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O FC Porto caiu em Guimarães e com estrondo. Na mesma jornada em que o líder perdeu pontos com o último classificado, aos dragões exigia-se mais. Uma derrota cruel pelas oportunidades falhadas, pel..." /> Lado B - Record

Lado B

A liga é animada e ninguém o pode negar

29 Janeiro, 2016 0

O FC Porto caiu em Guimarães e com estrondo. Na mesma jornada em que o líder perdeu pontos com o último classificado, aos dragões exigia-se mais. Uma derrota cruel pelas oportunidades falhadas, pelo frango monumental de Casillas e pelas dificuldades que acrescenta não só na luta pelo título como na sucessão a Julen Lopetegui. Não é uma decisão fácil a que se pede célere a Pinto da Costa. Villas-Boas é impossível, Marco Silva difícil pela incapacidade demonstrada para negociar com os gregos e Sérgio Conceição rejeita ser um papel de embrulho até chegar um salvador. E a Liga está mais longe.

 

Bonita a reação de Sérgio Conceição no final do V. Guimarães-FC Porto. Uma lição de dignidade. Se sair hoje para o Dragão, pode fazê-lo de cabeça bem erguida.

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Nem todos podem ser heróis

21 Janeiro, 2016 0

Enquanto escrevo estas linhas, David Bowie toca em Alvalade. Infelizmente apenas na RTP Memória, mas num estádio que poucas vezes foi pisado por génios maiores. Estava lá nessa noite, como nas em que tocaram os U2 ou por lá andou Diego Armando Maradona. Ídolos todos temos. E os nossos são sempre melhores do que os dos outros. Como os filhos. Não há mais bonitos do que os nossos. E a razão não é coisa para aqui chamada. A emoção manda. David Bowie é um herói que me tocou como poucos. Talvez porque goste muito de futebol mas a música me seja ainda mais preciosa. E depois há quem saiba ser ídolo e quem desbarate o talento com atitudes que nada têm a ver com aquilo que produzem. E se aos grandes artistas se perdoa muito, para outros a pachorra vai faltando.

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Um falhanço e dos grandes

Julen Lopetegui já não é treinador do FC Porto. A notícia não surpreende. O espanhol já tinha uma relação muito degradada com a exigente massa associativa dos dragões e apesar de a administração da SAD ter apelado à compreensão dos Super Dragões, a falta de resposta dos jogadores e a perda da liderança em apenas duas jornadas levou Pinto da Costa e Antero Henrique a darem como terminado um reinado que saudades deixa muito poucas. O FC Porto conquistou zero títulos a época passada e parecia seguir o mesmo trilho em 2015/16. O treinador que abandona o Dragão parece nunca ter entendido o futebol português, as suas rasteiras e dificuldades. Pior do que isso, nunca colocou a render os dois plantéis milionários que teve nas mãos. E isso é algo que nem a estrutura lhe perdoa.

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Um alerta que se entende bem

18 Janeiro, 2016 1

O alerta de Jorge Jesus para o jogo de Setúbal tem razão de ser. Os leões atravessam um ciclo complicadíssimo, provavelmente o pior em termos de calendário na liga, mas os três pontos conquistados no clássico valem exatamente o mesmo dos que estão em disputa no Bonfim e na receção ao Sp. Braga. Manter a equipa focada e capaz de entender que o próximo jogo é sempre o mais difícil é uma das tarefas mais árduas dos treinadores. Não relaxar após bater o FC Porto pode ser determinante para manter a liderança. E isto tendo em conta que o Vitória é só o 5.º classificado e tem jogado olhos nos olhos com toda a gente.

 

Jesus é uma velha raposa. E sabe que ainda não ganhou nada. Num balneário pouco habituado a ganhar, tenta evitar deslumbramentos. A derrota na Madeira pode ter ajudado alguns a entender a importância de manter o melhor nível em todos os jogos. Mas numa semana em que disputa 9 pontos frente a FC Porto, Vitória e Sp. Braga, JJ sabe que vai precisar de todos no máximo.

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Slimani dá asas ao sonho de Jesus

A vitória do Sporting eleva Jesus ao estatuto de treinador de um candidato forte à conquista do título e hoje de semideus para os adeptos leoninos. Os golos de Slimani confirmaram o poder da formação sportinguista, que perdeu na posse de bola, esse um mito que Lopetegui quis importar de Espanha para a Liga nacional, mas sem a profundidade que o produto original revela. E sabe-se como as cópias são quase sempre sempre inferiores aos originais. No Dragão é o caso.

