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O Benfica termina 2014 na frente da Liga, mas sendo um campeão de inverno sem grande vontade de festejar. Estranho? Não. A ambição de clube e adeptos após uma época em que perdeu apenas a Liga Euro..." /> — ler mais..

O Benfica termina 2014 na frente da Liga, mas sendo um campeão de inverno sem grande vontade de festejar. Estranho? Não. A ambição de clube e adeptos após uma época em que perdeu apenas a Liga Euro..." /> Lado B - Record

Lado B

Estranhos estados de espírito

26 Dezembro, 2014 0

O Benfica termina 2014 na frente da Liga, mas sendo um campeão de inverno sem grande vontade de festejar. Estranho? Não. A ambição de clube e adeptos após uma época em que perdeu apenas a Liga Europa era maior. Os encarnados seguem na liderança com 6 pontos de avanço mas sofreram muito para bater o último classificado. O Gil Vicente podia ter feito estragos na Luz, não fosse o golo precedido de fora-de-jogo. E tanto Jesus como direção percebem que nem tudo está bem. O clube já disse adeus à Europa, a Taça de Portugal também foi um ar que lhe deu e o futebol jogado ontem foi medíocre. Mas as Festas poderão servir para recuperarem jogadores e voltarem mais fortes em 2015. O Benfica vai ter de ser melhor. Mas lidera. E isso merece um bacalhauzinho bem regado.

O Sporting conseguiu uma vitória importantíssima na Madeira. Primeiro, porque lhe permitiu sobreviver a uma semana terrível. Depois, porque dá aos leões a capacidade de perceberem, de presidente a treinador, passando pelos adeptos, que o clube está envolvido em quatro frentes e que apesar de a 10 pontos do líder, vê apenas 4 de distância para o 2.º classificado. E mesmo que isso faça lembrar o “maldito” Paulo Bento, a Liga dos Campeões é vital para o leão e ainda é possível.

 

Benfica e Sporting devem clarificar estratégias e objetivos antes de 2015


Era de toda a conveniência que Bruno e Marco Silva aproveitassem o Natal para se sentarem à mesa e, cara a cara como sugeriu o técnico, limassem arestas entre ambos. É evidente que o ambiente é mau. E que tal como aconteceu com Leonardo Jardim, a relação pode não durar mais do que uma época. Mas faz sentido que lutem lado a lado quando ainda há tanto em jogo. Bruno precisa de quem lhe diga que não de vez em quando. Para o bem dele e do Sporting. Há alguém capaz em Alvalade?

Leão a dar tiros nos pés

25 Dezembro, 2014 0

É há muito conhecida a estranha capacidade autofágica do Sporting. Nos últimos 30 anos, provavelmente dos três grandes o que mais problemas procurou mesmo quando eles pareciam não existir. Pinto da Costa resolveu isso há muito no FC Porto. Vieira ainda enfrentou alguns célebres “papagaios” e problemas internos, entretanto resolvidos pela cada vez maior experiência de liderança e pelo profissionalismo da estrutura que hoje o acompanha no dia a dia do clube. Sem ondas.


Bruno de Carvalho tem assumido, sozinho, a comunicação do Sporting. Em Alvalade não há mais ninguém. Um regime presidencialista, numa espécie de copy-paste do que existe no Dragão. A diferença é que o líder leonino fala mais vezes, porque a estratégia de afirmação passa por travar mais batalhas e silenciar jogadores e estruturas de futebol e modalidades. Percebo a maioria das intervenções. Entendo que a constante guerra a FC Porto e Benfica agrada aos mais fiéis seguidores e é vista em Alvalade como afirmação de um clube que se acreditava muito dócil. No entanto, em termos estritamente comunicacionais, a última intervenção foi um desastre. Retirou pressão aos rivais e colocou-a em Alvalade. A não ser que a ideia fosse essa. Afinal, o FC Porto tinha perdido no Dragão com o Benfica e não tinha sequer a Taça para esquecer o desaire. Os encarnados na véspera perdiam o elã do clássico com a derrota caseira frente ao Sp. Braga.


