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Aí temos de volta os famosos processos sumaríssimos, filhos de um deus menor, ou seja, o do escrutínio televisivo. São os clubes que fazem as leias desportivas e se estas aceitam a existência de pr..." /> — ler mais..

Aí temos de volta os famosos processos sumaríssimos, filhos de um deus menor, ou seja, o do escrutínio televisivo. São os clubes que fazem as leias desportivas e se estas aceitam a existência de pr..." /> Bola na Área - Record

Bola na Área

O regresso dos sumaríssimos

28 Janeiro, 2016 0

Aí temos de volta os famosos processos sumaríssimos, filhos de um deus menor, ou seja, o do escrutínio televisivo.

São os clubes que fazem as leias desportivas e se estas aceitam a existência de processos de averiguação baseados em imagens obtidas pelas câmaras televisivas, e são muitas, presentes num estádio, qualquer protesto relativo ao assunto cai desde logo pela base.

Se os clubes não querem sumaríssimos, mudem a lei. Têm poder para isso.

Mudar a lei é um direito que lhes assiste bem assim como matar o jogo com a introdução de uma parafernália de tecnologia.

Qualquer jogo de futebol escrutinado desta forma fina pode dar origem a muitos processos sumaríssimos, como acontece agora com Slimani, caso que nos levou à elevada discussão sobre o que é uma cotovelada ou um simples chega para lá.

Se os agentes do futebol não acreditam na isenção daqueles que interpretam a lei, indicados pelos clubes para os lugares, só têm duas coisas a fazer: acabar com a lei ou calarem-se para sempre.

Sim, eu sei, há quem esteja aqui apenas para falar. Se acabassem com isto ficavam esvaziados de funções.

Baía não merecia o que lhe fizeram

23 Janeiro, 2016 2

O presidente e o antigo jogador guarda-redes junto da estátua de Baía durante a abertura do museu.

 

Vítor Baía é um símbolo do FC Porto. Conquistou tudo o que havia para conquistar no clube azul e branco e proporcionou-lhe o primeiro grande encaixe financeiro, quando se transferiu para o Barcelona.

Ninguém acredita que Vítor Baía não queira o melhor para o seu clube.

Disse ‘ninguém’ mas provavelmente fui otimista e benevolente.

Hoje, Vítor Baía é um proscrito até ver com direito a estátua no museu do clube. Porque a História é difícil de apagar.

O guarda-redes nascido na Afurada e criado em Leça da Palmeira é um dos poucos “senhores” que conheci no futebol ainda de chuteiras e luvas. Tem carisma e caráter. Pensa pela sua cabeça. Por isso, não gostou quando o FC Porto o convidou para diretor das relações internacionais e o tratou como mais um na estrutura. Por isso, decidiu sair pelo seu pé.

Para muitos dos lacaios de Pinto da Costa, foi um erro terrível. Uma quebra de lealdade. É assim que pensam os que apenas rastejam e abrem as goelas à cata de migalhas – o pessoal do croquete, no fundo.

Pinto da Costa não gostou, por outro lado, de ver Vítor Baía “assinar” pela CMTV. Porque entende que o “Correio da Manhã” o persegue. Talvez seja verdade, até porque Pinto da Costa faz boas manchetes e vende papel.

Ora, PC está a partir de um princípio errado ao pensar que Vítor Baía se deixa comprar por quem considera um inimigo. Vítor Baía apenas ocupou o espaço público que lhe ofereceram. Mas ninguém teve coragem de furar o bloqueio e de atravessar a terra que queimaram para Baía percorrer.

Vítor Baía não merecia o que lhe fizeram sobretudo porque nada fez por isso e tudo o fez foi em prol da grandeza do FC Porto.

