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Ter um onze de qualidade foi uma das coisas que trouxeram Jorge Jesus ao Sporting. O técnico acreditou que era capaz de repetir em Alvalade os êxitos conseguidos na Luz. Para isso pediu a Bruno de ..." /> — ler mais..

Ter um onze de qualidade foi uma das coisas que trouxeram Jorge Jesus ao Sporting. O técnico acreditou que era capaz de repetir em Alvalade os êxitos conseguidos na Luz. Para isso pediu a Bruno de ..." /> Lado B - Record

Lado B

Como agradar a Jesus?

23 Junho, 2015 0

Ter um onze de qualidade foi uma das coisas que trouxeram Jorge Jesus ao Sporting. O técnico acreditou que era capaz de repetir em Alvalade os êxitos conseguidos na Luz. Para isso pediu a Bruno de Carvalho a manutenção dos jogadores-chave e a contratação de mais três a quatro craques experientes que trouxessem aos leões aquilo que lhes faltou a época passada: um plantel equilibrado. Não é por isso tarefa fácil a do presidente leonino. Satisfazer os desejos do treinador sem realizar qualquer encaixe financeiro com uma das trutas da casa dificulta os negócios. Danilo está mais longe porque o FC Porto está disposto a gastar mais dinheiro, e mesmo Bryan Ruiz tarda em chegar porque a proposta leonina existe mas não é de perder a cabeça. Como agradar a Jesus então?


Essencial é manter os jogadores em que está assente a espinha dorsal da equipa. Rui Patrício, Ewerton, William Carvalho, João Mário e Slimani. Mas há mais. Adrien, por exemplo. Um médio que tem um salário elevado, e que a SAD via no mercado com bons olhos, é considerado importante por Jesus por ser um dos líderes no relvado, um homem que já conhece os cantos à casa e que pode ser importante no decorrer da época. No fundo, tudo o que seja perder titulares obriga a ir ao mercado.


Não é tarefa fácil a de Bruno de Carvalho. Mas uma aposta de risco a isto obriga


É por isso complicado o equilíbrio pedido à SAD. Resistir ao assédio por nomes como Slimani ou William e acrescentar ainda qualidade que se veja. Bruno está a jogar uma cartada arriscada, mas que visa o regresso ao título de campeão e abalar o acordo FC Porto-Benfica para a divisão dos direitos televisivos. Ideal era conseguir o financiamento através de jogadores menos importantes, como Cédric. Mas entre aumentos salariais e investimento joga-se um desafio arriscado. Interessante, mas arriscado.

Má sorte ter nascido Marco

19 Junho, 2015 0

Não está fácil a vida para os Marcos. Pelo menos os mais mediáticos. É difícil apontar-lhes incompetência tão grave que justifique as duras penas, mas a verdade é que ambos, Silva e Ferreira, acabaram engolidos pelas máquinas em que estão envolvidos. Mas se um sai vencedor de um clube que decidiu despedi-lo e deixa até saudades nos adeptos, já o outro adeptos terá poucos, pela vida escolhida, e vê-se quase obrigado a deixar o futebol, tal a sentença que lhe foi aplicada.

Confesso que me parece estranha a descida de Marco Ferreira à segunda categoria. Éverdade que o madeirense não fez uma época igual à anterior, mas daí a vê-lo como um dos piores árbitros portugueses vai enorme distância. Estará a pagar a afronta a poderes instituídos?

 

Ferreira cai derrubado por um dos setores menos transparentes do futebol


Marco Ferreira cai derrubado por um dos setores mais estranhos e menos transparentes do futebol português: os observadores dos árbitros. São eles que decidem, como bem se vê, a vida de quem apita domingo a domingo. Como são escolhidos, o que fazem e a quem devem lealdade é coisa difícil de perceber. É mais fácil acompanhar um árbitro antes de um grande dérbi do que mergulhar neste mundo de influências. A nós, jornalistas, cabe-nos investigar, denunciar, levantar a lebre. Mas só as autoridades, essas sim, podem mudar realmente as coisas. Esta descida de Marco Ferreira é daquelas me merecia que alguém metesse aqui o bedelho. Mas da polícia, mesmo.

