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Os incêndios voltaram e de forma cruel. É difícil dar grande importância ao desporto quando temos amigos obrigados a abandonar a casa, que nos ligam a chorar, sem saber se mais tarde vão ter algo a..." /> — ler mais..

Os incêndios voltaram e de forma cruel. É difícil dar grande importância ao desporto quando temos amigos obrigados a abandonar a casa, que nos ligam a chorar, sem saber se mais tarde vão ter algo a..." /> Lado B - Record

Lado B

Questão de perspetiva

3 Dezembro, 2017 0

Os incêndios voltaram e de forma cruel. É difícil dar grande importância ao desporto quando temos amigos obrigados a abandonar a casa, que nos ligam a chorar, sem saber se mais tarde vão ter algo além da roupa que levam no corpo. Percebo agora melhor o triste comportamento dos clubes e as suas guerras de alecrim e manjerona, quando há partidos políticos que usam os números de mortos numa das maiores tragédias de que há memória no país para fazer chicana política. Assusta-me, confesso, que se possa descer tão baixo. E se estou habituado a que todos os dias adeptos vilipendiem Bruno de Carvalho, Pinto da Costa ou Luís Filipe Vieira, conforme o clube que defendem, assumo que me assusta muito mais que gente que devia ter mais do que dois dedos de testa use argumentos destes em política. Ficámos surpreendidos quando Trump foi eleito nos Estados Unidos e pensámos quão tontos eram os locais em escolhê-lo. Mas são vários os sinais por cá de que uma catástrofe semelhante nos pode calhar em sorte. Teremos o que merecermos. A maioria de nós, pelo menos.

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Um bom princípio

5 Novembro, 2017 0

Com a chegada de Acuña ao estágio, Bruno de Carvalho dá a Jorge Jesus mais um reforço pedido pelo técnico e a que corresponde um avultado investimento. O treinador do Sporting defendia no final da época que não era com os miúdos que ia lá. O presidente parece ter-lhe dado ouvidos e entretanto chegaram Piccini, Mathieu, Fábio Coentrão, Battaglia, Bruno Fernandes, Doumbia e o extremo argentino. Não se pode dizer que seja coisa pouca ou jogadores de terceiro mercado. Mathieu chega do Barcelona, Coentrão do Real Madrid, Doumbia emprestado pela Roma e à exceção de Piccini todos são conhecidos dos portugueses. Entre o dinheiro investido e salários dos renomados, a SAD aposta forte em jogadores que possibilitem a JJ lutar pelo título.

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Processos árduos de construção

30 Julho, 2017 0

Após a conquista do tetra, a saborosa quarta vitória consecutiva de Luís Filipe Vieira, Sporting e FC Porto atravessam um período difícil. Envolvidos novamente em processos de reconstrução que levem à reconquista do título, mas sem o dinheiro, a base de trabalho e o saber ganhar hoje plenamente instalado na Luz. Custou mas foi. É uma das grandes obras de Vieira.

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Pormenores que fazem campeões

17 Julho, 2017 0

Mitroglou foi esta semana protagonista de duas histórias dadas a conhecer por Record que mostram como são importantes certos pormenores de que se fazem os campeões. Primeiro foi o Benfica a fretar um avião especialmente para que o internacional grego se deslocasse à Alemanha – ali assistiu ao nascimento do filho –, e após o jogo com o Estoril lá passou as folgas sem stress. Hoje o facto de o avançado estar disposto a esquecer a dor e querer ser mais um a ajudar no assalto a Vila do Conde. Organização e sacrifício são características essenciais na conquista de um título. Sei que o treinador encarnado não pode dizer o mesmo de todos. Mas são muitos os que fazem das tripas coração para jogar. É com quem conta na hora da verdade.

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Coates e Gelson são trunfos de leão

7 Abril, 2017 0

A resolução dos dossiês Coates e Gelson é uma excelente notícia para os sportinguistas. Após uma época em que as coisas raramente correram bem, enfrentar problemas com dois dos jogadores mais importantes e influentes na equipa de Jesus era tudo o que os adeptos dispensavam. Assinaram ambos até 2022 e chegam ao Dragão de cabeça limpa em relação ao futuro no clube.

