Não quero este País
16 Agosto, 2011
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Saio de casa e aborda-me um puto, de 13 anos anos, bom aspecto, bem vestido, lavadinho: “Desculpe, pode dar-me uma moeda para comer um bolo?”. Até penso que percebo mal. “Não, desculpa, estou com pressa”. Mas páro. “Porque andas a pedir, não tomaste pequeno-almoço?”. “Sim, mas os meus pais estão desempregados e não me deixaram almoço. Só os vejo ao jantar”. Levo-o à pastelaria mais próxima, pago-lhe um bolo e uma sandes para mais tarde. Agradece, sem vergonha, e deixa-me, de sorriso feliz nos labios. Eu, com dinheiro no bolso, fico. Infeliz, de lágrima no olho, a pensar que não é este o País que quero para o miúdo. Este, os meus ou os vossos.