Honores liga

Percebo pouco de ténis e de ciclismo por isso não vou fazer qualquer comentário técnico sobre dois triunfos históricos para o desporto nacional.

No ténis, João Sousa tornou-se no primeiro português a vencer um torneio ATP. No mesmo dia, no ciclismo, Rui Costa sagrou-se campeão do Mundo. As vitórias provam que não somos apenas bons no futebol e dão uma pequena alegria ao país, digo pequena por serem poucos os que vibram com estas modalidades.

Num dia sem futebol, por causa das eleições Autárquicas, dois resultados podem ter leitura futebolistica. O independente Rui Moreira ganhou no Porto e Fernando Seara foi goleado em Lisboa.

Seria interessante saber quantos eleitores na Invicta votaram Rui Moreira só porque o conhecem como ex-comentador desportivo, defensor do FC Porto; e em Lisboa quantos votaram contra Seara devido à imagem desgastada que tem por tantos anos a defender (?) o Benfica num programa sobre erros de arbitragem. O candidato derrotado na capital conseguiu mesmo começar o discurso com “a democracia é isto mesmo.” Pois, só lhe faltou o “vitória certa da melhor equipa.”

Mais uma dúvida de futebol: na Madeira, Jardim perdeu a câmara do Funchal, entre outras. Irá o Marítimo descer, mais ano menos ano?

A fechar, algo que não consigo classificar se é insanidade ou a “evolução” natural do país que temos?

Vi há pouco que no facebbok a página de Liga Zon Sagres 2013-2014 aconselha todos a visitarem a do programa Casa dos segredos 4. Se a dita página da Liga é oficial, isto é muito grave. Se não o é, quem a faz aproveitou para enganar toda a gente, porque até parece uma página séria, a tal da Liga.

Podia ver neste conselho, ou em alguns dos acontecimentos do dia atrás referidos, o sinal de que o país está mesmo de pernas para o ar. Mas, esperem… acabo de saber: em Oeiras ganhou a Câmara um candidato que está preso! Desconfio que o Proença vota em Oeiras, a culpa só pode ser dele.

Boa noite Portugal e as melhoras…

O meu amigo Xangai (nome fictício) tem duas grandes paixões na vida: os cães e o futebol. Bom, não é bem o futebol, como jogo, mas o seu clube. Curiosamente, não é adepto de nenhum dos grandes – sim, existem pessoas adeptas de outros clubes – mas de outro emblema, hoje em desgraça depois de há uns anos ter espantado a Europa por vestir umas camisolas esquisitas. Como eterno enamorado pelo seu clube, não perde uma ocasião de falar mal do rival azul-e-branco, embora o rival nem se lembre que ele, o seu clube, ainda existe.

O meu amigo Xangai, contava eu, é um daqueles sujeitos sempre bem dispostos, dos quais toda a gente gosta, aquilo a que os brasileiros chamam um “cara legau”. Mestre da retórica, sempre com fina ironia, gosta de contar piadas e histórias engraçadas, muitas vezes de difícil compreensão.

Já não estamos juntos muitas vezes, por questões profissionais, mas as novas tecnologias permitem-nos anular a distância e ir mantendo contacto com regularidade. Ligamos, muitas vezes sem grande coisa para contar, só para “conversa da tanga”, normalmente até eu perder a paciência para a sua ironia.

Ligou-me esta semana o Xangai, por nada de especial, basicamente só para chatear.

– E então, tudo bem? É só para te lembrar que esta semana deves dar-me os parabéns.

– Parabéns por que motivo? Não fazes anos.

– É o meu cão, o Xadrez, faz 88 anos.

Pronto, lá vamos nós outra vez, pensei. Lembrei-me do Xadrez, um dalmata lindo, agora já velhote mas, mesmo sem fazer contas, sem 88 anos.

– Vá, já vi que queres conversa mas está bem. Então explica lá, porque o Xadrez, mesmo em idade dos cães, não pode ter essa idade.

– Claro que é em idade dos cães, mas tem, faz 88.

– Epá, o teu cão deve ter uns 12 anos, isso em idade humana dá uns 60 e não 88.