Convidar os árbitros a serem profissionais e retirar-lhes o emprego desta forma mina a credibilidade de quem comanda o setor. É óbvio que os maus têm de ser castigados e não podem viver da incompetência. Mas olhar para Ferreira e ver nele juiz pior do que Capela e quejandos… lamento, mas cheira a esturro.

Os fundos e a transparência

18 Junho, 2015 0

Não se discute no TAS a transparência dos fundos mas sim o direito de o Sporting vender Marcos Rojo sem pagar o que a Doyen entende lhe é devido. São coisas diferentes e muitas vezes confundidas pelos adeptos. Se a tomada de posição defendida pela direção leonina teve, ou não, razão de ser, é algo que as instâncias jurídicas decidirão. O que se mantém é a luta contra os fundos, bem vistos e utilizados por clubes como o Benfica e o FCPorto e contestados pelos leões.


Os fundos são defendidos por muitos como forma de chegar a jogadores para os quais não há dinheiro. Entende-se a lógica, mas resta saber porque não há dinheiro. Ou porque há de estar o futebol entregue a capital que não se sabe de onde vem ou sequer quem são os subscritores dos mesmos fundos. Tenho quase a certeza de que se fossem relevados os nomes dos detentores dos extintos por Benfica e Sporting encontraríamos curiosidades interessantes. Mas transparência é coisa rara neste país e as instâncias que têm de zelar por ela têm falhado redondamente. Se o Banco de Portugal e a CMVM se espalharam ao comprido, por incompetência ou algo mais, na supervisão de casos como o BPN, o BPP ou o BES, imagine-se o pouco tempo que perderão a olhar para as SAD.


Acabar com os fundos não vai mudar o futebol. Mas que eles são opacos, é óbvio


Há hoje muitos negócios difíceis de entender. E que a ausência de informação económica relevante torna impossível descodificar. Daí à desconfiança dos adeptos vai um passo. O jornalista não pode acusar sem provas. E deve zelar para que não sejam levantadas suspeitas sem fundamento. Mas se acabar com os fundos não vai limpar o futebol, reconhecer que eles são opacos é uma obrigação. Que dinheiro e interesses escondem? É algo que os estados deveriam vigiar. Não querem. Mesmo.

A construção do FC Porto

16 Junho, 2015 0

A barafunda que se instalou em Lisboa com a guerra Benfica-Sporting – originada pela contratação de Jorge Jesus e exponenciada com a implosão leonina a propósito do despedimento de Marco Silva – é seguida com agrado no Dragão. À espera de muita turbulência após uma época em que Lopetegui não conseguiu conquistar um único título, facto pouco habitual por aquelas bandas, a Pinto da Costa tem sabido que nem ginjas a ausência de questões ao rumo desportivo do clube.

O presidente do FC Porto navega esta temporada nas águas que mais gosta. Tem os rivais de costas voltadas, entretidos com as batalhas da 2.ª circular. Foram muitos os anos em que foi feliz perante esta realidade. Resta saber se há margem para voltar a investir. E se bem.

Há muitos milhões a circular no Dragão. Danilo já foi há algum tempo, a Jackson só falta escolher e isso trará liquidez aos cofres da SAD. No entanto, a situação financeira também obriga a encaixe da banca. Ou seja, os investimentos voltam a estar muito dependentes das ajudas da Doyen e parcerias, seja qual for o enquadramento jurídico. Depois há o mercado em que se mexe Lopetegui, que abre portas interessantes nas segundas oportunidades espanholas. Será isto suficiente para construir um novo campeão? É verdade que Sporting e Benfica estão entretidos a jogar ao gato e ao rato e Pinto da Costa estará até mais próximo de Vieira, mas o que urge encontrar é o regresso a uma política desportiva que devolva os dragões aos títulos. O FC Porto parece ter perdido mística. E a capacidade de se unir, contra tudo e contra todos, em torno de um ideal vencedor. A guerra de Lisboa pode dar uma ajuda, mas não chega. A construção do plantel e a aprendizagem de Lopetegui serão mais importantes.

