domingo, ele estava celebrando o maior aniversário de 25 anos que o dinheiro pode comprar em sua mansão no campo.

Suas celebrações incluíram conseguir extorquir o dobro de seu salário do United a pesar de seus piores seis meses de atuação desde que está no clube. Ele fez isso ameaçando sair a menos que os donos norte-americanos do Manchester endividassem ainda mais o clube contratando jogadores que Rooney considera bons o suficiente para dividir o campo com ele.

Alguns disseram que a atitude de Rooney foi uma ideia brilhante. Outros acham que foi simplesmente terrível.

Diferente de Messi, que, ao ouvir que o dono do Inter de Milão, Massimo Moratti, está contemplando uma proposta recorde para tirá-lo do Barcelona, respondeu educadamente: “obrigado pelo elogio, senhor presidente, mas sou Barça pelo tempo que me quiserem”.

Diferente de Iniesta, um peso pena em tamanho, poderoso em conquistas e homem de um clube só desde o dia em que entrou para a academia do Barcelona aos 12 anos. Iniesta jogará em qualquer posição, em qualquer momento, por sua equipe.

Diferente também de Ronaldo, ex-colega de Rooney no Manchester United. É claro, Ronaldo era o verdadeiro astro do time quando estava lá. Sim, ele preferiu sair quando o Real Madrid ligou para ele. E é fato que ele pode ser uma prima dona vaidosa e exagerada.

Mas o diretor do United, Alex Ferguson, deixou-o partir, e o receberia novamente a qualquer momento. O diretor percebeu que o jogador, nascido na ilha portuguesa de Madeira, tinha genuinamente o sonho de infância de jogar no Real Madrid, um chamado para jogar no estádio que ele considera a maior arena de sua cultura.

A meu ver, foi significativo que as boas respostas às más vibrações da saga de Rooney aconteceram na Espanha. A Liga é diferente da Premier League inglesa num detalhe fundamental: é menos um concurso físico, e mais um teste de habilidade com a bola.

A liga espanhola é dominada por seus dois clubes principais, o Barcelona e o Real Madrid, por motivos que envolvem a política, a tradição e a capacidade dos clubes de redigir seus próprios contratos com a televisão mundial.

A Inglaterra é mais imparcial uma vez que o dinheiro da televisão é dividido entre 20 equipes, mas não é diferente na forma como o dinheiro determina onde é que jogam os grandes jogadores.

O United é semelhante ao Madrid no mercado mundial. Se Pelé jogasse hoje em dia, é mais do que provável que ele jogasse para um dos gigantes espanhóis. Ele recebeu ofertas, mas permaneceu fiel ao Santos até que, no final de sua carreira, jogou durante dois anos para o New York Cosmos.

Pelé recebeu um milhão ou dois, mas os Rooneys e Ronaldos do mundo de hoje ganham isso em alguns meses. Os astros do futebol são como os astros de Hollywood antigamente. Eles sabem qual é o seu valor no pacote de entretenimento, e barganham com isso.

Rooney se destaca nos negócios do esporte pela forma como ele, ou seu agente ambicioso, Paul Stretford, mostraram um desrespeito absoluto em relação à equipe, ao clube, às normas de negociação.

A atuação de Rooney desde março passado, exacerbada por sua vida nem tão privada, transformaram-no numa obrigação, e não num bem, para seu time. Mesmo assim ele teve a insolência de tornar suas demandas públicas na última quarta-feira, enquanto seus colegas de equipe faziam todo o trabalho.

É um poder muito estranho para um jogador.

É muito mais aceitável o poder de Messi, jogo após jogo, de se dedicar à equipe, marcar quando outros não conseguem e aplaudir seus colegas por criarem oportunidades.

É muito melhor que Ronaldo, alimentado pela empatia que aumenta semana a semana no Real Madrid, marque muitos gols, e depois diga que é uma grande alegria, mas uma alegria compartilhada.

“Alguns dos meus colegas foram melhores do que eu hoje”, disse ele no sábado. “Mas como diz o técnico, não há motivo para ficar eufórico. Há um longo caminho a percorrer na liga, embora estar no topo seja importante.”

Os técnicos do Real Madrid e do Barcelona sabem que suas equipes são privilegiadas, e os outros times às vezes causam dó. Eles sabem que os jogos entre os dois grandes, o primeiro deles acontecerá daqui a um mês, pode determinar quem é o melhor.