Pinto da Costa está no seu ocaso – é a lei da vida! Mas vai ser presidente enquanto quiser. Não será, porém, fácil estar de novo 3 épocas para vencer. Talvez não precise mais, como aconteceu em 2002, de sair do estádio agachado no carro do presidente de outro clube, na companhia do seu guru Adelino Caldeira. Mas desta vez, a acontecer, já saberá que tem por perto alguém com carisma e passado para assegurar uma sucessão forte. Esse alguém dá pelo nome de Vítor Baía, o tal que tem direito, até ordem em contrário, a estátua no museu, e que com a posição que assumiu disse, claramente, “se precisarem de mim, estou aqui”. Com isto, adiantou-se um passo em relação ao sucessor natural de PC – António Oliveira.

 

 

 

 

 

Sérgio Conceição entre a espada e a parede

14 Janeiro, 2016 1

sergio

 

É público e notório que Sérgio Conceição pode ser a solução do FC Porto até ao final da época.

Mas esta questão apresenta desde logo alguns problemas.

Sérgio Conceição, um dos jovens treinadores emergentes, com obra na Académica, no Sp. Braga e no V. Guimarães, não merece ser uma solução a termo certo – isto se for verdade que André Vilas Boas já está apalavrado como o treinador dos dragões na próxima época.

Depois, o próximo jogo do FC Porto é precisamente frente ao V. Guimarães. Não se põe em causa a honra de quem quer que seja mas fica aberto caminho para que alguns comecem a colocar em causa a verdade desportiva.

Imagine-se o cenário: o FC Porto vence o jogo e no dia seguinte Sérgio Conceição é apresentado como treinador dos azuis e brancos. Ninguém ficará bem na fotografia.

Ponto de ordem, é perfeitamente possível um treinador mudar-se para outro clube do mesmo campeonato com a época a decorrer, independentemente do contexto. Mas esta é sempre a questão da mulher de César, que pouco saberão quem era mas que desde já se informa que dava pelo nome de Pompeia e foi a sua 2.ª esposa, de quem se divorciou por ter introduzido em casa um homem disfarçado de mulher. Cesar “despediu-a” porque não admitia que uma esposa sua estivesse sequer sob suspeito – é uma perspetiva, vista à luz dos nossos dias, um tanto radical mas plausível sempre.

Sérgio Conceição está, assim, colocado entre a espada e a parede. E não lhe ficaria mal desde já enfrentar cara a cara a sombra da suspeita. Porque se há coisa que o povo não gosta, embora pareça às vezes, é que o tomem por burro.

Ninguém fala de Pacheco porque a frontalidade e a competência incomodam

9 Janeiro, 2016 5

 

Sou suspeito porque sou amigo e admiro Jaime Pacheco.

Acompanho-o desde os seus primeiros tempos no FC Porto e vibrei com o título que conquistou no Boavista, em 2001, o que me levou à rotunda com uma bandeira do clube axadrezado que ainda guardo e que continua à espera do autógrafo do Jaime.

Nesta hora, quando se fala no novo treinador do FC Porto, Jaime Pacheco permanece como um tabu e não é pelo facto de ter sido o único treinador que no estádio do FC Porto não se sentou na cadeira que lhe destinaram na sala de imprensa.

Jaime é visto, essencialmente, como um tosco que só ganhou um campeonato porque o Boavista tinha os favores dos árbitros, de pouco importando o FC Porto ter Jardel e Benfica e Sporting outros tantos craques. O Boavista tinha Jaime Pacheco e, entre outros, o Martelinho.

Vivemos um tempo onde os dirigentes continuam à procura de um novo Mourinho – uma busca vã e de resultados funestos pois Mourinho só há um. Tal como só há um Jaime Pacheco. Um homem bom, um homem que fez história no FC Porto e na seleção nacional, uma pessoa com princípios e que nunca traiu ninguém e também por isso uma pessoa incómoda.

Prefiro continuar a ver o Jaime assim mas gostava muito também de o ver com uma oportunidade num grande português mas provavelmente, ao contrário dele, vou ter de me sentar na minha cadeira.

