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Uma equipa que segue na perseguição de Sporting e FC Porto e tem a chance de recuperar pontos a ambos com um jogo em atraso frente a uma das formações mais modestas da liga não pode desperdiçar doi..." /> Lado B - Record

Lado B

Uma oportunidade perdida

23 Dezembro, 2015 1

Uma equipa que segue na perseguição de Sporting e FC Porto e tem a chance de recuperar pontos a ambos com um jogo em atraso frente a uma das formações mais modestas da liga não pode desperdiçar dois, como os que o Benfica deixou voar na Madeira.

 

A perder pontos assim a equipa encarnada coloca em causa o título frente a adversários que tem a obrigação de ultrapassar de forma inequívoca. Presidente e massa associativa não merecem. As derrotas com o Sporting ou na Champions foram com rivais do ‘mesmo campeonato’. Não é o caso. E este é um problema que Rui Vitória tem de identificar muito rapidamente. Aqui a desculpa do investimento não se coloca. Um jogador do Benfica paga o plantel do União. Têm é de jogar o dobro…

 

Fez bem o técnico em não repisar no final o discurso dos árbitros. Desta vez não houve casos na Madeira e competia aos encarnados terem feito mais. É verdade que o FC Porto saiu da ilha com mais pontos porque Jorge Sousa foi aselha mas insistir nessa tecla desresponsabiliza os jogadores. O Benfica tem de jogar mais. Esse é, repito, o real problema encarnado. Perdeu três vezes com os leões e nunca foi superior. Com o União foi melhor, sim, mas nos segundos 45 minutos e em ritmo cruzeiro. Não se pode dizer que por ser um adversário demasiado fechado. Em Paços levou 6-0.

 

Tenho dificuldade em perceber o porquê de Samaris ter perdido o lugar para Fejsa. E Vitória deve questionar-se se Renato Sanches é sempre a melhor solução. Será que Djuricic justificou algo com o que fez em Setúbal? Tudo perguntas fáceis após o empate. Mas legitimadas por ele também.

 

Parabéns a Norton de Matos. Sinal inequívoco de que o plantel está com ele. Não era fácil. Organização irrepreensível.

Texto publicado em Record Premium e na versão impressa de Record a 16-12-2015

A importância de se chamar Vitória

22 Dezembro, 2015 0

A nota artística pode não ter sido a mais elevada. A perda do controle do jogo quando vencia por 3-0 um sinal de que ainda nem tudo vai bem. Mas não será isso ver só aspetos negativos? Do que é que o Benfica precisa? Ganhar. Aproximar-se de Sporting e FC Porto. E a perseguição tem-na mantido com brilhantismo. Braga e Setúbal foram quase passeios. Seis pontos. O resto é…

As vitórias trazem confiança. E as do Benfica ajudam a esbater a desconfiança dos adeptos em relação ao treinador. Ainda há dificuldade em engolir as três derrotas com os leões e o 3.º lugar na liga que se pretende seja de tricampeonato, mas há cada vez mais quem perceba que pode estar na forja um trabalho de qualidade. Resta a Vitória conseguir prová-lo com triunfos consecutivos internamente.

Por muito que a Champions agrade à SAD é na liga portuguesa que o Benfica afirma a sua grandeza interna e afasta o FC Porto do domínio de décadas. Jesus percebeu-o na Luz. Vitória já o sabe bem. Braga e Setúbal foram, também por isso, importantíssimos.

Numa época em que se fala muito de transição, Rui Vitória tem de saber aguentar as ondas de choque da sucessão a um treinador marcante. Mas o seu dedo vai-se vendo. O melhor ataque da liga é um cartão de visita interessante. Se resistir sem claudicar a perseguição pode ainda trazer frutos. O Benfica precisa de astúcia e perseverança. Na presidência sabe-se que tem. No banco é hora de provar. Ganhar é tudo.

Em Alvalade Jesus faz mais um jogo na prova que lhe interessa. Daí o aviso à equipa. O Sporting segue na frente mas ainda não ganhou nada. Que ninguém se esqueça. JJ está lá para lembrá-los…

Lopetegui tem hoje o primeiro dia do resto da sua vida. Após Londres, só pode ganhar na Madeira. Tudo o resto será perigoso. O dragão pode ruir.

Texto publicado em Record Premium e na versão impressa de Record a 13-12-2015

Para jogar sem medo de nada

17 Dezembro, 2015 0

Rui Vitória é hoje um homem mais confiante após as recentes vitórias do Benfica. Os fantasmas causados pelo atraso na liga e as três derrotas consecutivas frente ao Sporting parecem ter deixado de lhe toldar os movimentos. O discurso antes do encontro com o Atlético foi assertivo como poucas vezes lhe ouvimos. Boas notícias para o clube. Pode fazer a diferença.

