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A vitória de Pedro Proença é a primeira de Bruno de Carvalho nos bastidores do futebol. Tendo chegado com enorme vontade regeneradora e com propostas para todos os gostos, Pinto da Costa e Luís Fil..." /> Lado B - Record

Lado B

Sporting visto como grande

31 Julho, 2015 0

A vitória de Pedro Proença é a primeira de Bruno de Carvalho nos bastidores do futebol. Tendo chegado com enorme vontade regeneradora e com propostas para todos os gostos, Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira fizeram na altura gala em deixar o presidente do Sporting a falar sozinho. Mas da mesma forma que arrumou a casa em termos financeiros e recolocou os leões num caminho sustentado em termos económicos, Bruno soube aprender com os erros e encarar as eleições da Liga da melhor forma após as derrotas do passado. Daí a aliança momentânea com um inimigo figadal e que terá de ser gerida com pinças. Mas a imagem de parente pobre, obrigado a engolir Luís Duque quando este era processado em Alvalade, já era. Desta vez foi Pinto da Costa, que elogiava Duque há não muito tempo, que agora ajudou a fazê-lo cair.


Bruno de Carvalho recolocou os leões nas lutas. Do título e decisões do nosso futebol


Mesmo na arbitragem, apesar de ter sido derrotado no sorteio dos árbitros, pois o controlo da FPF nas associações é enorme, o presidente leonino tem razões para sorrir. Trouxe o tema de forma inequívoca para a praça pública, aumentou a pressão sobre Vítor Pereira e assim tenta que as nomeações sejam diferentes na próxima época. Hoje tem Jorge Jesus e Octávio Machado ao lado e provavelmente saberá bem mais do passado do que até aqui.


Após duas presidências que minaram a credibilidade e confiança dos sportinguistas, Bruno de Carvalho conseguiu devolver ao Sporting aquilo que só um grande consegue: ser temido. Desportivamente foi buscar Jesus e corrigiu a política desportiva. Tenta hoje contratar com mais critério e volta a segurar os melhores; no fundo, faz uma aposta clara na conquista de títulos. O grande julgamento é feito sempre pelas bolas que batem na trave e pelas que entram, mas o leão mudou.

#Benfica: Entre o equilíbrio e a pressão

29 Julho, 2015 0

Ter uma equipa como o Benfica longe das vitórias muito tempo é sempre complicado. É verdade que na pré-época o que importa é afinar estratégias, integrar os reforços e explicar as ideias do técnico, principalmente quando ele é novo, como é no caso dos encarnados. Mas ganhar também é importante. Os triunfos ajudam a trabalhar com alegria, sim, mas também sossegam os adeptos, que no defeso estão sempre preocupados e atentos ao que está a fazer a equipa, lá longe dos olhos que a admiram.


Cabe a técnico e dirigentes minorarem o impacto dos resultados com factos. O primeiro já viu a equipa praticar um futebol mais interessante no último encontro. Amanhã há mais no México. Uma vitória seria excelente, mas a falhar outra vez, que seja com nota artística.


Reforços não acrescentaram nada à equipa de Vitória. O que deve fazer Vieira?


Já o desafio de Vieira é maior. E o equilíbrio difícil e arriscado. Os reforços que ofereceu até agora a Rui Vitória mostraram pouco. Carcela parece, de facto, bom jogador e pode chegar à equipa rapidamente, mas… é pouco. Com a saída de Lima, um avançado importantíssimo no futebol antes implantado por Jesus, é inegável a necessidade de ir ao mercado. Depois há Ederson, Marçal, Bilal e Taarabt, um talento a quem o peso retira espaço. Mesmo com o Benfica encolhido, a ambição obriga a um esforço.


Ganhar investindo 25 a 30 milhões por época é mais fácil do que em tempo de poupança. Principalmente se o FCPorto continua a atacar o mercado de forma impressionante e o Sporting voltou a ter uma palavra a dizer. Uma nova realidade para a a estrutura encarnada, que recuperou ao FC Porto a hegemonia no futebol português, conseguindo um bicampeonato há 31 anos desaparecido, mas gastando muito. O equilíbrio entre a razão, a pressão e a ambição é muito complicado.

 

Texto publicado no Record a 28-07-2015

Uma luta sem tréguas

28 Julho, 2015 0

O investimento realizado por FC Porto e Sporting deixa claro como o poder crescente do Benfica no futebol nacional incomodava as estruturas diretivas rivais. Numa época em que na Luz se anunciou uma inversão na política desportiva, com uma aposta nos jovens da formação ainda por confirmar e diminuição de investimento em contratações, dragões e leões podiam ter aproveitado para fazer o mesmo, reduzindo também eles os custos. Pelo contrário. A norte continua a gastar-se como se não houvesse amanhã e a Alvalade volta uma política de investimento forte. Objetivo? Ser campeão.

