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Sou do tempo em que também neste métier se começava bem por baixo. Fiz, por isso, a cobertura de muitos jogos do distrital do Porto, depois das divisões inferiores nacionais e só cinco ou seis ano..." /> Bola na Área - Record

Bola na Área

É golo, c….!!!!!! Uma tarde no Estádio do Mar

30 Março, 2014 0

Sou do tempo em que também neste métier se começava bem por baixo. Fiz, por isso, a cobertura de muitos jogos do distrital do Porto, depois das divisões inferiores nacionais e só cinco ou seis anos depois fui honrado com a cobertura de um jogo de primeira. Posso dizer, por isso, que comi muito pó dos pelados antes de sentir o cheiro da erva (!). Isto para dizer que o futebol não se resume aos jogos que vemos na televisão com um nível de concentração baixo embora com as certezas das repetições em super slow motion. Eu, por exemplo, acabei de ver o Sp. Braga-Benfica no café aqui do lado e passei mais tempo a observar quem via que propriamente a ver o que se passava no plasma enquanto saíam copos de tinto e branco e o Serafim começava a ladrar sempre que a discussão se acendia a propósito, por exemplo, de um lançamento da linha lateral.

No sábado aproveitei também para ver pela terceira vez o meu Leixões. Foi o terceiro jogo que vi e, por incrível que pareça, foi também a terceira vitória. Considero-me, por isso, uma espécie de talismã. Desta vez fui na companhia de amigos, entre os quais o Luís Almeida, que é astrofísico da Agência Espacial Europeia e portista daqueles que se ferram todos, e o Vítor Oliveira, o homem que conheço que mais sabe de collants e um benfiquista daqueles que são capazes de ir de propósito à Hungria rezar na campa do Feher. Não custa muito, por isso, ser entre os três o mais moderado no clubismo.

Nesta minha terceira observação de um dos históricos do futebol português, o tal clube que tem a maior remontada da história das provas europeias e que a elas chegou estando na 2.ª Divisão B, apenas perdendo no ano anterior a Taça de Portugal porque Olegário Benquerença não viu Jardel em fora-de-jogo, tive a sorte de não apenas assistir a uma mais uma vitória do nosso emblema comum mas também de ficar bem atrás da nossa claque, a Mafia, um grupo de rapazes que por vezes exagera mas que desta vez esteve do princípio ao fim ao lado da equipa, que esteve a perder por duas vezes e conseguiu vencer o jogo.

O futebol visto da bancada, e numa bancada como a do Leixões, é uma festa. Tal como no café, o que menos importa é que o realmente se passa dentro das 4 linhas.. O mais interessante é sempre o que nos envolve. A festa. A catarse. Os palavrões até, que os leitores certamente perdoarão, pois elimina-los do vídeo seria o mesmo que servir um cozido à portuguesa sem chouriça e morcela.

O Barça como nunca o viu

27 Março, 2014 0

(esta peça saiu no Premium do Record online mas acho que a merecem ler, modéstia à parte)

Joan Vilá Bosch é o Diretor de Metodologia do Barcelona, onde está há 40 anos. É uma espécie de guardião da alma do clube catalão e da sua filosofia de jogo. Bosch esteve em Portugal e participou no Fórum do Treinador que foi organizado pela ANTF. Aí, sem complexos, revelou o segredo de uma equipa especial, perante uma plateia com mais de 200 treinadores portugueses, entre os quais Leonardo Jardim, Rui Vitória, João Alves, Bernardino Pedroto, Henrique Calisto, Rui Quinta, José Mota e Domingos Paciência.
Bosch começou por dizer que este Barça que todos conhecemos teve origem nas ideias de “futebol total” do treinador holandês Rinus Mitchel. Mas a grande mudança no clube catalão dá-se com a chegada de Joan Cruyff à sua cadeira de sonho. Logo aí ficam definidos os grandes objetivos da equipa blau grana: jogar e desfrutar; para jogar devemos ter a bola; recuperar depressa a bola para jogar e desfrutar.
O novo modelo, que passava por uma equipa com três defesas, não pegou propriamente de estaca. “Perdemos alguns jogos mas aprendemos a confiar em nós e o no nosso jogo associativo”, recordou Bosch, para quem o momento-chave aconteceu quando Pepe Guardiola e Paco Seirulo se juntaram. “Uniram-se os dois melhores, foi a tempestade perfeita”, referiu a propósito.
Também se ficou a saber que o Barcelona tem três novas áreas de aposta e investimento: os departamentos de metodologias, do treino de guarda-redes e das relações institucionais. Nada acontece por acaso na casa do tique-taka, onde já se contam quatro equipas femininas.
 