E o Madrid manteve os pés no chão neste final de semana de um jeito particular. O clube chamou quatro dos 33 mineiros resgatados da mina no Chile como convidados especiais no estádio Bernabeu. Os jogadores e os mineiros, trabalhadores de mundos muito diferentes, comemoraram juntos um jogo.

Tiago Apolónia: um ás do ténis de mesa

25 Outubro, 2010 0

Não sou especialista em ténis de mesa. Na vertente teórica e muito menos na prática, embora ainda me recorde de, por vezes, na juventude, ter ganho umas partidas a quem pensava ter nascido para a prática da modalidade… Mas, mesmo não estando muito atento aos meandros de um desporto que, em Portugal, é carinhosamente tratado por “ping pong” (já devo estar a irritar algumas pessoas, pois já me explicaram que os verdadeiros apaixonados pela modalidade não apreciam esta designação), sempre sei que o nosso país, não se tratando de uma potência mundial, possui vários atletas de qualidade internacional, dos quais se destaca o trio formado por Tiago Apolónia, João Monteiro e Marcos Freitas.

Pois bem, no domingo, sentado no sofá, tive oportunidade de assistir ao maior feito da história do ténis de mesa nacional. Tiago Apolónia, de forma surpreendente, venceu o Open da Áustria – um dos mais conceituados certames do circuito internacional – e fê-lo depois de derrotar, na final, o alemão Timo Boll, “somente” o melhor especialista europeu da modalidade e actual número 2 do planeta.

Mesmo sabendo que o atleta luso ocupava um honroso 32.º posto na hierarquia mundial, confesso que tive sérias dúvidas que conseguisse ganhar este duelo. O adversário tem uma qualidade assombrosa, possui uma experiência de anos e anos ao mais alto nível, está mais que habituado a jogar as decisões das principais competições e, na Áustria, alinhava praticamente em casa. Depois de ver Apolónia ceder o primeiro parcial apenas nas vantagens e de ter ganho o segundo com toda classe, animei um pouco. Porém, quando o germânico elevou o nível do seu jogo e disparou para uma vantagem de 3-1, pensei que o assunto estava arrumado. E se assim fosse, acrescente-se, continuaria a ser uma prestação notável por parte do nosso representante. Contudo, nestas coisas do desporto, se ser segundo é muito bom, acabar em primeiro é que fica para a história. E o jovem da Amadora também sabe isso muito bem. E como estava mesmo no seu dia, foi á procura de ser feliz.

Tiago Apolónia, perante o espanto do público austríaco (e o meu), não se intimidou com o cenário que parecia feito à medida do opositor e, com uma classe irrepreensível, fechou três “sets” consecutivos, acabando por selar um triunfo fantástico que, tenho a certeza, vale muito mais que os pontos do “ranking” ou os 16 mil dólares de prémio. Ganhar daquela forma a um dos nomes mais sonantes da modalidade faz com que Tiago Apolónia passe, em definitivo, a ser encarado com um dos grandes deste desporto. E possibilita-lhe, ao mesmo tempo, um justo reconhecimento em Portugal. É que, até à data, ser o 32.º jogador do Mundo não era suficiente para o tirar do anonimato.

PS – Não tendo conhecimentos técnicos que me permitam, através de palavras, explicar a forma impressionante como o português jogou esta final (com destaque para os três derradeiros parciais), digo apenas que, em determinados lances, o vi fazer defesas e contra-ataques que, até agora, pensava só estarem ao alcance dos espantosos chineses e de mais meia dúzia de eleitos. Bom, se calhar é mesmo assim, a questão é que eu (e não serei o único) ainda não tinha percebido que o Tiago Apolónia é um desses ases! Mas, veja com os seus olhos, e diga lá se o rapaz não nasceu mesmo para isto…

Adeptos derrotam Vieira

Eu já não tinha dúvidas antes do Benfica ir jogar ao Algarve, com o Portimonense, mas agora creio que ninguém tem: os adeptos (sejam eles do clube da Luz, do Sporting ou do FC Porto) podem estar zangados com a arbitragem, com os dirigentes, com os horários e preços das partidas, com a filosofia do treinador ou até detestar um qualquer elemento da equipa, mas quando surge a oportunidade de estar na bancada a torcer pelo emblema do coração… não ligam a mais nada, nomeadamente a estranhos apelos.

Luís Filipe Vieira, desde que chegou à liderança do Benfica, tem insistido na necessidade de os sócios e simpatizantes estarem o mais perto possível do clube. Garantiu o presidente que, se todos andassem unidos em prol da sua principal equipa de futebol, seria mais fácil atingir as vitórias. A mensagem, óbvia, foi bem aceite. E a comprovar o respeito por essa lógica, basta recordar as autênticas romarias que a formação benfiquista provocou a época passada, quando lutava ponto a ponto com o Sporting de Braga. Na altura, ninguém (a começar por Vieira) teve dúvidas em considerar que, em quase todas as partidas, o apoio dos adeptos foi determinante.

