Olhos de ver

O avançado brasileiro Adriano é tão bom a rematar às balizas contrárias quanto a arranjar confusão. Agora, quando se apresta para regressar a Itália depois da passagem pelo Flamengo (algo me diz que a AS Roma se vai arrepender, mais tarde ou mais cedo, desta contratação), surgiu na primeira página do jornal “O Dia”, do Rio de Janeiro, empunhando uma metralhadora! Como se isso não fosse suficientemente grave, o futebolista aparece acompanhado de um alegado traficante da Vila Cruzeiro e, numa segunda foto, faz o gesto caracterísico de apoio ao Comando Vermelho, o grupo criminoso mais famoso do Brasil. 

Segundo Gilmar Rinaldi, agente do jogador, o caso não é bem o que parece. “No dia 6 de junho de 2007, sofremos tentativas de extorsão por causa destas fotos, que foram tiradas na casa do Adriano, na Itália, e fui na Polícia Federal, onde até hoje corre o processo no Rio de Janeiro. A arma que o Adriano segura é de paintball, não é de verdade. E a outra, dourada, que está com um amigo dele, é um abajur quebrado que ele tinha na Itália”, defendeu em entrevista à Sport TV brasileira.

“Mais de uma vez foram feitas tentativas de extorsão. Há alguns meses as fotos iriam aparecer no programa Fantástico, mas a TV Globo confirmou que as armas não eram de verdade. Depois tentaram vender as fotos para a Record. São pessoas que querem dinheiro e prejudicar o Adriano”, prosseguiu Gilmar Rinaldi.

Independentemente das armas serem verdadeiras ou falsas, é cada vez mais evidente que a estabilidade emocional de Adriano continua em causa. É que, antes desta embrulhada – que o obrigou a comparecer perante as autoridades esta segunda-feira -, em Abril, o avançado viu-se envolvido noutra confusão, pois comprou uma moto que acabou registada no nome da mãe de um traficante. E é melhor nem falar do episódio em que, acompanhado de outros jogadores, resolveu a ir um baile “funk” nuna zona pouco recomendada e onde teve valente discussão com a namorada.

Agora, para acalmar, nada melhor que regressar ao país onde, segundo o próprio, se sentia infeliz há uns meses e onde sentia a tentação de beber em demasia…

Desenganem-se todos os que pensam que só em Portugal é que acontecem imprevistos aos apresentadores televisivos como sucedeu, recentemente, na RTP1. Ora veja lá esta situação nos Estados Unidos…

Lembra-se de, há uns anos, ter sido notícia uma tal de Ana Paula Oliveira? Não?! Vou tentar ajudar: era “bandeirinha” no futebol brasileiro e saltou para a ribalta porque, fora dos relvados, resolveu tirar umas fotos… artísticas.

Pois bem, depois de ter sido “amavelmente” aconselhada a sair de cena da arbitragem, Ana Paula reapareceu nos últimos dias, agora na pele de apresentadora de um programa de entrevistas na TV Record.

A ex-assistente escolheu para primeiro convidado do seu programa o árbitro Carlos Eugênio Simon, juiz escalado para marcar presença no Mundial da África do Sul. E uma das perguntas que fez foi, no mínimo, polémica. “Pensa ter sido chamado por ser bom profissional ou bom político?”

O sérvio Novak Djokovic não é só um dos melhores tenistas mundiais. O rapaz, que já venceu o Estoril Open, gosta (para além de futebol) de, com regularidade, exibir os seus dotes de comediante. E como? Quase sempre aproveitando uma ou outra característica de alguém famoso no mundo das raquetas para, com maior ou menor piada, fabricar uns números humorísticos que, basicamente, agradam a quase todos os que os observam… menos aos visados.

Em Roland Garros, ajudado pelo compatriota Viktor Troicki, Djokovic lembrou-se de parodiar o recente vídeo da colombiana Shakira. E porquê? Essencialmente porque o vídeo de “Gipsy” conta com a participação do espanhol Rafael Nadal.

