Bola na Área

Mais uma vitória de Record na Liga Empresarial, desta vez sobre a Geração Benfica.

Marcha do marcador:…
1-0 Ricardo Vasconcelos (5')
2-0 Metralha Mendes (7')
3-0 Catita (11')
4-0 Catita (13')
4-1 sofrido de penálti, inventado pelo árbitro (17')
4-2 (18')
4-3 (20')
5-3 Afonso (22')
6-3 Catita (23')
7-3 Ricardo Vasconcelos (25')
8-3 Catita (28')
9-3 Paulo Paulos (31')
10-3 Afonso (34', de penálti)
10-4 (37')
11-4 Afonso (38')
12-4 Afonso (40')
13-4 Metralha Mendes (50')

Luís Figo candidatou-se à presidência da FIFA. Em princípio, os portugueses deviam estar felizes com esta notícia. Mas nem por isso. As primeiras reações foram de imediato sintomáticas, recordando-se o epíteto de “pesetero” do antigo craque e o momento em que assinou por dois clubes, para já não falar no tal pequeno almoço com José Sócrates. Ora, Luís Figo foi simplesmente um dos 5 melhores jogadores portugueses de sempre. Depois de ter sido campeão do mundo de sub-20, comandou uma geração que colocou a seleção portuguesa entre as melhores, enquanto ia jogando em clubes de pequena dimensão, como foram os casos de Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão, onde nada ganhou. A pequenez e a mesquinhez do país mais não permite mas julgo que Figo, nesta candidatura lançada e suportada pela FPF e por alguns dos seus elementos, pode bem com isso. Boa sorte, Luís, pois não vai ser fácil tirar o suíço do poleiro.

Nasceu uma estrela no FC Porto. É filho de peixe e sabe jogar e marcar. Gonçalo, o filho mais velho de Domingos, um bom amigo aqui da casa, agora a atravessar uma fase infeliz da sua carreira de treinador, tem tudo para ser também ele um grande jogador de futebol. Para já fiquemo-nos com a felicidade que vimos estampada no seu rosto quando marcou o seu primeiro golo pela principal equipa do FC Porto. Vão sempre querer compara-lo ao pai mas Gonçalo já mostrou que é capaz de fazer o seu caminho, assim não seja este tapado por um colombiano ou brasileiro qualquer…

Jonathan parece que finalmente é jogador do Benfica. Compreende-se a necessidade de renovar a frota de pontas-de-lança. Lima deverá estar a fazer a sua última época na Luz e Jonas, cuja produtividade é inquestionável, não tem futuro certo. Rui Fonte é apenas uma esperança e Derley está a fazer número. O novo avançado parece ter um problema crónico na anca mas também Acosta quando chegou ao Sporting vinha com ciática e foi muito graças a ele que os leões terminaram uma penosa travessia do deserto.

Uma última nota para os blackouts em vigor no Sporting e no Sp. Braga. O primeiro resultou de uma trapalhada de BnC, que ainda está a aprender a ser presidente, o segundo foi decretado por Sérgio Conceição. Num caso e no outro estamos perante treinadores que gostam de esticar a corda e também perante presidentes que não gostam de a ver esticada por outros. Prossegue, pois, em silêncio este jogo da corda.

Já todos sabemos o que JJ disse a Eliseu no final do jogo de Paços de Ferreira e que apenas falou do velho cesto da gávea das nossas naus que deram novos mundos ao mundo.

Falta apenas dizer o que Jesus devia ter dito ao seu jogador.

Estas são as minhas propostas e conto com a colaboração dos nossos leitores para destacar uma sem qualquer custo de valor acrescentado.

1. “Achas mesmo que tens o capado do Cardozo?”.

2. “Do Eliseu à Rocha Tarpeia vai apenas um passo”.

3. “Não tarda nada e voltas ao Varzim”.

4. “Vais voltar a Lisboa no autocarro dos No Name Boys”.

5. “Amanhã passa em minha casa para me cortares a relva e passear o cão”.

6. “Mais uma como esta e solto-te o Pedro Guerra”.

