Há vida além dos três grandes
TEXTO PUBLICADO EM RECORD PREMIUM E NA VERSÃO IMPRESSA A 5 DE SETEMBRO DE 2016
O Vitória de Guimarães de Pedro Martins é uma equipa a seguir com atenção esta época. Não só porque tem dado mostras de querer jogar com mais qualidade do que tem feito nos últimos anos ou porque o técnico é um dos nomes a seguir com atenção no futebol português, mas também porque Júlio Mendes é um presidente que tem feito um trabalho muito assinalável.
A recuperação financeiro-desportiva do Vitória, um dos grandes clubes do futebol português, tem sido um trabalho complicadíssimo. Ainda assim, Júlio Mendes tem tentado dar aos treinadores os melhores plantéis possíveis, sem para isso colocar em causa o futuro do clube. Um equilíbrio difícil mas que o presidente tem vivido passo a passo. Dificultado pelo Sp. Braga de António Salvador, clube e presidente hoje num patamar acima, mas que o líder vimaranense tem sabido perseguir sem perder a cabeça. A aposta em Pedro Martins e o acréscimo de qualidade no plantel são mais uma tentativa de recuperação do clube. Merece sorte. Vê-se que está a tentar fazer bem.
António Salvador tem sido pouco falado este defeso, muito porque a ‘guerra’ Benfica-Sporting ocupa o espaço mediático. Mas olhando com calma ao papel do Sp. Braga neste mercado percebe-se como correu bem para os arsenalistas. É que só os negócios Rafa e Boly deram para um encaixe fabuloso nos cofres da Pedreira. E Salvador pode gabar-se de ter sido o clube vendedor no maior negócio de sempre em Portugal.
Com um belo departamento de scouting e um presidente que se recusa a vassalagens aos grandes, como se percebeu na relação com Pinto da Costa e Vieira no caso Rafa, o Sp. Braga é hoje o quarto grande por direito. Falta-lhe o título para igualar na história os também ‘grandes’ Belenenses e Boavista. Mas se olharmos ao plantel de Peseiro vemos que fora dos grandes não há sequer parecido. Obra de Salvador.