Que se saiba, o maiorquino ainda não se pronunciou sobre o sucedido, mas o companheiro Fernando Verdasco – bom conhecedor do feitio do canhoto – já afirmou que, muito provavelmente, ele não vai gostar. “É melhor perguntarem-lhe, mas não me parece que vá apreciar”, disse, acrescentando que “Djokovic gosta de ser engraçado”.

Dê uma espreitadela no original e na “cópia” e diga de sua justiça…

A competição não era a mais forte do Velho Continente, nem o adversário da final figura entre os grandes emblemas da modalidade, mas isso não retira qualquer brilho ao feito. O Sporting conquistou a Taça Challenge, em andebol, conseguindo algo que nunca uma formação nacional havia logrado: arrebatar um troféu europeu.

Os polacos do MMTS bem se esforçaram para impedir a concretização do sonho da equipa liderada pelo técnico Paulo Faria mas, tal como já se tinha percebido no duelo da primeira mão, também no embate decisivo evidenciaram ter menos capacidade que o conjunto leonino.

Numa jornada histórica para o andebol luso, assim como para o clube de Alvalade, só pareceu estranho ver o Sporting fazer uma festa bonita… em Almada. Um clube com tão grande prestígio não pode passar a vida a obrigar jogadores e adeptos a vaguear por uns quantos recintos da capital e das redondezas.

José Eduardo Bettencourt, que presenciou “in loco” a partida, devia eleger como uma das suas missões a curto prazo a construção de um pavilhão. Eu sei que já abordou o tema várias vezes, só que a questão, em definitivo, tem de passar das palavras aos actos. A existência de infra-estruturas adequadas não devia ser um privilégio do futebol, nem que para isso seja necessário sacrificar a contratação de um ou dois futebolistas, alguns dos quais jamais serão capazes de protagonizar momentos como aqueles que se viram… em Almada!

A poucos dias do arranque do Campeonato do Mundo, estalou a polémica nos Camarões. Roger Milla, a maior figura da história futebolística do país, deu uma entrevista à Agência France Press onde colocou em causa o rendimento do avançado Samuel Eto'o ao serviço dos “Leões Indomáveis”.

“Até agora, é verdade, ele já fez muito pelo Barcelona e pelo Inter, mas pelos Camarões… não”, atirou uma das grandes figuras dos Mundiais de 1990 (marcou 4 golos) e 1994 (tornou-se, aos 42 anos, o mais velho futebolista a marcar na fase final de um Campeonato do Mundo).

“Eto'o nunca cumpriu com as expectativas depositadas nele ao serviço da selecção. Para mim, tudo começa com um problema de disciplina. Ele já desrespeitou vários companheiros de equipa, situação que jamais se tinha visto na equipa dos Camarões”, reforçou Milla.

A confirmar o seu pessimismo em relação à campanha na África do Sul, Milla também mostrou não acreditar no trabalho do técnico Paul Le Guen. “Não estive de acordo com vários dos jogadores escolhidos. Mas, o pior é que ele não transmite confiança alguma aos atletas. A prestação no Campeonato Africano, em Angola, foi muito decepcionante”, concluiu.

Imagine que alguém, seguramente com pouco para fazer, resolve criar um alfabeto diferente, construído a partir de imagens aéreas na região de Vitória, na Austrália. O resultado é inesperado mas curioso.

