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Lado B

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Com espírito de capitão

11 Janeiro, 2016 1252 visualizações

Tive o prazer e também o privilégio de presenciar o encontro de Adrien com crianças que vivem em instituições de proteção à procura de uma vida melhor. Aconteceu na manhã seguinte à derrota na Madeira e não podia ter sido mais feliz para os petizes. O capitão do Sporting foi um homem com H grande, atirou a tristeza para detrás das costas, retirou minutos à sua vida pessoal quando tem um bebé para nascer nas próximas horas e visitou a redação de Record para cumprir um encontro que só o enobrece. A alegria dos jovens valeu ouro, mesmo que questões de proteção de identidade não nos deixem mostrar as faces de quem sofre na pele injustiças que a idade não ajuda a combater. Se mais jogadores portugueses assumissem o mesmo papel e de uma forma mais constante, a profissão de futebolista e a exposição que propicia teria outra projeção em Portugal. Há muitas causas a precisarem de ajuda. Há muita gente a quem estes gestos ajudam a continuar a lutar. Pelos miúdos e pelos sorrisos que vi, agradeço a Adrien. Natal também é isto.

No País que vive submerso em dívidas, em que os bancos são salvos em negociatas de bastidores e somos nós que pagamos, pedir ao futebol que seja exemplar torna-se ridículo. Na condenação do Sporting no caso Doyen parece evidente que os leões se precipitaram a entender nulo o que estava contratado com os homens dos fundos. Não porque não tenham razão no verdadeiro desastre que é estar entregue a empresas pouco transparentes, de que não se sabe sequer quem são os donos ou investidores. Pior, que se metem realmente na gestão dos plantéis, com clara influência na política desportiva. Mas porque deviam ter pago e só então ter partido para a luta. Os fundos opacos são uma guerra justa. Ainda que provavelmente inglória. Mas devem ser combatidos com a razão.

 

Texto publicado a 23 de dezembro em Record Premium e na versão impressa