– 12 anos de um cão dá 64 de uma pessoa.

– Então, não são 88.

– Tenho o cão desde 2001 mas lembras-te daquele outro, branco aos quadrados pretos, que me deram em 1999?

– Não eram quadrados, eram manchas. Sim, lembro-me, aquele que só foi teu durante um dia porque a tua mulher não o quis em casa.

– Esse mesmo. Ora, esse cão chamei-lhe Xadrez e foi meu em 1999. Depois comprei o dalmata, em 2001. É só fazeres as contas.

– Epá, não tenho agora paciência para contas.

 – Eu digo-te. Dois anos do primeiro cão dá 24 humanos, mais os 64 do dalmata, dá 88, certo?

 – A conta está certa mas, estás maluco? Não é o mesmo cão.

 – Como não é o mesmo cão? É preto e branco e chama-se Xadrez…

 – Mas estás à espera que eu acredite nisso?

 – Porque não? Há muita gente que acredita…

O xadrez é parecido com este.

Na sequência do meu post anterior, no qual elogiei as palavras de Leonardo Jardim, fiquei ainda mais espantado com as de Bruno de Carvalho. Sobre o penálti não assinalado por Xistra contra o Rio Ave, o presidente do Sporting comentou: “Não vale a pena esconder com um erro a pior exibição desta época…”

A sério, fiquei espantado mas também esperançado numa nova forma de encarar o futebol. Acho que é a primeira vez que escrevo sobre o presidente do Sporting pois até agora não tinha opinião bem formada sobre o dirigente. Agora, tiro-lhe o meu chapéu e espero que os adeptos do emblema leonino sigam o exemplo do seu líder.

Já agora, se os benfiquistas e os portistas pudessem também parar de falar dos árbitros, talvez o futebol português passe a respirar um ar muito mais saudável.

Escrevo isto por considerar que, depois destas palavras, Bruno de Carvalho nunca mais puderá justificar as derrotas com erros de arbitragem.

Antes do último Benfica x Sporting – aquele que vai ficar na história como o dérbi do Capela e não como o do melhor golo da Liga – vi uma coisa inacreditável. À porta do Record, um adepto do Benfica virou, literalmente, dois agentes da PSP. O homem (o agente) estava desarmado (controlava apenas o trânsito) e a mulher polícia que foi em seu auxilio foram derrubados pelo adepto e não o conseguiam imobilizar. Outro grupo de benfiquistas, ao verem a cena, correram para ajudar os agentes da autoridade mas surgiram, de repente, os elementos da polícia especial e aviaram com os cacetetes em todos os presentes na confusão.

Hoje vi o vídeo de Jorge Jesus em Guimarães. O treinador tentou ajudar, à força, os agentes da autoridade a libertarem um adepto do Benfica. Na cena seguinte, vi um polícia a dizer a Jesus para se acalmar. Fico-me por aqui em relação à cena da Cidade Berço mas, quase aposto, com este  gesto Jesus reconquistou a plateia da Luz. Estou já curioso de ver como vai ser recebido pelos adeptos no próximo jogo.

Nesta jornada destaco também as palavras de Leonardo Jardim. Já era fan do madeirense, pelos trabalhos no Chaves, no Beira-Mar, em Braga, mas agora ainda sou mais. Um treinador ser prejudicado (em penálti por assinalar) e dizer que acha uma hipocrisia os três grandes falarem dos árbitros merece um louvor. Pode ser que as mentalidades estejam finalmente a mudar no futebol português, pensei depois de ouvir Jardim. 

Um dia depois, o meu pensamento caiu por terra. Paulo Fonseca perdeu os primeiros pontos na Liga e culpou o árbitro (até tinha razão no lance do penálti mas…). O treinador do FC Porto, o mesmo que na 1.ª  jornada acusou José Mota, do V. Setúbal, de se queixar sempre dos árbitros, queixou-se na primeira oportunidade – falta um pormenor, José Mota nunca treinou nenhum dos grandes.