 

Este é um jogo interessantíssimo. Ganhar será excelente por tudo e perder não será um drama. Trata-se de um excelente teste às capacidades do atual Benfica, demasiado marcado esta época pelo que fez em Madrid e o que não fez frente aos leões. Os encarnados precisam de exorcizar de uma vez por todas os seus fantasmas, perder menos tempo com Jesus e focar no futebol. Há muito a ganhar e só o foco trará vitórias.

 

O Atlético de Simeone é uma grande equipa. Faltar-lhe-ão, é verdade, as estrelas de Barcelona e Real Madrid. Mas em conjunto não perdem nada. É aliás, por isso, que muitas vezes equilibram os confrontos com os rivais. Na Luz jogarão como o Benfica. Sem grande pressão e apenas na luta pela liderança do grupo. Uma boa oportunidade para ver grandes jogadores, um treinador que já deixou marca no futebol como jogador e que promete repeti-lo nos bancos. Em suma, a capacidade do Benfica em teste frente a uma equipa superior mas que em casa saiu derrotada. Sabe-se como craques como Gaitán crescem nestes jogos. Ver o que faz o menino Sanches é outra curiosidade.

 

Vitória diz que os ‘tubarões’ não preocupam mas sabe-se que não é bem verdade. Faz toda a diferença enfrentar os maiores da Europa ou equipas de segunda linha. Uma coisa é assumir é que mais à frente já não há equipas fáceis, outra não saber distinguir a diferença. O técnico sabe-o e retira pressão à equipa. O caminho é por aqui. E nunca é tarde para aprender. Ainda há tempo.

 

Texto publicado em Record Premium e na versão impressa de Record a 08-12-2015

O valor de saber apostar na formação

Renato Sanches é o mais recente produto da formação do Benfica a chegar às primeiras páginas. Não porque tenha tranças, mas devido às exibições realizadas e à mescla de trabalho, talento e calma demonstrada. São excelentes sinais para um futuro que se prevê risonho. Renato não é um jogador feito, longe disso, mas um miúdo já capaz de ser melhor do que muitos graúdos. Com Nélson e Guedes forma o trio de meninos-bonitos que Luís Filipe Vieira promoveu à primeira equipa. O presidente encarnado deixou-se levar durante tempo a mais, não conseguindo convencer treinador e estrutura de que o melhor caminho era apostar no Seixal. Fartou-se. Em boa hora. Em vez de somar estrangeiros de 2.ª categoria, o Benfica pode compor o plantel com os miúdos da B. Se um em cada cinco der craque, a academia está mais do que paga e justificada.

É óbvio que a necessidade aguça o engenho. Foi assim em Alvalade, é assim hoje na Luz. O saneamento financeiro do Benfica ajudou a implementar a aposta na formação. Mas é injusto dizer que Vieira só agora olha para os jovens. Há muito fez uma academia, montou uma estrutura profissional e contratou quem entende serem os melhores técnicos. Os frutos estão à vista. Mais do que nos seniores, nas várias seleções jovens onde o Benfica hoje dá cartas.
Prova que a necessidade aguça o engenho é Jesus. Na Luz recusou dar palco a Bernardo Silva e André Gomes e hoje olha para Gelson e Matheus. Dão trabalho. Mas são bons e não há dinheiro para mais. Pena em Alvalade não morar já o homem que defendeu o melhor projeto de formação leonina: Ribeiro Teles. Ajudaria muito JJ e Bruno de Carvalho.

Texto publicado na versão impressa de Record e no Record Premium a 04-12-2015

Há muitas maneiras de ganhar

10 Dezembro, 2015 0

Também são jogos como os de ontem que ganham campeonatos. Em que é preciso saber sofrer. Em que acreditar até ao fim é essencial. Se já o FC Porto tinha tido em Casillas o homem capaz de segurar os três pontos frente ao Tondela, Benfica e Sporting contribuíram para uma jornada rica em nuances, mesmo que a qualidade futebolística tenha deixado algo a desejar.

Em Alvalade, ganhar era a palavra-chave para manter a distância. Tendo arriscado jogar com os melhores na Liga Europa, Jesus viu provada a teoria de que o plantel ainda é curto para muitas lides. Os leões iam pagando cara a falta de intensidade em muitos momentos do jogo. Valeu o disparate do experiente Tonel. E o remate certeiro de William, ele que foi dos mais complicativos ao longo dos 90 minutos. Mas um campeão também é aquele que resiste aos momentos menos bons. O leão de Jesus vai dando provas de vida. E os adeptos acreditam cada vez mais.

