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Ter Montero ou Slimani é diferente. Bom, claro, é ter os dois. De momento Marco Silva está privado do argelino, ausente na CAN. Há mais responsabilidade, por isso, em cima dos ombros do colombiano,..." /> — ler mais..

Ter Montero ou Slimani é diferente. Bom, claro, é ter os dois. De momento Marco Silva está privado do argelino, ausente na CAN. Há mais responsabilidade, por isso, em cima dos ombros do colombiano,..." /> Lado B - Record

Lado B

Um dia de desafios aliciantes

25 Janeiro, 2015 0

Ter Montero ou Slimani é diferente. Bom, claro, é ter os dois. De momento Marco Silva está privado do argelino, ausente na CAN. Há mais responsabilidade, por isso, em cima dos ombros do colombiano, que tem hoje um desafio muito particular pela frente. Ultrapassar em golos o companheiro de equipa e mostrar, de uma vez por todas, que, apesar de lhe faltar em agressividade muito para chegar a Slimani, o talento e a técnica são suficientes para fazer a diferença e voltar a ser um grande ídolo do leão.


Provavelmente Marco Silva preferiria ter um ponta-de-lança que combinasse as características de ambos. Mas isso seria num mundo perfeito. Neste, provavelmente esse craque rapidamente abandonaria Alvalade em troca de uma proposta melhor. É a sina de viver em Portugal.


Numa equipa em que o jovem Tobias ganhou o lugar de Maurício e regressa Adrien, o desafio de Montero coloca-lhe mais pressão, mas pode ajudar o colombiano a superar-se e a deixar a zona de conforto em que às vezes parece instalar-se. A segunda volta está aí e promete ser dura para um leão ainda em todas as frentes e sem dinheiro para fazer grandes correções no mercado. Marco terá de saber viver com o que tem e manter vivos os sonhos leoninos, por muito impossíveis que pareçam.


Boa oportunidade para Montero reconquistar o coração dos sportinguistas


Também o FC Porto de Lopetegui tem um desafio aliciante pela frente. A candidatura ao título obriga a uma vitória onde o Benfica passeou. O último jogo dos dragões causou enorme celeuma e trouxe as arbitragens para a ordem do dia. Primeiro os portistas queixaram-se dos encarnados estarem a ser levados ao colo, agora mostram-se loucos de raiva com Cosme Machado. Capela não foi uma escolha inteligente após o que se viu em Braga. Mas o FCPorto tem é de ser o melhor, como já foi.

Uma polémica estranha

21 Janeiro, 2015 0

O futebol português passava bem sem nova polémica? Passava, mas já dizia o anúncio, não seria a mesma coisa. O que leva Jesus a lançar uma farpa tão direta para Alvalade quando faltam apenas duas semanas para o dérbi é algo difícil de entender e a que só ele poderá responder. Parece até que o recado lhe foi segredado. São públicas e notórias as más relações entre águias e leões mas nem isso explica a “boca”. E é difícil acreditar que o técnico não passa de caixa de ressonância.

No Twitter os leões brincaram com a situação. Entende-se a piada, mas é daquelas em que ninguém sai a ganhar. No futebol os clubes são importantes, mas vitais mesmo são os bons profissionais. Jesus é um deles. É leão? Mas a quem tem rendido títulos? Pois, é isso.

O Benfica tem hoje um jogo decisivo. Curiosamente, apesar do discurso, Jesus até poupa alguns craques. Mas vamos esquecer a polémica estéril. A verdade é que a Taça da Liga é importante para o clube da Luz. Afinal, para além da Liga já não há mais nada a ganhar. Os encarnados estão a fazer um campeonato impressionante, sim, mas também à custa do afastamento das outras frentes. A revalidação do título tudo perdoará. Uma eventual queda e rolarão cabeças. Normal, diga-se.


O que leva Jesus a meter-se com o Sporting é algo que só ele poderá explicar


Em Belém, Marco volta às segundas figuras. Risco assumido e que pode custar um título. Cair pelas convicções não deve envergonhar ninguém. Necessário é ter a certeza de que é a opção certa para o clube. Aí têm a palavra os sportinguistas. Já mostraram que sabem dizer sim… e também não a quem manda.


PS – Triste por ver Lopetegui na polémica Pinto da Costa/Pedroto. Os dragões têm alguma razão, mas o espanhol devia afastar-se de uma guerra que não lhe diz nada.