7. “A tua sorte é que também tinhas umas massas no BPP.”

8. “Também queres ir para Évora, é?”.

9. “Agora só jogas na seleção dos Açores”.

10. “Eu disse-te para cair mas foi na outra área”.

Tendo em conta a erudição do técnico do Benfica, inclino-me fortemente para a 2.ª hipótese.

 Entretanto, se quiserem ler coisas muito mais interessantes passem por aqui.

Pedro Proença saiu pelo seu pé da função de árbitro mas não da arbitragem.

Já todos percebemos que vai continuar a ter uma palavra a dizer na arbitragem portuguesa.

Proença foi o melhor árbitro da sua geração, não terá sido o melhor árbitro português de sempre (Garrido tinha mais classe!) mas aceita-se que pense que sim. Na minha modesta opinião Jorge Sousa, 5 ou 6 anos mais novo, é melhor tecnicamente mas nunca teve o seu glamour.

O papel de Proença foi também importante na emancipação dos árbitros em relação aos outros poderes e também na reivindicação de direitos, que a obrigação é sempre a mesma: errar o menos possível.

O que lhe vai acontecer no futuro?

Para já vai tirocinar pela UEFA e pela FIFA, na minha opinião preparando a sua candidatura à presidência da FPF.

Proença sonha alto porque pode sonhar alto: tem uma carreira que fala por si, tem capacidades técnicas e é agregador. Ao contrário de muitos líderes de pacotilha que continuam a enganar tudo e todos, Pedro Proença é um líder por natureza. Um líder naturalmente egocêntrico mas razoável. Tem tudo para ser o que quiser no futebol português.

Mas neste novo caminho Proença terá de perceber que pode ser o melhor mas não é o maior. É muito importante interiorizar esta coisa simples. Não é uma questão de humildade mas de humanidade. Mais a mais, como se sabe, Pedro Proença não acertou sempre dentro do campo.

Brilhante prestação de Record na 1.ª mão da Taça da Liga Empresarial. O míster António Mendes conta tudo:

O filme completo:
1-0 (2' Bruno Lemos, assistência de Afonso Gomes Rodrigues)
2-0 (6' Bruno Lemos, assistência de Afonso)
3-0 (9' Miguel Machado em soberba jogada individual)
4-0 (10' Paulo Paulos em assistência de lançamento lateral do Afonso)…
A partir daqui há um momento decisivo: chega o Eugenio Queiros e o Luís de Almeida. Ou seja, o Metralha tinha de aparecer…
4-1 (14' Não vi a bola entrar, o Paulo Paulos não chegou a tempo e há clara falta sobre o nosso gigante André Monteiro)
5-1 (19' Afonso após jogada de combinação com Metralha e Bruno Lemos Catita)
6-1 (22' Metralha de penálti…)
7-1 (23' Metralha a só encostar nova assistência do Afonso)
8-1 (25' Bruno Lemos Catita passa para Miguel Machado e este abre as pernas… um golo de antologia e 50% dele é do Miguel)
INTERVALO: O discurso incluiu respeito pelo adversário. Ou seja, havia que manter a mesma atitude, mas claramente já não havia pernas…
Ainda assim, mais três golos e outras duas defesas de enorme qualidade do André Monteiro…
9-1 (32' Metralha hat-trick, foi só encostar o passe açucarado do Bruno Catita)
10-1 (42' Afonso a facturar em remate seco e colocado de fora da área, após tabelar com Catita)
11-1 (45' Olha… outra vez o Afonso em tiro de raiva de longe, após passe do enorme mister Metralha)
Fim do jogo com um obrigado ao André Gonçalves, porque apontou os momentos e ao Ricardo Vasconcelos, pela enorme confiança que sempre transmitiu ao Paulo Paulos…

Cosme Machado foi o protagonista do Sp.Braga-FC Porto para a Taça da Liga. Expulsou dois jogadores do FC Porto, marcou dois penáltis, justificou a atenção de Antero Henrique e até fez Pinto da Costa voltar a falar.