O responsável pelos dois pontos perdidos pelo FC Porto – ou um ganho, depende das perspetivas – foi o Estoril, com um 2-2 conseguido com grande sacríficio. No final, Marco Silva foi questionado sobre a arbitragem e deu a mesma resposta dos últimos dois anos e meio (desde que é treinador): “Não falo dos árbitros.” Até recordou o jogo da semana anterior, em Braga, no qual não se desculpou com o árbitro após a derrota.

Se um dia Marco Silva treinar um dos grandes e após um resultado negativo se queixar do árbitro, escrevo aqui um post dedicado ao tema – tenho quase a certeza de que nunca o irei escrever.

A fechar, e para não deixar fora disto outro dos grandes treinadores portugueses da atualidade, uma vénia (mais uma) a Rui Vitória. Perdeu com o Benfica e lamentou ter sofrido um “golo de chouriço.” Grande Vitória.

Na altura, final da década de 70, estava na 2.ª Divisão mas depois chegou à 1.ª

A foto é a preto e branco mas se fosse a cores via-se a camisola branca com barras azuis.

Na foto está um jogador que depois fez carreira na 1.ª e, muito mais tarde, integrou uma famosa equipa técnica.

Também estão dois futuros treinadores de segunda linha, sem passagem pelo primeiro escalão.

Que equipa é esta?

Ponto de partida: não gosto da FIFA. Acredito que quando foi criada a Federação que manda no futebol mundial tinha as melhores intenções mas só me lembro da FIFA já com João Havelange na presidência, logo, não me lembro nada de bom feito pela entidade. Por isso, caro leitor, se é fan do organismo em causa, não vale a pena continuar a ler. Se não é, faça favor.

Este post podia ser, depois do aviso prévio, a bater na FIFA por ter dado o Mundial'2022 ao Qatar; pela forma como os votos são conseguidos – nos Mundiais dos escalões de formação então, é um fartote – ou por qualquer outro assunto importante. Não é! É um tema mais insignificante mas por ser tão insignificante ainda me irritou mais.

Há dias, um amigo partilhou na net um estudo da FIFA sobre os clubes com mais adeptos no mundo. Pesquisei e vi que, afinal, o estudo já é de junho de 2013, tem dois meses, mas neste caso o efeito é o mesmo.

Segundo a FIFA, o Flamengo é o clube com mais simpatizantes no Mundo. Aqui fica o Top:

1.º – Flamengo (BRA) – 33 milhões
2.º – Chivas (MEX) – 30,8
3.º – América (MEX) – 26,4
4.º – Corinthians (BRA) – 24
5.º – Boca Juniors (ARG)- 16,4
6.º – Juventus (ITA) – 16,3
7.º – São Paulo (BRA) – 15,3
8.º – Milan (ITA) – 13,4
9.º – Cruz Azul (MEX)- 13,2

Não sei o que é mais disparatado: se não estarem os clubes europeus normalmente apontados como os que têm mais seguidores – Real Madrid, Barça, Man. United, Liverpool; se estarem três brasileiros e três mexicanos nesta lista – o que tem lógica dada a densidade populacional desses países. No entanto, se esse fator conta, então o clube com mais adeptos no mundo deve ser o Al Ahly, do Egipto, país com mais de 80 milhões de habitantes e apenas com dois clubes grandes (o outro é o Zamalek), sendo o Ahly o mais popular.

Mais curioso ainda é ver que a FIFA, no seu site oficial, divulgou em 2009 que o Al Ahly tinha entre 40 e 50 milhões de adeptos.

Este estudo da FIFA serve para quê? Interessa a quem? Alguém ganhou alguma coisa com isto? Sinceramente, não percebo.

O RB Leipzig x Estugarda B (3.ª Liga alemã), do último fim-de-semana, teve um golo aos 7 segundos. Não é normal mas também não é propriamente novidade uma equipa marcar um golo nos primeiros segundos. Neste caso, a novidade foi mesmo a forma como o Leipzig o conseguiu. Até fico admirado por nenhuma equipa cá deste nosso cantinho não ter pensado numa saída assim.