Questões de qualidade

16 Janeiro, 2015 0

Tanaka é o jogador da moda em Alvalade e voltou a resolver. De penálti, o japonês ofereceu a vitória aos leões. A segunda consecutiva. Não tem a técnica de Montero, talvez nem metade da qualidade, faltando-lhe também a capacidade física e a inteligência de movimentos de Slimani. Mas útil é. Com o argelino ausente na CAN e o colombiano a descansar para tarefas mais importantes, o samurai não brilhou como em Braga mas não falhou na hora da verdade, Muitos não podem gabar-se de tanto.


Mau sinal para a liga portuguesa o facto de o Boavista, integrante do 1.º escalão, conseguir perder em Alvalade com uma espécie de Sporting Bcom alguns suplentes da equipa principal. É enorme a diferença de potencial hoje no futebol português. Chega mesmo a ser absurdo.


Na Luz um episódio semelhante. Frente ao Arouca Jesus dá-se finalmente ao luxo de usar Gonçalo Guedes e Rui Fonte, também eles inseridos numa equipa maioritariamente de reservas e nova goleada. É verdade que o penálti e expulsão marcaram o jogo, mas também aqui fica bem vincada a diferença de qualidade entre o banco encarnado e o que Pedro Emanuel tem em Arouca. Se provas fossem necessárias de que a liga tem equipas a mais e futebol a menos, esta Taça ajudaria a tirar conclusões.


É enorme a diferença de potencial hoje no futebol português. Absurda, mesmo


Dois jogadores emergem esta noite como possibilidades de primeiro plano para Marco Silva e Jesus. Tobias no Sporting. Brilhou ao lado de Sarr. Mais maduro, mais técnico, com mais escola. Mantendo a cabeça no lugar pode ter uma palavra a dizer muito rapidamente. Para Jesus, Pizzi. O internacional português tem vivido ofuscado e parece merecer mais minutos do que os que tem tido. É muito difícil entrar no onze do Benfica. Há muita qualidade. Mas não poderá aparecer mais vezes? Veremos.

Uma bela homenagem

11 Janeiro, 2015 0

Brilhante é apenas um dos muitos adjetivos que se pode utilizar para descrever a vitória com que o Benfica ontem brindou os adeptos. Não apenas por ter sido uma grande exibição, mas também porque a forma como o 3.º classificado da Liga foi reduzido à mais ínfima expressão terá sido a melhor prenda que a equipa podia oferecer ao ícone desaparecido que se homenageava na Luz. Deu-se o regresso à nota artística, sim, mas perante um adversário de quem se temia muito.


Jesus venceu um duelo muito particular. Batendo por tão claros como justos 3-0 um treinador que é apontado como seu possível sucessor, o técnico encarnado era visivelmente um homem feliz. Não precisava de ter reduzido o adversário a zero, como fez na flash-interview, mas JJ não resiste, na hora da vitória, ou a agigantar-se ou a apoucar quem enfrenta. Já não é defeito. É feitio.


Jesus e jogadores ofereceram a Eusébio a vitória que ele merecia


Ver aparecer o melhor Benfica da época – só comparável, talvez, ao do Dragão, mas aí com muita sorte a seu lado e ontem ela nunca foi precisa – num jogo de risco é mérito de uma máquina que merece elogios. O clube soube trazer à Luz mais gente do que o normal com a homenagem a Eusébio, os jogadores sentiram o carinho e o momento e corresponderam e o técnico conseguiu ressuscitar a equipa, dominadora e eletrizante, como há algum tempo não a víamos. Até ontem o Benfica liderava mas com algumas reticências dos seus e muita esperança dos rivais. Hoje há motivos para sorrir e cada vez maior e legitimada esperança na revalidação de um título que será uma espada cravada no coração do Dragão.


Enzo foi nome impronunciado na Luz. Quase ninguém se lembrou dele. Mérito de Samaris, sim, mas muito de Jesus. Goste-se ou não do homem, é um grande treinador.

Problemas de expressão

8 Janeiro, 2015 0

É das coisas mais difíceis de engolir. Todos temos os nossos ódios de estimação. Ou coisas que consideramos sagradas. E se o são, com elas não se brinca. Por isso é tão difícil defender a liberdade de expressão. Porque, às vezes, resvalamos para o censor que há em nós e consideramos que “aquilo” não podia ser dito. A forma como ainda hoje aceitamos como normais os blackouts impostos seja por quem for dizem muito. Nós que vivemos tantos anos de mordaça imposta e devíamos ter especial orgulho em dizer o que pensamos, depois de mais de uma geração ter lutado por isso.