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A equipa dispensava as eleições

26 Janeiro, 2017 0

Texto publicado na versão impressa a 20 de janeiro de 2017 e em Record Premium.

 

O Sporting vive uma crise desportiva evidente e com eleições à porta. O sufrágio é em si um ato perfeitamente natural e até salutar, quando se perspetivam já três candidatos. Não podia era chegar em pior altura para uma equipa em claro défice de confiança e que vê escalpelizados os problemas, de forma honesta ou mais colada a uma e outra cor, quando precisava era de paz e sossego para tentar reencontrar o caminho do sucesso. Ninguém tem culpa. Nem Bruno de Carvalho, nem os opositores. A vida tem datas e fosse o Sporting na frente não só os candidatos seriam menos, como os discursos menos fraturantes. No fundo, o que comanda os clubes são os resultados. As vitórias tudo disfarçam, as derrotas tudo colocam em causa. Papel difícil o do atual líder. Manter viva uma chama que lhe permita a reeleição e ao mesmo tempo comandar um clube que precisa de decisões claras e fortes para que a presente época não seja um tormento ainda maior. Mostra nervo ao segurar Jesus e convidá-lo para a Comissão de Honra. Os votos não são tudo.

 

Bruno de Carvalho é hoje atacado por muitos quadrantes. Dos sportinguistas que lhe desejam legitimamente o lugar, aos rivais que farejam a oportunidade de derrubar quem tanto trabalho tem dado. É mais fácil destacar o erro que foi berrar com os jogadores em Chaves do que elogiar a coragem de enfrentar os adeptos em ira. O homem é o mesmo. Tem defeitos claros e virtudes evidentes. Como quase tudo na vida.

 

A apresentação de Madeira Rodrigues foi clara. Mostrou ao que vem e apresentou ideias diferentes das do atual líder. Cabe aos sportinguistas perceberem quem melhor defenderá os seus interesses. Há tempo para isso. Tanto, que Mário Patrício também equaciona uma candidatura. Um homem mais próximo das bases e que pode ter apoios sonantes. Haverá ainda mais interessados?

O jovem talento leonino… e CR7!

12 Abril, 2016 0

Record juntou cinco dos jovens talentos da formação leonina que trabalham com Jorge Jesus e hoje pode saber o que pensam os miúdos do treinador que Bruno de Carvalho contratou para mudar a face do clube. Os elogios são muitos, o que é normal nestas coisas, mas também a confissão da exigência e da muita sabedoria futebolística de um dos mais marcantes treinadores do futebol português nos últimos anos. Não acontece muitas vezes termos a oportunidade de saber o que pensam alguns jogadores menos utilizados e que procuram um lugar ao sol no plantel. É engraçado verificar que cada um, à sua maneira, está a tentar tirar o melhor desta experiência com Jesus. É o fantasma da falta de aproveitamento da formação que em Alvalade se quer fazer evaporar. Ele não desaparece apenas com boas intenções ou palavras, mas com os atos. Mas se há jogador que parece desmistificar esta ‘perseguição’ a Jesus é Rúben Semedo. Sentou Ewerton e Paulo Oliveira. Algo que parecia impossível e tudo assente apenas no talento que JJ lhe reconhece.

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Uma derrota há muito anunciada

11 Fevereiro, 2016 3

Carrillo é jogador do Benfica. Uma novela de desfecho pouco inesperado e que se anunciava desde que o peruano e o Sporting cortaram relações. A incapacidade para se chegar a um acordo de renovação, certamente com falhas de ambas as partes, só podia acabar assim. Vieira nunca perderia a oportunidade de dar tamanha bicada a Bruno de Carvalho. Resta tentar adivinhar se o jogador não terá chegado a acordo com as águias há meses. Eis algo que nunca saberemos pois… é ilegal. Diria que nenhum jogador arrisca o futuro sem a certeza de que tem algo melhor. Alguém acredita que Maxi só disse que sim ao FC Porto após o final da época passada? E isso interessa pouco. Quem não quer perder jogadores tem de ser lesto.

