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Jogaram Benfica e Sporting e adensaram-se as diferenças de estados de espírito entre adeptos de águias e leões. Normal. Os encarnados somaram a 3.ª derrota consecutiva e continuam a trabalhar a int..." /> Lado B - Record

Lado B

Benfica e Sporting: Rivais em planos diferentes

27 Julho, 2014 0

Jogaram Benfica e Sporting e adensaram-se as diferenças de estados de espírito entre adeptos de águias e leões. Normal. Os encarnados somaram a 3.ª derrota consecutiva e continuam a trabalhar a integração dos reforços numa equipa em reconstrução. Os de Alvalade festejaram a 5.ª vitória em 5 jogos, o que, não valendo qualquer ponto, aumenta a confiança a quem faz do futebol vida.

Jesus precisa de tempo para reconstruir a equipa. Não há milagres. Existe um histerismo exagerado em relação ao plantel desta época e na Luz continua a morar talento, mas é óbvio que um onze ganhador não se faz de um dia para o outro e quem perde Garay, Rodrigo, Oblak, Siqueira e Markovic precisa de encontrar nas contratações os mecanismos necessários à normalização do futebol benfiquista. A perspetiva de perder Gaitán e Enzo aumenta a angústia. Mas não acredito que Vieira não tenha mais contratações na manga. Veremos se das que jogam.

Em Alvalade vive-se o estado de graça de Marco Silva. Merecido. O técnico já deixou bem claros alguns pormenores no futebol leonino, ainda que os adversários defrontados até ao momento – à exceção do Benfica – não sejam muito fortes. A verdade é que o 4x3x3 de Leonardo Jardim já não é rei e senhor e parece haver apetência por um futebol ainda mais apoiado e ofensivo. André Martins surge mais próximo de zonas de finalização e os extremos sempre à procura de médios para finalizar. Faltam golos aos alas, mas aí as apostas preferenciais de Marco parecem ser Capel e Carrillo. Percebo. Dos que estão são os melhores. Com a integração dos mundialistas, o onze ficará mais forte. Resta saber se vão registar-se saídas importantes. A diferença entre os títulos e a simples luta pela Europa pode estar aqui.

Em relação às contratações continua por perceber o quanto vão acrescentar. Oriol Rosell é claramente bom jogador, ainda que esteja com mais ritmo do que os companheiros. Tanaka cheira o golo, mas fica por confirmar contra adversários mais poderosos. Paulo Oliveira procura o seu espaço, Slavchev ainda se mostra algo pesado e André Geraldes, Ryan Gauld ou Shikabala, como os miúdos da casa, não dão ainda mostras de entrarem de caras na equipa. É aqui que a vida de Marco Silva se pode complicar. Ou tira rendimento dos homens que chegaram no defeso ou a matéria humana poderá revelar-se curta para tanta frente. Montero é um caso a precisar de resolução. O talento está lá. É “exorcizá-lo”…


PS – O Benfica não fez uma única conferência de imprensa na Eusébio Cup. Medo de quê?

Fazer mais com menos

22 Julho, 2014 0

A austeridade parece ter chegado finalmente à Luz. E a racionalidade também. Era óbvio que Luís Filipe Vieira não poderia continuar a gastar milhões atrás de milhões com um passivo como o que atormenta o Benfica. A época passada foi feita uma aposta com resultados desportivos visíveis mas economicamente arriscadíssima e o clube está agora obrigado a encaixes financeiros avultados para acalmar a tão tumultuosa banca nacional. Nos cinco anos da era Jesus foi investido mais dinheiro no futebol do que em quase toda a história do clube. Regressaram os títulos, sim, mas com custos elevados. Agora é tempo de mudar o paradigma.

Jorge Jesus mostrou ser capaz de montar equipas competitivas com muito dinheiro. Vieira ofereceu-lhe jogadores de qualidade reconhecida como Saviola, Aimar, Ramires, Javi García, Garay, Gaitán e Enzo Pérez, entre tantos outros, mas todos eles custaram muitos milhões. Agora a disponibilidade de tesouraria é menor e só complicados negócios com fundos permitem a chegada a Portugal de talentos como Talisca. O treinador vai ter menos jogadores feitos e mais projetos para limar. Será mais difícil, é um facto, mas não é isso que fazem mais de 90 por cento dos portugueses desde que Passos Coelho e Portas descobriram que a melhor maneira de resolver os problemas do País é tirar a quem trabalha?