Para quem não sabe. o clube do árbitro da A. F. Braga é o Cabeçudense, de Cabeçudos, Famalicão.

Julgo que todos também sabem que Cosme Machado foi aquele árbitro, então ainda na 2.ª categoria, foi chamado a testemunhar no processo originário do Apito Dourado e que quando o procurador lhe perguntou se era conhecido por “Collina” respondeu que o mais provável era o Collina ser conhecido por Cosme Machado. Na mesma sala, considerou legal um fora-de-jogo assinalado após um lançamento da linha lateral – no dia seguinte voltou ao tribunal para dizer que tinha errado e que o fora-de-jogo não devia ter sido assinalado. Acontece.

De Cosme Machado também se conta a história que um dia deu uma entrevista a um jornal local e disse que havia adeptos que iam aos estádios não para ver as equipas mas sim para apreciar o seu trabalho.

Não sei se deu essa entrevista mas confirma-se. Um jogo com Cosme Machado será sempre um jogo especial.

Confesso que não me assiste essa questão dos melhores do Mundo.

O melhor do Mundo é estar vivo e ter essa graça.

Mas a verdade é que há muita gente que se deixa fanatizar por essa coisa pequena da idolatria. Elege-se uma figura e essa figura é defendida com unhas e dentes. Tudo o que for passível de destruir essa imagem…é ridicularizado. Todos os que ousarem por isso em causa…são amarrados ao pelourinho.

Luís Figo depois de Jorge Costa. O primeiro veio dizer que se calhar jogou com jogadores melhores que Messi e Ronaldo. Com quem ele se foi meter! Está por isso a levar com os ronaldetes e os messionários.

Figo não é uma pessoa qualquer. Foi um grande jogador de futebol, porventura o melhor da sua geração. E conseguiu o que Messi e Ronaldo não vão conseguir: jogar no Barcelona e no Real Madrid, os maiores clubes do mundo (também tenho direito a um pecadilho, não?).

Foi com Figo, campeão do Mundo de juniores, e não com o CR7, que Portugal conseguiu pela primeira vez assumir-se como passageiro frequente das fases finais das maiores competições mundiais de seleções. Deve-lhe muito.

Mas Figo nunca caiu propriamente nas boas graças da opinião pública. Os portugueses que o podiam admirar gostam mais de lhe chamar pesetero.

A inveja é uma coisa muito feia mas a estupidez é ainda mais deprimente.

O facto da semana foi este: o Benfica voltou a ganhar e a concorrência direta ganhou com decisões contestáveis das equipas de arbitragem mas isso agora não interessa.

O campeão nacional continua a galgar etapas. Agora sem Enzo, o tal jogador nuclear. Mas, pelo vistos, mais uma vez Jorge Jesus conseguiu que a sua equipa continuasse equilibrada e com uma filosofia de jogo muito clara e simples.

Este Benfica não tem segredos e o facto de não ter segredos acaba por ser o segredo em si.

O FC Porto segue na cola mas pressionado pelos 6 pontos de atraso. O Sporting, por seu lado, também não descola mas os 10 pontos de atraso pesam e V. Guimarães e Sp. Braga não desistiram da corrida.

Obviamente, nesta guerra as duas equipas minhotas estão já a perder. Têm menos adeptos e não dispõem de paineleiros. Mas talvez lhes sirva de conforto o exemplo do Benfica, que tem resistido à erosão da cabala que lhe urdiram.

Porque dizer que Benfica, FC Porto e Sporting são eventualmente beneficiados por erros dos árbitros é a mesma coisa dizer que a galinha põe o ovo e não é o ovo que põe a galinha.

Mais uma jornada passou, falta toda uma 2.ª volta, mas já todos perceberam que há um grande desequilíbrio de forças entre as 18 equipas do campeonato.

Os “grandes” só vão perder pontos se passarem por um dia muito mau perante adversários em dias muito bons. E depois acertarão contas nos jogos entre si.

