Uma oportunidade perdida
Uma equipa que segue na perseguição de Sporting e FC Porto e tem a chance de recuperar pontos a ambos com um jogo em atraso frente a uma das formações mais modestas da liga não pode desperdiçar dois, como os que o Benfica deixou voar na Madeira.
A perder pontos assim a equipa encarnada coloca em causa o título frente a adversários que tem a obrigação de ultrapassar de forma inequívoca. Presidente e massa associativa não merecem. As derrotas com o Sporting ou na Champions foram com rivais do ‘mesmo campeonato’. Não é o caso. E este é um problema que Rui Vitória tem de identificar muito rapidamente. Aqui a desculpa do investimento não se coloca. Um jogador do Benfica paga o plantel do União. Têm é de jogar o dobro…
Fez bem o técnico em não repisar no final o discurso dos árbitros. Desta vez não houve casos na Madeira e competia aos encarnados terem feito mais. É verdade que o FC Porto saiu da ilha com mais pontos porque Jorge Sousa foi aselha mas insistir nessa tecla desresponsabiliza os jogadores. O Benfica tem de jogar mais. Esse é, repito, o real problema encarnado. Perdeu três vezes com os leões e nunca foi superior. Com o União foi melhor, sim, mas nos segundos 45 minutos e em ritmo cruzeiro. Não se pode dizer que por ser um adversário demasiado fechado. Em Paços levou 6-0.
Tenho dificuldade em perceber o porquê de Samaris ter perdido o lugar para Fejsa. E Vitória deve questionar-se se Renato Sanches é sempre a melhor solução. Será que Djuricic justificou algo com o que fez em Setúbal? Tudo perguntas fáceis após o empate. Mas legitimadas por ele também.
Parabéns a Norton de Matos. Sinal inequívoco de que o plantel está com ele. Não era fácil. Organização irrepreensível.
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa de Record a 16-12-2015