Tenho de começar por dizer que nunca “morri de amores” por Jesualdo Ferreira. Em traços gerais, sempre vi nele uma pessoa com ar demasiado pesado, algo carrancudo, capaz de protagonizar situações como aquela em que, depois da final da Taça de Portugal, abandonou a sala de imprensa por não apreciar as questões colocadas pelos jornalistas. Por norma, assumo o defeito, tenho dificuldade em simpatizar com pessoas assim. Mas, tendo capacidade para assumir que é injusto catalogar seja quem for apenas pelo que parece, chegou-me aos ouvidos – há muitos anos – que ele também não simpatizava comigo. Tudo bem, isso não interessa para o caso e, se calhar, estamos ambos enganados. Adiante…

Já todos sabíamos que o futuro imediato de Jesualdo não passava pelo FC Porto. Logo, o anúncio da rescisão de contrato com os dragões não surpreendeu ninguém. Tratou-se, tão somente, de uma mera formalidade. Mas, ainda assim, faço questão de aproveitar a ocasião para afirmar que, para mim, o treinador merecia mais. E quando digo mais, estou a pensar em mais tempo à frente do clube azul e branco. E nem o facto da maioria dos sócios e simpatizantes portistas defender o contrário me leva a alterar a minha ideia.

Eu sei que Pinto da Costa é pouco dado a ligações prolongadas – escusam de tentar ler nas entrelinhas, porque estou apenas a falar de futebol – e que, mesmo assim, Jesualdo teve direito a 4 anos no cargo o que, creio eu, é um recorde na vigência do eterno líder nortenho. No entanto, só em Portugal é que alguém é demitido das suas funções quando, em 4 temporadas, conquistou 3 campeonatos, uns quantos troféus (esta época, mesmo com Benfica e Sp. Braga em grande, foram mais dois) e andou sempre entre os primeiros.

Sabendo perfeitamente que os adeptos do FC Porto – a exemplo do que sucede na maioria dos clubes grandes na Europa ou América do Sul – só conseguem olhar para os resultados do momento, reafirmo a ideia de que é injusto não levar até ao fim a ligação com alguém que, em traços gerais, fez um trabalho notável no Dragão. Pelo meio cometeu erros, teve opções discutíveis como acontece com qualquer treinador e até optou por comentários infelizes na tentativa de explicar alguns maus resultados ou atitudes menos elegantes. Mas, sejamos realistas, tais “deslizes” são normais num mundo tão intenso e onde se passa, rapidamente, de bestial a besta.

Jesualdo teve a arte e o engenho necessários para quebrar a normal desconfiança de quem, no Porto, sempre o viu como benfiquista. E revelou também a competência necessária para, ano após ano, saber reconstruir uma equipa que, invariavelmente, foi perdendo várias das suas jóias. O técnico fez isso sem se lamentar e, basicamente, contribuiu decisivamente para que o empregador fosse continuando a ganhar títulos e dinheiro. E isso, naturalmente, não é fácil. E merece todos os elogios. Mesmo de quem não simpatiza com o seu ar…

PS – Ainda não se sabe quem será o substituto de Jesualdo, mas consta que poderá ser André Villas-Boas. Sobre ele mantenho a ideia de outros escritos: parece ter o condão de interessar a tudo quanto é clube sem, digo eu, ter mostrado ainda grande coisa. Mas, como sempre ouvi dizer, por vezes é mais importante “cair em graça do que ser engraçado”. Este jovem treinador pode até vir, um dia, a ser o melhor do Mundo, mas dificilmente, nesta altura, justifica tanta cobiça.

Há por aí muita rapaziada capaz de fazer “números” verdadeiramente espantosos. Este, confesso, é dos mais improváveis a que tenho assistido. O jovem “shaolin” parece ser feito de um material diferente do resto dos humanos. Já vi as imagens uma boa meia dúzia de vezes e ainda não consegui perceber como é que é possível fazer determinados gestos sem, basicamente, ficar em situação crítica. Com toda a sinceridade aconselho os visitantes deste blog a não tentar repetir o que vão ver. Se mesmo assim considerarem que devem seguir em frente… tenham sempre presente que eu avisei para estarem quietos.

Não sou admirador dos simuladores de corridas de automóveis. Mas, se isso é verdade, também me parece que, perante determinadas novidades, até seria capaz de gastar uns minutos a tentar mostrar os meus dotes. Neste caso, creio que não seria o único a pensar assim, mesmo tendo em conta que deve ser estranho pilotar um carro como se se tratasse de um avião…