O campeonato está bom? Podia estar melhor mas foi o que se pôde arranjar. O que também se aplica às nossas vidinhas de pobres cercados cada vez mais pela máquina fiscal e por algum desamor pela vida.

Siga.

Alguns dias depois da gala das Quinas de Ouro, o FC Porto veio criticar o critério dos prémios, reclamando homenagens a José Maria Pedroto (que por acaso até foi considerado na votação), a Pinto da Costa e, cito, “ao clube com mais títulos no mundo”.

O FC Porto confundiu as Quinas de Ouro com os Dragões de Ouro mas percebe-se.

Tanto quanto percebi, os prémios da FPF contaram com a participação do público e não incluíram a eleição do melhor dirigente nem do melhor clube, o que não faria qualquer sentido, pois é algo da esfera de cada clube e não compete à FPF politizar e subjetivar a “coisa”.

Nem o FC Porto, nem Pinto da Costa, e muito menos Pedroto, precisam de um reconhecimento deste nível. O FC Porto é um dos maiores clubes do mundo, Pinto da Costa sem qualquer dúvida o dirigente que deixou uma marca mais impressiva e Pedroto era e continuará a ser o Mestre. Mas é sobretudo um tanto triste ver o FC Porto incluir aqui Pedroto na sua choraminguice, tanto mais que é sabido que Pedroto nem sempre esteve na agenda dos atuais dirigentes…

Também se contestou a subalternização de Fernando Gomes. Sou um ídolo confesso do Bibota mas a verdade é que também ele foi a votos e até esteve presente no casino do Estoril. Recordo que Fernando Gomes é o maior goleador de sempre do FC Porto mas esteve quase 20 anos banido, tendo voltado às boas graças apenas há meia dúzia de anos e ainda bem pois é muito mais que um símbolo do clube.

Em termos de reclamações já temos visto um pouco de tudo, até à anedótica reação da ex-mulher de João Vieira Pinto, atual vice-presidente da FPF. Penso que fez isto só para contrariar o pai dos seus filhos…

Prémios são prémios e critérios são critérios. Também podia contestar o facto de ter sido dado um prémio a um treinador, Carlos Queiroz, que processou a própria FPF. Mas também é verdade que foi convidado para a gala outro ex-selecionador que fez o mesmo, António Oliveira. Procurei mas não vi lá o António Boronha.

Mas o mais interessante de tudo isto são as reações de alguns opinadores encartados, criticando a “exclusão” as figuras do nosso portista. O que só aconteceu depois da oficialização da crítica (que já vinha sendo anunciada no canal oficial pelos babões do costume). Para eles só duas palavras: TENHAM VERGONHA.

Para além da parada de estrelas – na foto o campeão europeu Nuno Valente e a esposa -, a FPF mais uma vez mostrou, com a organização das Quinas de Ouro e do colóquio que a acompanhou, que não é apenas uma instituição mas também o verdadeiro motor do futebol português.

Os prémios atribuídos podem ser sempre discutidos – eu, por exemplo, não votei no onze do centenário pois não vi jogar muitos dos jogadores presentes nas listas; e sim, é discutível que a direção da FPF tenha tido uma ponderação de 25% nas votações – mas num país onde é tão difícil destacar o mérito e tão fácil escarafunchar a mesquinhez…venham mais galas e colóquios destes, onde muitos têm oportunidade não apenas para se mostrarem mas também para aprender com a experiência de quem tem uma carreira que responde pelos próprios.

Eu, por exemplo, gostava de ter estado presente para aplaudir as equipas da Antena 1 e da Renascença, e também o meu bom amigo Jaime Cravo, um repórter de mão cheia, e para ouvir alguns dos intervenientes mas fiquei sem médios e não arrisquei a viagem pela A1.

Tudo isto só foi possível porque na FPF existem dois profissionais de enorme competência: Tiago Craveiro e Carlos Lucas. É bom que se diga que começaram na Liga de Clubes para hoje se estarem a revelar na FPF e sabe-se lá mais onde. Não é nada que me espante embora ainda me possa espantar com algumas figuras que desfilam na passerelle. Como é o caso.