Comunicado de Bruno de Carvalho retirou pressão a Benfica e FC Porto


O que se decide em Alvalade após bater o Vizela? Lançar o caos na equipa, encostando à parede treinador e jogadores e alertando os sócios para a legitimação de uma direção que vive sem oposição desde que foi eleita. Saíram da agenda mediática as derrotas rivais e o facto de o Sporting ser a única equipa portuguesa em quatro frentes. Pinto da Costa e Vieira agradecem.

 

 

 

Leão precisa de se focar

18 Dezembro, 2014 0

O Sporting atravessa um momento delicado. A 10 pontos do 1.º lugar ao qual se candidatou no defeso, o leão sofreu para bater um Vizela bravo, mas ainda assim do CNS. Não por falta de qualidade, a essa sente-se-lhe a ausência em jogos da Liga dos Campeões e para bater equipas pequenas em Alvalade, mas porque a derrota em Londres, o empate frente ao Moreirense e o ambiente vivido desde Guimarães deixaram marcas. Que têm de ser apagadas quanto antes.

Os leões estão envolvidos em muitas guerras. As desportivas são apenas uma parte. Mas têm de se focar. A Liga Europa vai ser tarefa complicadíssima. O Wolfsburgo é um dos piores adversários que podiam calhar em sorte. Mas a liga nacional não está mais fácil. O título já não passa de uma miragem, mas há ainda muito a ganhar. O acesso à Liga dos Campeões é vital para umas finanças saudáveis. E o 5.º lugar ocupado deixam-nas complicadas. Se a Taça da Liga não é para levar a sério e será para rodar menos utilizados e jovens da B, então resta a Taça de Portugal para ganhar. Mas só uma nova empatia poderá levar o leão a bom porto. É urgente fazer regressar a alegria. E pelo caminho contratar, pelo menos, um central de qualidade para fazer crescer o promissor Paulo Oliveira.


Marco Silva precisa de mais qualidade e estabilidade. Sob pena de se perder tudo


Talvez assim o Sporting possa pensar em conquistas. Obviamente, falta o regresso de Nani e o rendimento que se ganha com um craque de outra dimensão. Mas a uma equipa em construção não se pode só exigir. É preciso apoiá-la.

Depois há as batalhas de Bruno de Carvalho. Muito respeitáveis. E já sabemos que há quem goste de ouvir o líder leonino lá fora. Problema é que a mensagem cá dentro não passa. E essa devia ser a sua grande prioridade. E do Sporting.

Um líder próximo e solidário

17 Dezembro, 2014 0

A vitória do Benfica no Dragão é uma prenda de Natal antecipada que nenhum adepto encarnado pode desdenhar. A juntar a isso seis pontos de avanço na Liga, um cenário idílico que até fez esquecer o desastre europeu. Jesus já reclamou para si todos os louros sobre a forma e a estratégia, num discurso que tantas vezes esquece os intérpretes. Mas há mais quem mereça elogios numa altura em que o Benfica só poderá perder o título se não souber gerir a vantagem que agora celebra.

Luís Filipe Vieira soube resistir à venda de Enzo este verão. Foi apenas uma das muitas decisões vitais para o sucesso que os encarnados estão a conseguir na Liga. Da mesma forma que vendeu Rodrigo e André Gomes por 45 milhões ou Markovic por 25, negócios demasiado bons para serem verdade nos tempos que correm. A isto juntou novos investimentos. Muito criticados por alguma opinião próxima do treinador, alguns desses pernetas mostraram no adeus à Champions que afinal poderão não ser assim tão maus. Mas não é só aqui que Vieira merece destaque. A intervenção que teve no balneário após a derrota na Rússia foi de classe.

 

Vieira está a ser um grande aliado de Jesus. Papel do presidente tem sido vital


Transformou um mau momento numa espécie de catarse que o plantel soube absorver. Em vez de arrasar o grupo que sabia ter falhado, o presidente deu a mão, apoiou e manifestou confiança nas futuras batalhas. Pode até ser coincidência, mas a verdade é que, desde então, o Benfica não voltou a sofrer golos e só empatou com o Bayer. Luís Filipe Vieira demorou, sim, mas hoje lidera uma estrutura oleada. Escolheu gente competente. Domingos Soares de Oliveira nas finanças, Rui Costa no futebol e João Gabriel na comunicação e estratégia. Não reconhecer que na Luz mora um clube forte e diferente com este presidente já não é só cegueira, é estupidez.