Também por isso Jesus devia ter mais cautela com o que diz. É verdade que ainda não lhe chegou nenhum jogador de qualidade reconhecida mundialmente. Mas não foi esse o desafio que enfrentou Leonardo Jardim a época passada no Sporting, dando tão boa conta do recado? E não é o plantel do Benfica mais talentoso, valioso e dispendioso do que o atualmente às ordens de Marco Silva?

Quando tiver todos os internacionais, Jesus comandará ainda um grupo fortíssimo. Quem sabe não tanto como na época passada, mas ainda assim provavelmente o melhor plantel nacional. Afinal, ainda há Luisão, Fejsa, Amorim, Maxi, Gaitán, Salvio, Lima, Cardozo e mesmo Enzo ainda mora ali. E de alguns dos novos espera-se muito. César, Talisca, Derley e até Benito parecem ter pernas para andar. No fundo, ao treinador pedem-se novas provas da tão anunciada genialidade. Ganhou dois títulos em cinco anos de vacas gordas. Não foi nada mau, mas também podia ou devia ter sido melhor. Se a Vieira se exige cabeça e racionalidade para levar as contas do Benfica a números mais razoáveis, de JJ aguardam-se novas conquistas. O que tem pode não dar para ganhar a Champions, é verdade, mas cá dentro tem de chegar.

Notas do dia publicadas em 22-07-2014 na versão impressa de Record

Aí está o novo Sporting!

1 Julho, 2014 0

O Sporting regressa hoje ao trabalho com a realização de uma gala onde estarão presentes os reforços já contratados e serão apresentados os equipamentos para 2014/15. Bruno de Carvalho e Marco Silva iniciam assim uma caminhada que se antevê complicada e a que os êxitos de Leonardo Jardim na época passada já não poderão acudir.

O presidente subiu a fasquia esta temporada e essa é uma fatura que, como se sabe, não lhe será passada mas sim ao treinador. Salta à vista que os leões estão a fazer um esforço para darem mais soluções ao homem que vai montar a equipa, mas ainda assim é fácil de perceber que as armas à disposição de quem treina o Sporting estão ainda a anos-luz das de quem orienta Benfica ou FC Porto.

Peça muito importante para o futuro leonino a venda, ou não, de William Carvalho este defeso. Ele é a principal hipótese de Bruno de Carvalho realizar um encaixe importante, abatendo assim uma pequena parte da enorme dívida que mantém à banca e alimentar a máquina do clube, mas sabendo também que esse será um rombo difícil de colmatar na ambição desportiva pedida a Marco Silva.

Neste aspeto particular, a adaptação de Slavchev e Oriol Rossel ao futebol português e ao que lhes for pedido pelo técnico é de capital importância. Se perder William, Marco será obrigado a montar um meio-campo diferente, onde será necessário repartir mais o esforço defensivo do que sucedia na época passada, onde o jovem talento da formação cobria algumas insuficiências de Adrien e André Martins.

Era bem mais interessante para o Sporting conseguir a colocação de Adrien no mercado, encaixando obviamente muito menos, mas poupando num dos maiores salários pagos em Alvalade e mantendo William, ele que foi durante muito tempo o jogador mais importante às ordens de Jardim.

Slavchev, Oriol Rossel, Tanaka, Paulo Oliveira e André Geraldes são os contratados até ao momento. Acreditando que tiveram o acordo de Marco Silva – o desaguisado entre Lito e Rui Pedro Soares, em Belém, mostra como isso é importante –, torna-se grande a expectativa pelo futebol do novo leão. O técnico alimentou na equipa canarinha uma ambição a que o clube da Linha não estava habituado e jogando de forma agradável e ambiciosa, coisa rara no futebol português. Foi o que o levou a Alvalade e é algo que os adeptos muito apreciam. Resta saber como reagirão a um eventual desaire na questão da fasquia aumentada. Mas essa é uma ânsia que cabe a técnico e presidente gerirem. Ou ganharem mesmo.