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O Sporting continua a sua caminhada a favor da verdade desportiva no futebol português e hoje vimos novo episódio. A novidade foi a de ficarmos a saber que os sportinguistas admitem também quando são beneficiados. Não gosto dos termos beneficiado e prejudicado em relação aos erros dos árbitros pois parece que os mesmos, os erros, são propositados, mas normalmente todos nos dirigimos dessa forma a esses lances mal ajuizados.

Pois bem, os leões têm uma lista na qual estão escritos todos os erros dos árbitros nos seus jogos, e também nos dos principais adversários. Admitem mesmo aqueles nos quais foram beneficiados, o que me deixa a pensar: se são beneficiados algumas vezes e prejudicados noutras ocasiões, para quê estar a falar disso? Depois, a diferença: alguns erros são aceitáveis mas outros são grosseiros. Certo, mas isso não acontece porque uns árbitros são melhores do que outros?

E os jogos não se perdem também devido a erros dos jogadores? Quando um jogador falha um golo feito, daqueles de baliza aberta, isso é o quê? Um falhanço aceitável ou um erro grosseiro? E quando um craque comete um erro grosseiro e a sua equipa perde o jogo, alguém acredita que falhou propositadamente?

Deixo aqui um exemplo. Um lance de azar de um bom jogador, que até aprecio bastante – digo isto para não pensarem que foi má vontade.

Isto não é um erro grosseiro? Alguém acha que Rui Patrício deixou escapar a bola propositadamente?

Quem tem razão é Leonardo Jardim. O técnico disse, no início da época, que os grandes não se deviam queixar porque são sempre mais beneficiados do que os restantes. Essa é a verdade, há anos e anos. E não acredito que sejam erros premeditados, acontecem porque a pressão de apitar os grandes é muito maior ou, simplesmente, porque um erro num jogo de um dos grandes é muito mais explorado por toda a gente.

Nem com os melhores árbitros nos principais jogos estes erros vão deixar de existir, basta recordar o golo no Benfica-Porto e este no Sporting-Porto. Por coincidência, ambos arbitrados por Proença (que não pode apitar todos os jogos dos grandes) e ambos decididos com um golo de fora-de-jogo (de centímetros) e, por sinal, quem devia assinalar a irregularidade até era o auxiliar.

O FC Porto voltou a perder pontos na Liga, desta vez desperdiçando uma vantagem de dois golos. No final, Paulo Fonseca lamentou os golos sofridos por erros defensivos e considerou inexplicável a forma como o campeão nacional perde pontos nesta Liga. A explicação, ou uma das respostas, pode estar precisamente nos defesas.

Durante a 1.ª volta o líder Benfica jogou com a dupla de centrais Luisão-Garay, enquanto os dragões tinham Mangala-Otamendi. Duas boas duplas mas, parece-me, com vantagem para as águias.

Agora, o Benfica continua com a mesma dupla mas o campeão nacional já não tem Otamendi. Em Guimarães, sem o castigado Mangala, jogaram Abdoulaye-Maicon. Se o Benfica jogasse com as segundas opções para o lugar, Jardel-Steven Vitória, estaria, parece-me, em termos de qualidade, pelo menos em igualdade com esta dupla dos dragões.

O problema dos campeões nacionais pode estar mesmo no eixo, até porque tem, claramente, os melhores laterais da Liga, Danilo e Alex Sandro.

Já o Sporting, para fechar o leque de candidatos ao pódio, faz todo o campeonato com Rojo-Maurício e tem Eric Dier como opção. Não formando uma má dupla, o argentino e o brasileiro não são jogadores da qualidade de Garay ou Mangala, para mim os dois melhores, mas os leões conseguem manter-se na luta pelo título.