Linha direta (14/9/2013)

O Estoril joga com o Sevilha na 5.ª feira à noite, para a Liga Europa, e no domingo recebe o FC Porto, que 4.ª feira mede forças com o Áustria Viena, fora. Dúvida: não era mais lógico o duelo da 5.ª jornada da Liga portuguesa ser na 2.ª feira? Era, mas isso implicava que os dois clubes estivessem de acordo para o adiamento se confirmar.

Os canarinhos queriam jogar na 2.ª feira, mas os portistas não aceitaram e, como no domingo à noite fica cumprido o regulamento – 72 horas de intervalo entre os jogos – o Estoril não teve alternativa. O encontro é mesmo domingo, às 20.15 horas.

A atitude do campeão nacional não é inédita já que outros clubes também não aceitaram alterações, mas serve para clarificar duas coisas.

Primeiro: a ideia defendida pelos benfiquistas, desde a 28.ª jornada da Liga 2012/13, não faz sentido. O Estoril não empatou na Luz para ajudar o FC Porto, o amigo do norte. Como se para a SAD canarinha tivesse alguma influência o campeão ser a equipa A ou B. A confirmação dessa aliança, ainda segundo os benfiquistas, ficou provada com a venda dos estorilistas Licá e Carlos Eduardo aos dragões. Como se o Estoril não aceitasse uma verba do Benfica caso a oferta fosse superior. Se Licá não está no Benfica é porque não tem qualidade para isso, calculo eu…

Segundo: parece que o crescimento do Estoril nos últimos anos começa a tornar o clube temível. A tradição do FC Porto perder pontos na Amoreira, tão badalada nos anos 70 e 80, desapareceu nas últimas décadas, mas nas deslocações mais recentes ao António Coimbra da Mota os dragões tiveram de se aplicar a fundo para vencer.

Por último, fico curioso em relação ao que o Benfica vai fazer quando visitar o Estoril, na 7.ª jornada, a 6 de outubro. Nessa altura, os canarinhos vão disputar o seu sétimo jogo em 22 dias e, para uma equipa nada habituada a este ritmo, estarão no limite. Será que o Benfica vai aceitar jogar na 2.ª feira?

Antes do jogo com a Académica, na 3.ª jornada da 1.ª Liga, o Estoril homenageou os bombeiros de Alcabideche. Cumpriu-se um minuto de silêncio e foi entregue uma camisola do clube àquela corporação, da qual fazia parte Ana Rita, uma das vítimas mortais dos fogos deste verão (a jovem costumava estar de serviço nos jogos realizados na Amoreira).

Outro exemplo do género chega da 2.ª Liga com jogadores do Tondela a participarem na promoção do jogo com o Feirense, partida cuja receita vai ser entregue aos bombeiros.

Já vi promoções feitas pelos chamados clubes grandes para a venda de bilhetes de época, etc. Custava fazer uma coisa deste género?

Licá foi chamado por Paulo Bento para substituir Danny na Seleção Nacional.

Finalmente fez-se justiça. O extremo do FC Porto chega à equipa portuguesa com um ano de atraso e esse é o motivo deste post. Depois do que fez nas duas últimas épocas, Licá já devia estar na Seleção há muito tempo e é isso que me revolta pois prova que o futebol português, em certos aspetos, continua a não evoluir. 

Se compararmos a forma de Licá e de Varela na época passada – durante toda a temporada – é fácil concluir que o primeiro não era chamado por jogar no Estoril. Agora está no FC Porto, já pode ir.

O caso não é virgem, basta recordar a presença constante dos centrais Rolando e Ricardo Costa nas convocatórias quando um jogador em muito melhor forma na última época nunca foi chamado. Estes foram só dois exemplos pois, infelizmente, a cultura de Seleção em Portugal sempre foi assim.

A situação chocou-me ainda mais por acontecer com Paulo Bento, por quem tenho grande consideração. Com Queiroz, e companhia, já não me espantavam este tipo de situações mas pensei que iam mudar com o atual selecionador. Não mudaram mas agora Licá joga num clube grande e já pode ser chamado. Fica a ganhar a Seleção.