Rui Vitória tinha em Braga uma prova de fogo. Passou-a com distinção em termos de resultado, mesmo que a fórmula utilizada tenha sido a de encolher o Benfica frente a um adversário com outros objetivos. Ninguém pode dizer que o pragmatismo não é uma forma de vencer. Vitória pesou os vários pratos da balança e voltou a sentar Jonas. É a águia à procura de uma nova identidade. E se a equipa orientada por Paulo Fonseca parecia, à partida, um osso duro de roer, a verdade é que os três pontos seguem para a Luz. Quando se persegue quem vai na frente nada mais interessa.

 

TEXTO PUBLICADO EM RECORD PREMIUM E VERSÃO IMPRESSA A 1 DE DEZEMBRO DE 2015

Jorge Jesus está a lutar para ser feliz

9 Dezembro, 2015 0

O Sporting conseguiu uma vitória histórica na Rússia. Tão inédita como importante. Os leões continuam a depender de si próprios na Liga Europa quando tudo mostrava que as baterias estavam viradas apenas à liga interna. Desta vez Jesus apostou numa equipa mais próxima da titular e teve direito a dividendos. Resta saber se os leões conseguirão bater o Besiktas de Quaresma em Alvalade. A tarefa não é fácil. Mas está longe de ser impossível para uma equipa que JJ tem sabido potenciar para delícia dos adeptos. Com recurso a homens contratados esta época, como Ruiz ou Naldo, mas também jovens da formação contra as expectativas mais pessimistas: Gelson e Matheus merecem ser bem acompanhados.

 

O discurso de JJ em relação ao problema criado pela vitória na Rússia parece surreal. Mas não é. O técnico assume apenas que não sabe se terá equipa para combater no limite em duas frentes tão duras como as ligas portuguesa e Europeia. Afinal, o grande objetivo, seu e de Bruno de Carvalho, é devolver o Sporting à conquista do campeonato. E para isso o treinador vinha sacrificando a UEFA. Ontem fez um último esforço e deu resultado. Agora com o sorteio da Taça a ditar Sp. Braga e a Taça da Liga a dar horas não tarda nada, são muitos jogos para um plantel que JJ entende curto. Como sempre fez na Luz, diga-se.

 

A guerra Benfica-Sporting tem trazido enorme pressão à vida do veterano treinador. Ao mesmo tempo tem-lhe proporcionado também os momentos mais saborosos da época. Encontrar o equilíbrio no meio de todo o ruído mediático e no turbilhão que é o Sporting não é fácil. Mas que JJ tem feito por ser feliz, isso ninguém lhe pode negar.

 

TEXTO PUBLICADO EM RECORD PREMIUM E VERSÃO IMPRESSA A 27 DE NOVEMBRO DE 2015

Benfica obrigado a mudar de estratégia

4 Dezembro, 2015 1

O Benfica mudou de estratégia de comunicação após a derrota em Alvalade. O terceiro desaire às mãos de Jesus foi mais do que a estrutura podia aguentar. Como se viu pela invasão do Seixal ou mesmo a espera à equipa. Eram só meia dúzia de elementos ruidosos mas fizeram ouvir o descontentamento do povo. Normal nas derrotas. Mas preocupa.

Pode ser perigosa a via seguida. Escolher Slimani como jogador a castigar pode voltar-se contra os encarnados. Também eles protagonizaram meia dúzia de lances que não devem deixar os dirigentes orgulhosos. Nomeadamente Eliseu, estranhamente nervoso e envolvido em lances com João Pereira, João Mário e Gelson. Houve, de facto, uma agressão de Slimani a Samaris. Mas houve muito mais do que isso. Uma mão pesada da Federação pode afastar mais gente dos relvados. E à derrota pode juntar-se mais uma guerra com efeitos colaterais. E o Benfica disso não precisa. Mas ficar como estava não era opção.

Rui Vitória não devia ter falado sozinho após o dérbi. Talvez fosse melhor que nem o tivesse feito. Mas se a ideia era culpar a arbitragem pela eliminação, era necessário mais peso mediático. Tinha protegido o treinador ainda à procura do melhor registo comunicacional. Ainda que agitando fantasmas, o que o Benfica tem de fazer é olhar para dentro e perceber o que está a falhar. Não há analista que tenha visto os encarnados serem superiores em nenhum dos jogos com o Sporting. Ou com o FC Porto. Essa é a causa real de todos os males.

Vieira, a sua experiência e capacidade de ver mais à frente são o maior trunfo na Luz. Vai ser necessária coragem para tomar as medidas necessárias. E não pode demorar muito.

TEXTO PUBLICADO EM RECORD PREMIUM E VERSÃO IMPRESSA A 24 DE NOVEMBRO DE 2015

Tonel.

2 Dezembro, 2015 8

Muito triste o que se diz de Tonel. Portugal é muito isto. Arrasar alguém que comete um erro. Difamá-lo sem ponta de prova ou sem sequer pensar um bocadinho. Nojo.