Ora, sabendo a história recente, não se consegue perceber que o homem que mais tem feito para agitar as bases do clube (os contínuos périplos pelas casas do clube, no país e no estrangeiro, têm uma sido uma imagem de marca da gestão de Vieira), de um momento para o outro, se tenha lembrado de abdicar de um dos principais trunfos do Benfica para, dessa forma, pressionar quem quer que seja. A opção, para além de bastante discutível, parecia condenada ao insucesso. Só que, na Luz, esta gigantesca evidência passou despercebida à Direcção. Foi um erro estratégico tremendo que, ainda por cima, obrigou jogadores e técnicos a discursos de ocasião, pois esses, mesmo dizendo o contrário, também não concordo com boicotes ao jogos fora.

Com a forte presença no Estádio Algarve (seriam seguramente mais de 10 mil), os adeptos benfiquistas explicaram a Vieira que, independentemente de apreciarem o seu trabalho, jamais optarão por seguir um atípico conselho que, na génese, choca com os seus sentimentos. A “nação encarnada” (tal como a verde ou a azul e branca) pode estar disposta a muitos sacrifícios pelo seu emblema, mas não lhe peçam para abandonar a equipa de futebol. E isso, em bom rigor, é que faz sentido. Os clubes grandes são grandes exactamente porque não se esgotam numa pessoa ou numa ideia.

Júlio César sem palavras

24 Outubro, 2010 0

Estava Júlio César, guarda-redes brasileiro do Inter de Milão, tranquilamente a ser protagonista num programa televisivo, quando o apresentador transalpino anunciou que a esposa do “keeper”, a actriz Susana Werner, também se encontrava no estúdio. Depois, veio uma intrepretação romântica de  “Eu Sei Que Vou Te Amar”, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, e o guardião ficou sem palavras. Confira:

Foto surpreendente

23 Outubro, 2010 0

A melhor imagem captada pelos fotógrafos de serviço no “Grand Prix” de futsal (um Mundial oficioso da modalidade) permitiu observar o iraniano Daneshvar com uma peça de roupa muito curiosa, mais ainda pelo simples facto de a competição estar a ser disputada… no Brasil!

A verdade sobre o Iraque

Por muito que se tente esconder determinadas verdades (necessariamente inconvenientes), mais tarde ou mais cedo a grande maioria acaba por chegar ao conhecimento do público. E é nessa altura que até os mais acérrimos defensores de causas duvidosas constatam que, afinal, estavam a ser enganados. Vem isto a propósito do recente anúncio de mais algumas atrocidades que têm sido cometidas no Iraque com a justificação de que era necessário retirar do poder um tirano lunático como Saddam Hussein. Pois bem, feitas as contas, se calhar o povo iraquiano tinha ganho mais em ter lá um homem desprezível e anti-democrático. Tem dúvidas? Então leia estes despachos da Agência Lusa e assista ao vídeo da Al-Jazeera:

(Primeiro texto)

A cadeia televisiva Al-Jazeera revelou sexta-feira informação sobre os documentos do site WikiLeaks relativos à guerra no Iraque, indicando um número superior de vítimas civis e a ocultação de casos de tortura. 

A informação adiantada pela Al-Jazeera – que antecipa a prevista divulgação dos documentos, no sábado, pelo WikiLeaks – assegura que “o número de mortos civis é muito maior ao que se estipula oficialmente”.

Os relatórios documentam também, segundo a televisão do Qatar, que depois da guerra, iniciada em março de 2003, produziram-se “numerosos casos de tortura, humilhação e homicídios contra civis por parte das forças iraquianas”.

Registam também “mais casos de vítimas civis da Blackwater [empresa de segurança americana que mudou de nome para XE nome]”.

Os documentos do WikiLeaks, citados pela Al-Jazeera, revelam ainda que o exército norte-americano “ocultou casos de tortura nas prisões iraquianas” e que existirão relatórios norte-americanos que implicam o primeiro-ministro iraquiano em funções, Nuri al Maliki, na formação de “equipas encarregadas de realizar torturas e matanças”.

O Ministério da Defesa norte-americano assegurou hoje que não espera “grandes surpresas” da grande quantidade de documentos sobre a guerra no Iraque que o WikiLeaks vai divulgar, se bem que voltou a alertar que poderão pôr em risco as tropas norte-americanas no país.