Ontem, nas redes sociais, bloqueei dois ou três energúmenos que sugeriam que o sucedido no “Charlie Hebdo” devia ser um aviso para as redações dos desportivos. Não por medo. Não por ser mais fácil. Simplesmente por nojo. Evito fazê-lo. Dou mesmo ouvidos a muitos que insultam, porque num dia sou vendido ao Sporting, noutros corrompido pelo Benfica ou ainda uma marioneta do FC Porto. Mas o desrespeito pela vida humana e a total insensibilidade por algo que devia ser um bem tão precioso, foi demais. Sim, também tenho problemas com a liberdade de expressão.

Não somos todos Charlie. Hoje gostávamos de ser, mas não somos. Somos, muitos, não todos, contra assassinatos a sangue-frio. Somos, muitos, não todos, a favor da liberdade de expressão. Charlie são eles, os que morreram, com a coragem de defender em vida e com a vida os ideais em que acreditavam. E eles, como se fôssemos nós, deixam filhos, mulheres, pais, mães, amigos e a Paris que amavam. O ódio, a ignorância e a intolerância são dramáticos. Sei que é pouco, demasiado pouco, mas só me lembro de uma palavra para os que se foram cedo de mais. Obrigado. Por tudo.

12 génios do futebol Mundial com o Record

Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi? Johan Cruyff ou Franz Beckenbauer? Eusébio ou Alfredo Di Stéfano? A história do futebol mundial tem sido pautada pela intensa rivalidade entre alguns dos maiores futebolistas de todos os tempos. Nas vésperas da cerimónia de entrega da Bola de Ouro – 12 de janeiro de 2015 –, o Record disponibiliza uma coleção de seis DVDs que reúne documentários oficiais de 12 vencedores deste mítico troféu.

Para beneficiar desta oferta que decorre entre 8 de janeiro e 13 de fevereiro, basta ao leitor recortar o cupão publicado semanalmente no Record todas as 5ª feiras, e levantar o respetivo DVD na 6ª feira. O primeiro DVD estará nas bancas já no dia 9 de janeiro, mediante a apresentação do cupão publicado no Record no dia 8, e coloca frente-a-frente as duas maiores estrelas do futebol mundial da atualidade, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

Na semana seguinte, segue-se o duelo que marcou a década de 70: Johan Cruyff, ícone da célebre ‘Laranja Mecânica’ e vencedor da Bola de Ouro em 1971, 1973 e 1974, e Franz Beckenbauer, a maior figura do futebol germânico e vencedor da Bola de Ouro em 1972 e 1976. Dia 23 de janeiro estará em banca o DVD que retrata dois monstros recentemente falecidos: Eusébio, vencedor da Bola de Ouro em 1965, e Alfredo Di Stéfano, vencedor em 1957 e 1959, e as duas maiores figuras da história do SL Benfica e do Real Madrid, respetivamente.

O quarto DVD salienta dois nomes que dominaram a década de 80: a classe de Michel Platini, vencedor da Bola de Ouro em 1983, 1984 e 1985, e a elegância goleadora de Marco van Basten, vencedor em 1988, 1989 e 1992. Zinédine Zidane, Bola de Ouro em 1998, e o brasileiro Ronaldo, Bola de Ouro em 1997 e 2002, são ou nomes em destaque no 5º DVD. O último DVD, em banca no dia 13 de fevereiro, evidencia a era de Figo, Bola de Ouro em 2000, e de Ronaldinho Gaúcho, Bola de Ouro em 2005.

Lista e data de entregas:

 

DVD 

“12 Génios do Futebol”

Cupão

Banca

1

Cristiano Ronaldo / Messi

08/jan

09/jan

2

Cruyff / Beckenbauer

15/jan

16/jan

3

Eusébio / Di Stéfano

22/jan

23/jan

4

Platini / Van Basten

29/jan

30/jan

5

Ronaldo / Zidane

05/fev

06/fev

6

Figo / Ronaldinho

12/fev

13/fev

7 Janeiro, 2015 0

Não somos todos Charlie. Hoje gostávamos de ser, mas não somos. Somos, muitos, não todos, contra assassinatos a sangue-frio. Somos, muitos, não todos, a favor da liberdade de expressão. Charlie são eles, os que morreram, com a coragem de defender em vida e com a vida os ideais em que acreditavam. E eles, como se fossemos nós, deixam filhos, mulheres, pais, mães, amigos e a Paris que amavam. O ódio, a ignorância e a intolerância são coisas dramáticas. Sei que é pouco, demasiado pouco, mas só me lembro de uma palavra para os que se foram. Obrigado. Por tudo.