Tudo bem na aldeia do ‘Macaco’

7 Janeiro, 2016 1

lenos Brancos

 

A principal claque portista, os Super Dragões, confirma-se como um elemento cada vez mais essencial na administração do FC Porto. A forma como controlou os acontecimentos antes, durante e depois do jogo com o Rio Ave provou a capacidade sobretudo do seu líder, Fernando Madureira, para minimizar estragos e proteger ativos.

A estratégia, provavelmente acertada com os altos comandos portistas, passa por não colocar mais pressão sobre uma equipa que está à beira de um ataque de nervos e, sobretudo, não fazer cair toda a insatisfação sobre Lopetegui.

O treinador do FC Porto não foi propriamente convidado para tomar café pelo Macaco Líder mas permanece com imunidade entre os ‘Super’ – o que não é para todos. Uma unanimidade que talvez resulte do facto de a claque portista já ter conseguido garantias de que serão tomadas medidas caso tudo continue a descambar.

O jogo do Bessa vai dizer se esta estratégia resultou ou então representará uma mudança de paradigma. Um resultado que não seja uma vitória transformará esta cena dos lenços brancos num lençol de contestação por parte de quem é profissional na matéria da agitação de massas e que, ao contrário do que parece, não é só músculo.

PS – Não sei, sinceramente, por que razão quando se fala em potenciais sucessores de Pinto da Costa nunca se fala de Fernando Madureira. Pois bem, está falado.

Xistra pisou o risco mas não matou ninguém

5 Janeiro, 2016 4

Carlos Xistra é um dos mais experientes árbitros portugueses. É internacional ainda com margem de progressão e não tem culpa de ser ex-cunhado de Jorge Coroado.

O árbitro que vive na Covilhã não esteve bem em Guimarães. Ficaram dois penáltis por marcar para o Vitória mas são penáltis apenas claros na televisão após 5 repetições.

Xistra não esteve bem na forma como reagiu a Sérgio Conceição. Não se chama burro a ninguém e Sérgio Conceição está muito longe de merecer esse tratamento, apesar de ser um homem emotivo e por vezes explosivo.

Não considero que Xistra tenha insultado Sérgio Conceição se bem que por causa de um burro já tenha estado prestes a sentar o cu no mocho. Aconteceu depois do Mundial de 86, quando reproduzi uma conversa do treinador José Torres com adeptos, no Estádio da Luz, na qual este dizia que Amândio de Carvalho, então dirigente da FPF, “é burro”. AMÃNDIO É BURRO foi mesmo a manchete da Gazeta do dia seguinte.

O que se passou entre Xistra e Conceição acontece muitas vezes. Mas com a diferença de que a EQ TV estava lá, vá-se lá saber porquê,

 

Lopetegui, Hitler e Jesus

1 Janeiro, 2016 0

Confusão no final

Lopetegui tem este sábado a sua grande oportunidade para fazer mudar a maré no Dragão. Apesar da liderança do campeonato, a popularidade do basco entre os adeptos do FC Porto entrou no domínio na nanotecnologia.

Pelo que já deu para ver, JJ exibe uma grande serenidade enquanto no outro lado continua a sentir-se o nervoso miudinho de um treinador que sempre se sentiu acossado.

Mas o futebol é fértil em surpresas e depois deste Sporting-FC Porto tudo pode mudar. E se o Benfica escorregar em Guimarães…

Conta-se, mas deve ser anedota, que Hitler recebeu assim a notícia de que a Itália de Mussolini tinha entrado em guerra: “Bem, temos então de enviar duas divisões”. Ao que o seu homem de mão retorquiu: “Não, entrou em guerra mas a nosso favor”. Com o Fuher a responder: “Sendo assim, temos de enviar dez divisões”.

Ou seja, as circunstâncias podem ser teoricamente favoráveis mas há sempre uma questão de fundo que tem de ser valorizada primeiro. E neste momento os adeptos do FC Porto ainda não perceberam se é mais importante ter um Julen Lopetegui inspirado que um treinador equivocado. O que cria, naturalmente, uma certa…divisão de sentimentos.