O WikiLeaks convocou a comunicação social, através do Twitter, para uma conferência de imprensa, algures na Europa, presumivelmente em Londres, para divulgar os documentos, no que será a maior fuga de informação da história dos Estados Unidos. 

O Pentágono considera que os documentos a divulgar, estimados em 400 mil, são relatórios de terreno sobre a guerra no Iraque, conhecidos como “Significant Activities”, ou SIGACT, no jargão militar.

A ser feita, esta divulgação será muito maior do que a já protagonizada pelo WikiLeaks em julho, quando revelou 92 mil relatórios secretos das forças armadas norte-americanas sobre a guerra no Afeganistão.

(Segundo texto)

Pelo menos 109 mil pessoas, das quais 63% civis, foram mortas no Iraque depois da invasão norte-americana, revelam os documentos secretos obtidos pelo site WikiLeaks e revelados hoje pela televisão Al-Jazeera .

O período de tempo deste levantamento situa-se entre março de 2003 e o fim de 2009.

Segundo a cadeia televisiva do Qatar, “os documentos confidenciais obtidos pelo WikiLeaks revelam que as forças norte-americanas dispunham de um balanço dos mortos e feridos iraquianos, apesar de o negarem publicamente”.

Adianta a cadeia televisiva que os registos “mostram que o conflito fez 285 mil vítimas, das quais pelo menos 109 mil mortos”, entre 2003 e o fim de 2009. Dos mortos, 63% eram civis.

Um balanço norte-americano, publicado no fim de julho no site do Comando Central do Exército (Centcom) , indica que entre janeiro de 2004 e agosto de 2008, o período mais sangrento em sete anos de guerra, foram mortos cerca de 77 mil iraquianos, dos quais 63.185 civis e 13.754 membros das forças de segurança.

A avaliação do número de vítimas iraquianas desde a invasão lançada pelos Estados Unidos em março de 2003 alimenta controvérsias e varia, conforme as fontes, desde menos de 100 mil a várias centenas de milhares.

Num relatório publicado em outubro de 2009, o Ministério dos Direitos Humanos iraquiano avançou o número de 85.694 mortos e 147.195 feridos.

O site independente da Internet Iraq Body Count estima, por sua vez, que o número de civis mortos desde 2003 se situa entre 98.252 e 107.235 pessoas.

Um estudo publicado na revista britânica “The Lancet ” em 2006 concluía que a guerra custara a vida a 655 mil iraquianos.

Um outro balanço baseado no site independente www.icasualties.org aponta para a perda de vida por parte de 4.425 militares norte-americanos no Iraque desde 2003.


Já cá tínhamos poucos…

Que o País anda cheio de “mafiosos” de segunda linha já todos nós tínhamos percebido. Agora, segundo li no Diário de Notícias, parece que começamos a ter os verdadeiros. Só nos faltava mais esta…

O chefe mafioso Giovanni Lore, 50 anos, 1,85 metros de altura e 120 quilos de peso, procurado pelas autoridades italiana e espanhola, só passava despercebido aos olhos de alguns na zona do Bombarral. Não passou aos dos investigadores da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, que há quatro meses seguiam os seus passos e vigiavam a casa onde morava na aldeia do Carvalhal e também numa outra casa, em Cintrão, Bombarral, onde manteria uma relação amorosa com uma mulher.

Giovanni foi detido na quinta- -feira à noite na companhia de outros três italianos – também supostos mafiosos da siciliana Cosa Nostra – dois portugueses e uma brasileira. Loro estava em Portugal há nove meses depois de ter fugido das autoridades espanholas da zona de Vigo. “Fui eu que o fui buscar ao Hotel Comendador, em Lisboa e o trouxe para o Cadaval”, conta o taxista do Bombarral Carlos Nogueira, que acaba de perder um grande cliente. “Por mês, só ele pagava-me mais de 1500 euros”, relata o taxista . “A maior parte dos serviços era para transportar acompanhantes de luxo, ou seja, prostitutas, à casa dele no Carvalhal. Podiam vir de Lisboa ou de Santarém”, conta Carlos Nogueira, a quem Giovanni está a dever dinheiro. “Ele pagava sempre, mas agora estava a dever 3500 euros”, lamenta. Carlos Nogueira chegou a visitar a casa do alegado mafioso. O italiano até lhe pedia para comprar comprimidos para aumentar a potência sexual. “Cheguei a avisá-lo para ter cuidado com o coração”, recorda.