Novo começo ou o fim adiado

É difícil entender o Sporting. Não jornalisticamente, mas lendo o Facebook oficial do clube. É a primeira vez que uma decisão de Bruno de Carvalho é atacada pela larga maioria dos que ali se expressam e a razão é simples: os adeptos não entendem a guerra lançada pelo presidente ao treinador e a instabilidade em redor da equipa. Apesar das acusações aos jornais, a verdade é que foi a declaração do líder que retirou as derrotas de Benfica e FCPorto da agenda e levou a crise a Alvalade.


Crise? Qual crise, disse Bruno de Carvalho ontem na Sporting TV. Ela não existe, garante. Curiosamente, na mesma declaração elogia Eduardo Barroso e José Eduardo como os únicos comentadores leoninos de confiança. E o que faz o segundo? Arrasa Marco Silva à partida para férias e fala abertamente em crise em Alvalade, lançando graves acusações ao treinador. A essas responderá em tribunal, mas imagine-se como fica o pobre adepto, que quer acreditar no que ouve e lê, mas não sabe como.


Marco Silva foi confirmado. Mas como acreditar que ficou tudo resolvido?


Bruno decidiu manter Marco mas resta perceber até quando. E fica também a ideia de que o faz algo contrariado. Os recados deixados aos sócios na TV do clube são claros. Como podem colocar tudo em causa por uma simples decisão de gestão para a qual foi eleito? O líder “esperava um bocadinho mais”. Provavelmente, eles também. A reação que tiveram levou o presidente a ponderar e a travar uma decisão que parecia iminente.


Bruno ainda vai a tempo. Resta devolver a serenidade ao clube e apoiar a equipa nos bons e maus momentos. Há assuntos que devem ser tratados internamente e não com frases do agrado das bancadas. Até porque tirando os mais fanáticos, deve ter percebido que não é assim que une a família leonina. Ninguém o contesta, mas o Sporting está primeiro.

 

Texto publicado na versão impressa de Record de 27-12-2014

Entre o sonho e o pesadelo

É muito fácil viver no fio da navalha no futebol. Então quando se veste a pele de treinador, rara é a época em que não se passa de besta a bestial e vice-versa num só minuto. Jesus já com cinco anos de Benfica sabe bem o que isso é. Vencedor do prémio Artur Agostinho, o mais importante galardão atribuído por Record, o técnico encarnado vive o momento com a serenidade dos justos. O que fez em 2013/14 merece tudo. A juntar a isso, o presente. Entre as agruras do adeus à Europa e à Taça de Portugal, Jesus conseguiu provavelmente o mais importante: o título de campeão de inverno com 6 pontos de vantagem sobre o rival FC Porto. Por muito que se discuta a Champions, o objetivo principal está a ser cumprido. Sinceros parabéns ao homem do leme. Um guerreiro.

No FC Porto, o Natal terá sido vivido de forma comedida. O enorme investimento teve resultados imediatos na Champions, mas em casa Lopetegui tem falhado. As derrotas nos clássicos e o 2.º lugar alimentam a desconfiança. 2015 será um ano fulcral para o espanhol no Dragão. A perda de Brahimi para a CAN pode ter consequências graves, mas o plantel que comanda tem muita qualidade. Os adeptos mais exigentes do país querem mais. E não perdoarão muito mais deslizes. Querem vitórias.

Em Alvalade o Natal foi um pesadelo. A hipótese de saída de Marco Silva turvou o mandato de Bruno de Carvalho. Nem entre os mais fiéis a medida é amplamente apoiada, apesar de tão bem explicada pelos comentadores da situação. Ainda há tempo para emendar a mão. Bruno pode refletir porque foi tão difícil a relação com Jardim e agora com Marco. E o técnico entender alguns dos pontos de vista do presidente. Avançar para a saída pode ser erro histórico. Não seria a primeira vez.


Texto publicado na versão impressa de Record de 26-12-2014