 

JJ revela uma capacidade de adaptação à realidade leonina que não parecia possível num homem da sua idade e vindo da riqueza e abastança que conheceu na Luz. Impedido de usar Carrillo, Jesus faz de Matheus e Gelson os galgos para ganhar terreno nas alas. Quando Lopetegui foi ao banco refrescar, de lá saíram craques feitos como Tello ou André André. Já na hora da juventude, com André Silva foi troca por troca com Aboubakar, acentuando a característica conservadora que lhe é imputada no banco. Uma vez mais, com custos.

 

A liderança que o Sporting perdeu na Madeira num jogo em que simplesmente não merecia a derrota, foi ontem reconquistada com brilho. E com a vitória no clássico JJ soma três triunfos frente ao Benfica e um com o FC Porto. É verdade que a Liga dos Campeões ficou pelo caminho. E que a Taça de Portugal se esfumou em Braga, mas no melhor jogo de futebol visto por cá esta época. Mas o que interessa aos adeptos é mesmo a conquista do campeonato. E a Bruno de Carvalho. E a Jesus. Eles são os homens com vontade de festejar hoje. Os protagonistas de uma onda verde que viu a frieza de Slimani dar asas ao sonho de Jesus.

 

Rui Vitória voltou a sorrir num estádio onde foi muito feliz. Renato Sanches deu-lhe razões para isso. Num jogo sem brilho, sim, mas que coloca o Benfica a dois pontos do FC Porto. E há tanto para jogar.

 

Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 3 de janeiro de 2016

Um prémio merecido e um Natal curto

14 Janeiro, 2016 0

Pauleta, Scolari, Rui Costa, Cristiano Ronaldo, Figo, José Mourinho, Hulk, Pepe, Rui Costa, Jorge Jesus e Luisão. O Prémio Artur Agostinho é hoje um galardão respeitado, que só alguns podem almejar receber, porque uma vida dedicada ao desporto e recheada de sucessos isso lhes permite. O central e capitão é um contemplado justíssimo. Os 12 anos ao serviço do Benfica não deixarão dúvidas a muitos, mesmo aqueles cujo coração vibra com outras cores. Luisão é hoje uma referência do emblema da águia, mas um jogador respeitado pelos rivais. Muitas alegrias, algumas tristezas, um percurso cheio de aventuras para contar aos netos. Portugal é um segunda casa para o central, que o recebeu de braços abertos e o admira há muito. E se Luisão diz que ainda acredita, cuidado com o Benfica.

 

O Natal vai passando e as curtas tréguas registadas no futebol português devem estar para rebentar em breve. O clássico está aí à porta e as coisas prometem aquecer. De cadeirinha estarão os encarnados, à espera de ganhar pontos à concorrência.

 

Necessário será, no entanto, levar a sério a ida a Guimarães. Entre leões e dragões o ambiente tem estado mais sereno do que no eixo Alvalade-Luz. Resta esperar para ver quais as estratégias dos respetivos departamentos de comunicação. O Sporting tem optado pelo ruído constante, sem dar descanso aos adversários. O FC Porto, talvez mais confortável, tem escolhido o silêncio. Terá piada ver os caminhos escolhidos.

 

Hoje há futebol em Inglaterra. Ali não se brinca e nestes dias costumam suceder coisas bizarras. Este ano serão menos, porque toda a época tem propiciado resultados inesperados. Na certeza de que o Chelsea sucumbiu à facilidade em que todos alinham, de sacrificar o treinador quando a cama lhe é bem feita, resta saber o que nos reserva ainda o mais delicioso dos campeonatos.

 

Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 25 de dezembro de 2016

Com espírito de capitão

11 Janeiro, 2016 0

Tive o prazer e também o privilégio de presenciar o encontro de Adrien com crianças que vivem em instituições de proteção à procura de uma vida melhor. Aconteceu na manhã seguinte à derrota na Madeira e não podia ter sido mais feliz para os petizes. O capitão do Sporting foi um homem com H grande, atirou a tristeza para detrás das costas, retirou minutos à sua vida pessoal quando tem um bebé para nascer nas próximas horas e visitou a redação de Record para cumprir um encontro que só o enobrece. A alegria dos jovens valeu ouro, mesmo que questões de proteção de identidade não nos deixem mostrar as faces de quem sofre na pele injustiças que a idade não ajuda a combater. Se mais jogadores portugueses assumissem o mesmo papel e de uma forma mais constante, a profissão de futebolista e a exposição que propicia teria outra projeção em Portugal. Há muitas causas a precisarem de ajuda. Há muita gente a quem estes gestos ajudam a continuar a lutar. Pelos miúdos e pelos sorrisos que vi, agradeço a Adrien. Natal também é isto.