O taxista é caso raro. Na aldeia do Carvalhal poucos privavam com Giovanni. “Só no [supermercado] Modelo do Bombarral é que ele falava muito alto quando estava a comprar comida. Aqui na aldeia só víamos o corrupio de carros e camiões na Vivenda do Sossego”, explica uma vizinha.

Daniel, outro dos supostos mafiosos detidos, era a grande companhia de Giovanni. “Levei-os várias vezes a casas de prostituição na zona de Santarém e também em Lisboa ao [clube] Gallery e Night&Day. Só na semana passada fiz 14 serviços para Lisboa com eles”, recorda o taxista.

Giovanni, segundo a mesma fonte, era “sovina”, mas estava sempre pronto a comprar tudo. “Via uma bomba de gasolina ou um bom negócio e queria comprar. Até a minha casa ele quis comprar”, diz.

As buscas da PJ incidiram também na localidade de Cintrã, em casa de uma alegada companheira do italiano. Segundo a Judiciária, Giovanni tem pendente um mandado europeu de detenção por ligações à Mafia siciliana. “Fez parte de um grupo de trinta pessoas que foi detido no início do ano na Sicília”, explica a PJ.

O italiano chegou a Portugal vindo de Espanha, onde, em Agosto, 14 homens que supostamente trabalhavam para Giovanni foram detidos numa operação policial. São acusados de tráfico de droga, armas, negócios relacionados com a prostituição e branqueamento de capitais. Segundo as autoridades espanholas, o mafioso, através de uma empresa de importação de peixe em Vigo, na Galiza, terá “lavado” dois milhões e meio de euros.

Por cá, Giovanni Lore intitulava-se empresário na área dos congelados. “Chegou até a oferecer- -me alguns carabineiros que disse terem vindo da pesca na Galiza”, recorda Sónia Fernandes, funcionária de um café que o italiano e o seu grupo frequentavam. “Tinham uma postura desconfiada, mas aqui não temos nada a apontar, pagaram sempre tudo o que consumiram”, afirma, lembrando as “grandes despesas”, especialmente com bebidas alcoólicas.

(Texto de Luís Fontes, retirado do site do Diário de Notícias)

Abençoada Liga Europa

22 Outubro, 2010 0

Sem espinhas e com classe. Foi assim que FC Porto e Sporting resolveram os seus embates referentes à terceira jornada da fase de grupos da Liga Europa, assegurando, quase definitivamente, a questão da qualificação. Para as contas de Portugal na UEFA foram mais dois preciosos resultados. Aliás, esta ronda europeia só não foi perfeita porque, em Lyon, em duelo da “Champions”, o Benfica não se portou à altura das exigências. Ainda assim, no cômputo geral, os números nacionais são bastante interessantes, sendo praticamente certo que, em breve, voltaremos a ter duas equipas garantidas na Liga dos Campeões. Mas, não vá o diabo tecê-las, o melhor é aguardar por mais uns pontinhos lusos e, ao mesmo tempo, por uns tropeções russos e ucranianos…

Em Istambul, perante o Besiktas, o FC Porto fez uma exibição de grande nível, devidamente confirmada pelo “score” de 3-1 que, diga-se em abono da verdade, até podia ter sido mais dilatado. O tradicional ambiente hostil, a ridícula arbitragem de um espanhol sem a mínima preparação para a tarefa (prejudicando os dragões de forma inequívoca), os largos minutos em inferioridade numérica e o valor da equipa local (evidente na primeira parte) não foram suficientes para atrapalhar os portistas que, sem discussão, assinaram uma das melhores prestações da época e garantiram o 13º sucesso em 14 partidas oficiais.

Em Alvalade, mal a partida com os belgas do Gent começou… já estava tudo decidido. E no final, o gordo “placard” só peca por escasso. A formação de Paulo Sérgio fez o suficiente para vencer de forma ainda mais clara, desperdiçando uma mão cheia de excelentes oportunidades, embora seja justo dizer que, por agora, eficácia é coisa de que os sportinguistas não se devem queixar quando em causa estão os embates internacionais. O leão parece mesmo talhado para esta competição, pois internamente o passo tarda em ser acertado. Talvez agora, com a recuperação psicológica do goleador Liedson, a situação melhore. No entanto, não deixa de ser curioso ver como a equipa tem duas faces tão distintas, até porque o Sporting já perdeu pontos (mais que uma vez) no Campeonato com equipas teoricamente bem mais acessíveis que os adversários que tem ultrapassado sem sobressaltos na Liga Europa.