Bola na Área

Chegou a hora de Jaime Pacheco no FC Porto

5 Abril, 2016 4

Época 2015/2016 Campeonato 28ª Jornada FC Porto - Tondela (0-1), no Estádio do Dragão

 

Este “boneco” do meu camarada José Moreira é uma boa síntese da atual situação do FC Porto.

Uma equipa que pôs quase todas as fichas na contratação de um guarda-redes – não um guarda-redes qualquer, é certo – e que não tem soluções nos outros sectores.

Uma equipa mal construída e desequilibrada mas que, ainda assim, com Lopetegui ainda conseguiu disfarçar algumas insuficiências. José Peseiro não conseguiu, definitivamente, mudar o chip. Era difícil mas pedia-se mais e não a fragmentação de todas as esperanças a seis jornadas do fim do campeonato.

No Dragão vive-se agora o dilema de dar mais crédito ao treinador que chegou com a missão de salvar a pátria ou de apostar tudo num novo técnico. É André Vilas Boas o homem que todos querem mas o antigo jogador do Marechal Gomes da Costa parece estar renitente. Parece.

No início do século, o FC Porto também esteve três épocas sem conseguir molhar a sopa, perdendo dois títulos para o Sporting e um para o Boavista.

Talvez tenha chegado a hora de uma direção portista que parece cansada de ideias olhar para o que aconteceu ao Boavista há pouco mais de dez anos. Um clube construído com o cimento da mística, obra de um treinador exigente e que não gosta de inventar.

Sim, já perceberam que estou a falar de Jaime Moreira Pacheco.

É um treinador português, sabe bem o que foi a mística do FC Porto e conseguiu um feito notável ao ser campeão no Boavista, onde foi duas vezes vice-campeão e logrou ainda atingir uma meia-final da Taça UEFA.

Esta é a A Crise do FC Porto de Pinto da Costa. Talvez por isso, exigem-se medidas radicais. Um corte profundo com o passado mais recente, com as contratações feitas por catálogo ou por interesses financeiros, com um balneário onde mal se fala português e onde não se sente a liderança de uma treinador.

Não é nada contra Peseiro, é apenas tudo por um treinador que julgo conhecer bem e que, apesar das más-línguas, tem no currículo o que mais ninguém tem aqui na terra e também lá por fora.

É certo, Pacheco não é homem de vassalagens. Mas todos sabemos que não se ganham campeonatos a dobrar a espinha mas sim a vergar a mola.