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Slimani dá asas ao sonho de Jesus

18 Janeiro, 2016 0

A vitória do Sporting eleva Jesus ao estatuto de treinador de um candidato forte à conquista do título e hoje de semideus para os adeptos leoninos. Os golos de Slimani confirmaram o poder da formação sportinguista, que perdeu na posse de bola, esse um mito que Lopetegui quis importar de Espanha para a Liga nacional, mas sem a profundidade que o produto original revela. E sabe-se como as cópias são quase sempre sempre inferiores aos originais. No Dragão é o caso.

 

JJ revela uma capacidade de adaptação à realidade leonina que não parecia possível num homem da sua idade e vindo da riqueza e abastança que conheceu na Luz. Impedido de usar Carrillo, Jesus faz de Matheus e Gelson os galgos para ganhar terreno nas alas. Quando Lopetegui foi ao banco refrescar, de lá saíram craques feitos como Tello ou André André. Já na hora da juventude, com André Silva foi troca por troca com Aboubakar, acentuando a característica conservadora que lhe é imputada no banco. Uma vez mais, com custos.

 

A liderança que o Sporting perdeu na Madeira num jogo em que simplesmente não merecia a derrota, foi ontem reconquistada com brilho. E com a vitória no clássico JJ soma três triunfos frente ao Benfica e um com o FC Porto. É verdade que a Liga dos Campeões ficou pelo caminho. E que a Taça de Portugal se esfumou em Braga, mas no melhor jogo de futebol visto por cá esta época. Mas o que interessa aos adeptos é mesmo a conquista do campeonato. E a Bruno de Carvalho. E a Jesus. Eles são os homens com vontade de festejar hoje. Os protagonistas de uma onda verde que viu a frieza de Slimani dar asas ao sonho de Jesus.

 

Rui Vitória voltou a sorrir num estádio onde foi muito feliz. Renato Sanches deu-lhe razões para isso. Num jogo sem brilho, sim, mas que coloca o Benfica a dois pontos do FC Porto. E há tanto para jogar.

 

Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 3 de janeiro de 2016

Alerta porque é possível fazer mais

7 Janeiro, 2016 1

Luís Filipe Vieira foi ao Seixal falar com o plantel do Benfica. O momento desportivo está longe de ser brilhante e o presidente não quer ver repetida a pálida exibição na Madeira. A equipa ficou muitos furos abaixo do que lhe é exigido, mesmo em ano de transição. Rui Vitória tem sido o réu em todas as conversas que rodeiam o clube mas frente ao União há mais do que pouco talento do treinador. Os jogadores também não fizeram tudo o que estava ao seu alcance para bater um União em dificuldades.

 

O toque a reunir de Vieira faz sentido. O líder benfiquista tem a noção de que este é um ano difícil e que a transição de Jorge Jesus para o novo treinador dificilmente seria um mar de rosas, mas tanto Rui Vitória como os jogadores são capazes de dar mais. Essa é a oportunidade que lhes é dada. E se a manutenção na Champions agrada do ponto de vista financeiro, a derrota na Supertaça e a eliminação da Taça de Portugal deixaram dois objetivos por terra. A Europa não apaga tudo. O percurso na liga será escrutinado.

 

A estrutura do Benfica, a tal que Vieira achou que seria capaz de resistir à saída de Jesus, está também à prova nesta luta. Apoiar o treinador, ser capaz de identificar os seus pontos fracos e tentar supri-los, eis algo que o presidente espera ver feito pelos homens de confiança. A péssima exibição na Madeira deixou marcas. Não porque a águia não ganhou. Muito mais por tudo o que não fez. Daí o alerta vermelho no Seixal.

 

Vieira cometeu um erro ao menosprezar Bruno de Carvalho. Foi assim que viu JJ acabar em Alvalade. A liderança leonina deixa marcas entre os adeptos. Vilarinho identificou ontem focos de divisão no clube. É tudo isto que o presidente encarnado tem de combater com punho de ferro nos dias que correm. E em vésperas de eleições, é bom que o acompanhem. Ou perdem o lugar.

Texto publicado em Record Premium e na versão impressa de Record a 19-12-2015