Política do BCE beneficiou mais o centro da Europa

18/02/2013
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Vítor Constâncio e Mario Draghi, vice-presidente e presidente do BCE na conferência de imprensa mensal de 7 de Fevereiro Fonte: Ralph Orlowski/Bloomberg

 

É talvez a análise económica mais interessante nas notícias de hoje. O Financial Times dá conta de uma análise do Barclays ao financiamento obtido no mercado de capitais pelas empresas europeias na segunda metade de 2012 (Eurozone core cashes in on cheap borrowing). As empresas sedeadas em França, Alemanha, Bélgica e Holanda terão aumentado em termos líquidos o seu financiamento em 37 mil milhões de euros em empréstimos baratos, beneficiando das medidas adoptadas pelo BCE para baixar  risco da região. Já em Itália, Espanha, Portugal e Grécia o sector empresarial não financeiro aumentou o seu endividamento  mercado apenas 12 mil milhões de euros em termos líquidos, um montante concentrado em grandes empresas como a Telecom Itália e Telefonica. Ao mesmo tempo, escreve o jornal, estes países viram o financiamento bancário reduzir-se 65 mil milhões de euros. A fragmentação da Zona Euro pode ter-se reduzido, mas o problema mantém-se agudo. Além disso, estamos também a ler:

2. Carney says his Job is helping with BoE refounding. O futuro presidente do Banco de Inglaterra assume uma refundação na autoridade monetária britânica. Carney, que sai do Banco de Canadá, tem defendido que um banco central deve ter como referência de actuação o PIB nominal e não a inflação, como acontece com a maioria dos bancos centrais.

3. G-20 signals support for japan easing without yean talk. Os líderes do G-20 voltaram a vincar a importância dos principais blocos e países permitirem que as suas moedas flutuem ao sabor dos fundamentais económicos, mas suavizaram a posição sobre o Japão, que cuja política monetária recente tem explicitamente favorecido uma desvalorização do Yen.

 

4. La deuda crece en 146.000 millones. O El País dá conta do impressionante aumento da dívida pública espanhola que já chega aos 84% do PIB. Foi o terceito maior crescimento da Zona Euro em 2012, escreve o jornal.

5. Ricardian equivalence and political uncertainty. Simon Wren-Lewis, no Mainly Macro, analisa a famosa teoria da equivalência ricardiana: bonita, mas teórica.

Rui Peres Jorge