Um caso bem complicado

15 Dezembro, 2014 0

Record foi quem trouxe o assunto à praça pública mas é preciso reconhecer que não por aturada investigação jornalística. Foram as palavras de Lito Vidigal, enigmáticas, de quem não concordava com a limitação, diga-se até, de quem queria levantar a lebre, que nos levaram a fazer o nosso trabalho. Curiosamente, o único desportivo a fazê-lo. Porquê? Talvez porque já vimos tantos porcos a andar de bicicleta que já se torna difícil indignarmo-nos quando vemos apenas mais um.

Mas não pode ser essa a solução. Foi um pouco isso que nós, portugueses, fizemos em relação a muitos políticos, banqueiros e empresários e veja-se onde nos levou. Os casos Miguel Rosa/Deyverson e Kléber não fazem correr muita tinta por serem inéditos. Acontece que a falta de transparência é algo cada vez menos aceitável num país que está a sofrer muito com os erros de poucos.


Miguel Rosa e Deyverson fazem correr muita tinta por falta de transparência


É verdade que fechámos os olhos a um presidente da República que compra e vende acções de um banco que é o maior caso de polícia da história. Não ligámos o suficiente a um primeiro-ministro que não se lembra se recebeu ou não 5 mil euros/mês, curiosamente o mesmo homem que se gabava de ir de Opel Corsa para Manta Rota. Achamos normal até que um banqueiro que arruinou um império receba prendas de 14 milhões e pague impostos atrasados. Mas tudo tem um fim como se vê em Évora. A impunidade é difícil de aceitar quando há crianças a desmaiar de fome nas escolas porque o dinheiro se perde num bolso qualquer.

Aqui não há Sporting, Benfica ou FC Porto. Há regulamentos. E se não servem para castigar quem até confessou ter alterado a verdade desportiva, como fez Rui Pedro Soares, então façam-se novas leis. E cumpram-se, doa a quem doer.

Muita atenção à violência

5 Dezembro, 2014 0

Ontem em Coimbra a polícia fez uma carga na bancada devido ao comportamento dos ultras benfiquistas. Não foi o primeiro e não será o último problema originado pelas claques. Mas é preciso estar atento ao fenómeno. Esta época já houve vários episódios de violência, o mais mediático o do adepto esfaqueado em Guimarães. É cada vez mais perigoso ir ao futebol.

Posso falar do meu caso, esta época como espectador ainda não fui revistado. Quer isto dizer que o problema está em quem policia? Não. Mas também aí todas as cautelas são poucas. Há várias medidas importantes. No Benfica, por exemplo, legalizar as claques que continuam à margem da lei. Nos restantes campos, ser inflexível com quem prevarica. Quem se porta mal numa bancada não pode voltar a visitá-la. Deve ser obrigado a passar pela esquadra mais próxima à hora do jogo da sua equipa. Os ingleses, que tinham problemas muito mais graves de hooliganismo, conseguiram minorá-los significativamente. É preciso mão dura. Que a morte em Madrid nos abra os olhos. A instabilidade social motivada pelos cortes governamentais e a austeridade sem cérebro leva ao crescimento dos comportamentos extremistas. É aqui que os ultras de extrema-direita melhor navegam. Lembrem-se. Podia ter sido cá.

 

Quem se porta mal numa bancada não pode voltar a visitá-la. É preciso mão dura


Este foi um fim de semana particularmente negativo para a arbitragem. Mais um. Curiosamente, os três grandes foram beneficiados. Em Alvalade a pérola dos dois toques de William. Em Coimbra o golo de Luisão fora-de-jogo. No Dragão um chorrilho de asneiras de Olegário, que acaba por passar entre a chuva devido ao resultado desnivelado. Duas grandes penalidades e outros mimos com clara interferência no resultado. Não se ouviu dos três presidentes um pio. Pois é, quem não chora…