No País que vive submerso em dívidas, em que os bancos são salvos em negociatas de bastidores e somos nós que pagamos, pedir ao futebol que seja exemplar torna-se ridículo. Na condenação do Sporting no caso Doyen parece evidente que os leões se precipitaram a entender nulo o que estava contratado com os homens dos fundos. Não porque não tenham razão no verdadeiro desastre que é estar entregue a empresas pouco transparentes, de que não se sabe sequer quem são os donos ou investidores. Pior, que se metem realmente na gestão dos plantéis, com clara influência na política desportiva. Mas porque deviam ter pago e só então ter partido para a luta. Os fundos opacos são uma guerra justa. Ainda que provavelmente inglória. Mas devem ser combatidos com a razão.

 

Texto publicado a 23 de dezembro em Record Premium e na versão impressa

Alerta porque é possível fazer mais

7 Janeiro, 2016 1

Luís Filipe Vieira foi ao Seixal falar com o plantel do Benfica. O momento desportivo está longe de ser brilhante e o presidente não quer ver repetida a pálida exibição na Madeira. A equipa ficou muitos furos abaixo do que lhe é exigido, mesmo em ano de transição. Rui Vitória tem sido o réu em todas as conversas que rodeiam o clube mas frente ao União há mais do que pouco talento do treinador. Os jogadores também não fizeram tudo o que estava ao seu alcance para bater um União em dificuldades.

 

O toque a reunir de Vieira faz sentido. O líder benfiquista tem a noção de que este é um ano difícil e que a transição de Jorge Jesus para o novo treinador dificilmente seria um mar de rosas, mas tanto Rui Vitória como os jogadores são capazes de dar mais. Essa é a oportunidade que lhes é dada. E se a manutenção na Champions agrada do ponto de vista financeiro, a derrota na Supertaça e a eliminação da Taça de Portugal deixaram dois objetivos por terra. A Europa não apaga tudo. O percurso na liga será escrutinado.

 

A estrutura do Benfica, a tal que Vieira achou que seria capaz de resistir à saída de Jesus, está também à prova nesta luta. Apoiar o treinador, ser capaz de identificar os seus pontos fracos e tentar supri-los, eis algo que o presidente espera ver feito pelos homens de confiança. A péssima exibição na Madeira deixou marcas. Não porque a águia não ganhou. Muito mais por tudo o que não fez. Daí o alerta vermelho no Seixal.

 

Vieira cometeu um erro ao menosprezar Bruno de Carvalho. Foi assim que viu JJ acabar em Alvalade. A liderança leonina deixa marcas entre os adeptos. Vilarinho identificou ontem focos de divisão no clube. É tudo isto que o presidente encarnado tem de combater com punho de ferro nos dias que correm. E em vésperas de eleições, é bom que o acompanhem. Ou perdem o lugar.

Texto publicado em Record Premium e na versão impressa de Record a 19-12-2015

A grande mudança do Sporting

5 Janeiro, 2016 2

Bruno de Carvalho faz hoje 1000 dias como presidente do Sporting. São poucos os adeptos insatisfeitos. Desportivamente BdC recuperou o respeito pelo futebol do clube. Começou com Leonardo Jardim e o apuramento para a Liga dos Campeões, seguiu-se Marco Silva e a conquista de um título após sete anos de jejum e hoje há Jesus, o técnico que conquistou três Ligas no Benfica e trocou a Luz por Alvalade. Esta jogada é a grande coroa de glória de Bruno de Carvalho. Sabe-se como é acesa a rivalidade entre leões e águias. Ter de verde o homem que tantas alegrias deu aos encarnados é mais do que os adeptos esperavam. A liderança do campeonato, com dois pontos de avanço sobre o FC Porto milionário de Lopetegui e 7 do Benfica de Vitória fazem esquecer tudo o que de mau se possa ter passado.

 

Há também a reestruturação financeira, cuja implementação tem sido importantíssima, sendo hoje passado as agruras do tempo de Godinho Lopes. Mas Bruno mudou mais. Hoje o Sporting é um clube diferente. Talvez mais parecido com os outros, mas o oposto do que era. Combativo, guerreiro, quem sabe até demais. Não há batalha que BdC não compre, se entender que isso é benéfico para o leão. Faz as delícias dos seguidores. Levanta dúvidas aos que não defendem o estilo.

 

Certo é que o Sporting tem hoje uma imagem mais credível, uma equipa mais forte e um presidente mais corajoso do que o antecessor. Na escolha de treinadores, provavelmente o que teve mais olho nas últimas décadas. Os adeptos agradecem. E seguem unidos na luta pelo título mais desejado.

 

O reverso da medalha é a incapacidade para estabelecer pontes. Chamar mais gente para o seu lado. Encontrar patrocinadores. Melhorar o discurso. Os pulos que faltam. Sozinho não resolve tudo.