Benfica, FC Porto e Sporting travam muitas batalhas. A Liga é apenas mais uma


Mas esta guerra não se explica apenas desportivamente. Há mais em jogo em 2015/16. Os direitos televisivos, as eleições na Liga e o consequente controlo que representam e até os patrocinadores das camisolas são razão de disputa. Ganhar o próximo campeonato e fazer figura na Europa poderá ser determinante para o futuro próximo, em que investidores e receitas não abundam e mesmo UEFA e FIFA se preparam para mudanças. Curioso verificar como Luís Filipe Vieira, Pinto da Costa e Bruno de Carvalho conseguem estar em guerra num tema e do mesmo lado da barricada no outro, conforme dá jeito na persecução de determinado objetivo. É o célebre “o que hoje é verdade, amanhã é mentira” de Pimenta Machado em versão revista e melhorada.


No meio de tudo isto há ainda o joker Fernando Gomes, na FPF à espera de voos maiores, ele que é um dos dirigentes mais ambiciosos do futebol português e que com Tiago Craveiro forma uma dupla capaz de se bater com quem for preciso para atingir as metas definidas. Questões como o sorteio dos árbitros vão ser constantes. A guerra é sem quartel e nunca se sabe quem poderá estar ali ao lado na trincheira.

 

Texto publicado a 22 de julho na versão impressa de Record e no Record Premium.

Boas notícias para Jesus

18 Julho, 2015 0

Depois de duas perdas traumáticas, que levaram o técnico a olhar para o defeso de outra forma – Ewerton e William Carvalho -, eis que a SAD do Sporting consegue dois reforços para Jorge Jesus: Teo Gutierrez e Naldo. O colombiano a primeira escolha do treinador para o ataque, o que obrigou Bruno de Carvalho a abrir os cordões à bolsa, o segundo já longe disso, mas ainda assim um dos centrais brasileiros indicados pelo homem que o leão foi resgatar ao rival da Luz para ser campeão.

Longe de ter o plantel completo e com duas lesões que o impedem de apresentar o melhor onze, Jesus segue para a África do Sul mais descansado. Teo não deve seguir viagem, mas em Lisboa trabalhará já o físico conforme as ideias de Jesus e estando em plena temporada, o colombiano precisará apenas de ganhar rotinas para se integrar no ataque leonino.

Tendo já nas fileiras Slimani, Montero e Tanaka, vendo chegar Teo e seguindo no mercado à procura de mais um ponta, parece claro que um dos homens da frente sairá. Mais, dificilmente o Sporting contratará apenas 3 a 5 jogadores. É conhecido o apetite voraz do treinador por reforços e como na Luz eles chegavam em catadupa. Terá de ser o presidente a travar esta ambição desmedida. Sob pena de se cometerem erros já vistos.

Teo Gutierrez e Naldo são dois reforços pedidos pelo técnico. Eis o novo Sporting


Facto é que a política de contratações do Sporting mudou. Chega experiência. Há menos apostas arriscadas e até agora não chegou nenhum flop como Rabia ou Shikabala. Gasta-se, talvez por isso, mais dinheiro. Mas se a ideia é ser campeão só assim essa meta poderá tornar-se realidade. Acertar neste mercado faria toda a diferença. Veja-se a época passada. Bruno de Carvalho e Jesus têm a palavra. São eles hoje os homens do futebol em Alvalade. Ou seja, 2015/16 será à imagem deles.

Os muitos milhões do futebol

14 Julho, 2015 0

Tem piada comparar nos dias que correm as capas dos jornais desportivos com as dos generalistas. De um lado o drama grego, de um povo que diz não à austeridade e a quem tudo lhes quer tirar, mas vê as ideias da Europa conservadora triunfarem sobre um governo democraticamente eleito. Fala-se de milhões, sim, mas para salvar uma economia que ninguém parece conseguir ressuscitar. Do outro, milhões e milhões em contratações e salários, de clubes que a julgar pelo que se lê têm dinheiro para dar e vender.


Não é assim. E custa entender como podem os emblemas portugueses – e gregos, já agora – continuar a gastar como se não houvesse amanhã. No Porto é Casillas que chega de Madrid e um Imbula milionário. Em Alvalade um treinador que vem ganhar cinco vezes mais do que anterior. Só na Luz parece ter chegado a vez de apertar os cordões à bolsa. Não porque o paradigma seja outro, mas porque a exposição ao Novo Banco dificultou e o passivo precisa de ser acautelado. É tempo de encaixar mais e gastar menos.


Não é só o salário milionário de Jesus. Há muito mais que deve ser questionado


Parece haver milhões a mais no futebol. É estranho que o desemprego tenha levado milhares de portugueses a fugir do país, que estejamos todos a pagar a taxa social única para endireitar as contas e os clubes vivam uma realidade paralela.


Há clubes a quem só o fair-play financeiro impede de gastar ainda mais. E mesmo esse já é fintado com truques de magia. É curioso que o dinheiro que não existe para as reformas, a saúde ou a justiça seja usado em salários e contratações obscenas. É dinheiro russo, chinês, petrodólares ou da Guiné Equatorial. De onde vem não interessa. Como é gerado ainda menos. Desde que investido no nosso clube está tudo bem. Um pouco como quando a miséria só bate à porta dos outros.