Águia procura nova identidade

15 Junho, 2015 0

Um novo treinador depois de seis épocas de convivência marca qualquer clube. Contratá-lo após Jesus, que ganhou três Ligas nas últimas seis, mais ainda. Num dos mais conturbados defesos de que há memória, a chegada de Rui Vitória ao Benfica é mesmo marcante. Somada à mudança de paradigma, defendida por Vieira, leva-nos a um clube à procura de nova vida. Entre a aposta na formação e o desejo do tri, há gerações uma miragem, a águia faz um caminho que deve trilhar com cautela.


Não será a aposta nos jovens do Seixal que dará maior competitividade ao Benfica. Aideia passa sim pela racionalização de custos, sendo que os salários baixos de quem chega da formação deixarão margem orçamental para as trutas. Mais, Vieira percebeu que os jovens podem render bom dinheiro mesmo sem chegarem à titularidade. Valores como Bernardo Silva ou Cancelo provaram a teoria. Com Vitória ao leme, homem sem medo de apostar nos miúdos, sejam de que nacionalidade forem, a política pode trazer ainda melhores resultados financeiros à tesouraria da Luz.

A chegada de Rui Vitória ao Benfica tem sido abafada pela tempestuosa saída de JJ e consequente despedimento de Marco Silva. Uma injustiça que não deverá durar muito tempo. O ex-técnico vimaranense merece ser levado muito a sério. Os bons trabalhos realizados nos clubes anteriores, o conhecimento global do futebol nacional em todas as suas vertentes e um pragmatismo que poderá ser útil a quem terá agora melhores armas para entrar na luta, fazem dele um dos favoritos à conquista do título. Sim, pode dizer-se que o Benfica é sempre candidato. Mas é bom que não se pense que a saída de Jesus matou a águia. Ela está apenas à procura de uma nova identidade. E pode bem continuar a ganhar.

Luz mais calma do que Alvalade

9 Junho, 2015 0

Percebo o incómodo de Bruno de Carvalho. Orgulhoso por ter trazido Jesus da Luz para Alvalade, não entende as críticas que lhe são dirigidas pela engenhosa operação. Afinal, o ambiente tem estado mais calmo no ninho das águias do que no reino do leão. As críticas chegam de todos os quadrantes e foi vasta a lista de nomes que o presidente acusou de desestabilização. Entendo o mal-estar, mas Bruno está a ver oposição organizada num grupo de pessoas que hoje já pouco une.

No meio da aposta de risco que decidiu fazer após duas épocas de contas positivas e corte na despesa, o presidente do Sporting esqueceu-se de dois pormenores na operação. O primeiro e mais polémico, dar um tratamento digno a Marco Silva. Segundo, que vai pagar quase dez vezes mais a Jesus do que ao despedido. O facto de ter avançado primeiro para a contratação e só depois para o despedimento deixou muitos leões desiludidos. Acredito que a maioria vê a chegada de JJ com bons olhos, mas os milhões oferecidos ao treinador que o Benfica achava caro e a justa causa de todos os males levaram os notáveis a pronunciar-se na praça pública. E os anónimos nas redes sociais. Chega a ser estranha esta capacidade autofágica do Sporting. E não será renegando sócios que ela se resolverá.

 

Pagar quase dez vezes mais a JJ do que a Marco Silva abalou convicções leoninas


Vieira tem uma vantagem sobre Bruno. Entre os que o culpam pela perda de JJ, muitos há que veem o técnico como traidor. Faz toda a diferença no julgamento público. O Benfica não queria Jesus. Se o tivesse assumido, seria arriscado em termos de futuro político, mas o burburinho seria metade. Erro foi Vieira pensar que lhe podia decidir o futuro. Ficou a saber que há pessoas que pensam pela sua própria cabeça. Quem sabe, uma lição para presidentes que pensam que tudo podem e tudo mandam.

#Benfica e #Sporting: Divididos até à primeira vitória

6 Junho, 2015 0

Ter Jorge Jesus no Sporting era há dias um sonho que poucos adeptos ousavam ter. O treinador bicampeão parecia inalcançável, sentado não na cadeira de sonho, mas na do clube que nos dois últimos anos reinou no futebol português. Bruno de Carvalho descalçou a bota Marco Silva com um dos dois nomes que podia aplacar a ira leonina.


Só Jesus ou Mourinho conseguiam, de facto, levar a massa adepta a esquecer o treinador que acabara de terminar um jejum de títulos de sete anos e cujo nome foi cantado em uníssono para a varanda da Câmara de Lisboa. A operação foi de mestre e mesmo Vieira demorou a perceber que havia a possibilidade de perder Jesus.


Contratação de Jesus é vista como golpe de mestre. Justa causa de Marco uma lástima


Pena os leões não terem optado por um despedimento digno. Bruno de Carvalho perdeu uma excelente oportunidade de voltar a unir o clube. São poucos os que contestam a facada no rival com a contratação de JJ. Muitos os que se envergonham do comportamento com Marco Silva. O Sporting tem todo o direito de prescindir dos serviços do jovem técnico, mesmo tendo mais três anos de contrato. Já fazê-lo desta forma chocou os que defendem um clube de valores diferentes. São muitos os que estavam fartos das elites e croquetes. Mas sem que isso defenda a implementação da lei da selva.


Enquanto em Alvalade se canta vitória, na Luz é tempo de carpir mágoas e partir para um novo ciclo. Vieira é pressionado para responder à letra e contratar Marco, dando uma chapada ao rival, na esperança de que o jovem dê cabo da sobranceria do mestre. Mas a verdade é que esse não era o plano original, mas sim Rui Vitória. Se o fizer Vieira estará a decidir com o coração, a ceder a pressões e não a assumir as próprias convicções. Não há como morrer com as ideias em que acreditamos.

Mais do que um jogo

2 Junho, 2015 0

A final da Taça de Portugal que se joga hoje entre Sporting e Sp. Braga é muito mais do que um jogo para ambas as equipas. De presidentes a treinadores, passando pelos adeptos, todos têm um pouco mais a ganhar do que o habitual.

Em Alvalade percebe-se rapidamente porquê. Bruno de Carvalho ainda não conquistou qualquer título no futebol. Numa estrutura que tem por costume desvalorizar os lugares que dão acesso à Champions, com os benefícios económicos que se conhecem, começa a ser hora de cumprir promessas. Com Benfica e FC Porto muito fortes, as janelas de oportunidade dos leões na Liga têm sido diminutas. Manter a grandeza do clube através de conquistas de troféus é vital e por isso este jogo no Jamor é tão importante para a estratégia. Mas também Marco Silva tem uma tarde importante. Com uma aura de treinador diferente, capaz de trabalhos de qualidade e de colocar as equipas a jogar um futebol espetacular, ao técnico a vitória soará como a confirmação de alguém que está fadado para altos voos, mesmo que não em Alvalade.

 

Hoje no Jamor, todos têm um pouco mais a ganhar do que o habitual


Também no Minho se respira os ares do Jamor de forma diferente. Para António Salvador será a conquista de uma Taça a sério. A da Liga soube bem, mas não é a mesma coisa. Eliminar o bicampeão e bater o Sporting na final seria a prova de que os guerreiros têm poder para se intrometer nos títulos que os grandes gostam de ganhar. A cereja no topo do bolo do presidente.

Sérgio Conceição, “enfant terrible” dos bancos nacionais, procura credibilizar um caminho de sucesso que o mau comportamento vai minando. Homem com um feitio especial, conquistando a Taça demonstrará que apostar na sua irreverência e inconformismo vale a pena. Aguardem. Tem tudo para ser bom.

TEXTO PUBLICADO NA VERSÃO IMPRESSA DE 31-05-2015