Ter a bola e desfrutar
“Os nossos sócios não querem só ganhar – eles querem ganhar jogando bem”, frisou ainda Bosch. “Não queremos ser uma questão passageira”, acrescentou, definindo bem a hierarquia de prioridades do projeto: primeiro, o jogador (“é o mais importante”); depois, o treinador (“a persona”); em 3.º “o nosso jogo” e por fim o treino. “Acreditamos no talento dos jogadores mas também acreditamos no treino”, acentuou.
Esta filosofia de jogo que passa por “ter a bola para jogar e desfrutar” implica, por outro lado, um cuidado muito especial na preparação-construção de um jogador, com uma análise em pormenor das suas várias valências, entre as quais a criatividade e a cognição. “Hoje o vídeo é fundamental para observarmos um jogador”, disse, informando que até aos 11 anos os jogadores da escola do Barça não são condicionados por questões táticas ou pela necessidade de ganhar. “Importa sobretudo potenciar a sua relação com a bola”, informou. Só a partir dos 12 anos se inicia o processo que podemos definir como “tecnifisação”, ou seja, a introdução de fundamentos técnicos e tático. “No Barcelona não queremos apenas melhorar, queremos otimizar”, sublinhou Bosch.
Puyol, o capitão perfeito
“Não queremos que os nossos treinadores gostem do nosso jogo, queremos que estejam apaixonados por ele”, são ainda palavras de um dos mentores do belo jogo dos catalães. Um jogo que se define pela posse de bola, pela qualidade de passe, pela alternância de futebol curto e largo e sobretudo pela grande mobilidade dos jogadores, proporcionando ao portador da bola várias opções para dar sequência à jogada. No fundo, um carrossel. “Com a bola toda a equipa desfruta, sem ela toda a equipa corre”, disse Bosch. “No Barça não jogamos com transições mas num contínuo de complexidade”, onde “aprender a olhar” é importante, isto é, “ter a perceção do espaço, do tempo e do ritmo”.
Bosch deu ainda o exemplo de Iniesta, “um jogador extraordinário, com uma capacidade impressionante para interpretar e compreender o jogo”. E falou também de Puyol. “Quando chegou ao Barcelona era tecnicamente muito limitado mas foi o capitão perfeito”, elogiou.
Enfim, uma grande lição de futebol e também de vida.

“Macaco” garante três conquistas esta época

25 Março, 2014 0

Fernando Madureira, vulgo Macaco, brilhou na Gala de “O Gaiense”, onde recebeu o prémio para melhor marcador da sua série do distrital, onde veste a camisola do Canelas.

O líder dos Super Dragões acredita que o FC Porto esta época vai conquistar três troféus!

Continuo a achar muito estranho que quando se fala na sucessão de Pinto da Costa o nome do Macaco Líder nunca seja citado.

À atenção dos fotógrafos: não se esqueçam nunca do camarote presidencial do Dragão

24 Março, 2014 0

Como já perceberam, aqui na casa não se perde muito tempo a discutir o que se passa em Santiago Bernabéu, no Camp Nou ou num qualquer court de ténis rodeados de queques apaniguados desse jogo monótono e chato.

Por isso, ao fim 1257 postes em 4 anos de BnA na plataforma de blogues do Record online, mantendo uma apreciável média de visitas diárias (à volta de 4 mil) que nem por isso empolga quem de direito, vamos continuar a ser chatos e a falar do que muitos consideram as tricas do futebol.

Isto a propósito dos movimentos cada vez mais intensos no sentido da sucessão de Pinto da Costa. Já todos percebemos que o grande candidato é António Oliveira, cuja participação acionista já terá ultrapassado os 12%. O treinador do tetra está estrategicamente posicionado mas levou uma rosnadela do Papa. O que fez com que nas suas últimas intervenções já tivesse adotado um estilo mais soft. Se há coisa que o Toninho Vilaça não é, é estúpido.

Mas se quiserem acompanhar com mais atenção o que se passa nesta matéria basta repararem em quem se senta no camarote presidencial do Dragão. Não necessariamente na primeira fila. O tal que tem cada vez mais amigos na estrutura e não só. O que começou a correr por fora e que cada vez se afirma como o grande adversário do homem que um diz fez gravar em Alvalade a frase “por cada leão que cair, outro se levantará”.

 Isto tudo, claro, se entretanto PC resolver finalmente acatar a decisão dos seus cardiologistas e decidir passar a pasta e ver tranquilamente o FC Porto numa qualquer esplanada do norte do Brasil acompanhado da respetiva caipirinha e quiçá finalmente fumando às claras os 3 ou 4 cigarrinhos que continua a fumar todos os dias…

Morreu um homem original: Manuel Barbosa

20 Março, 2014 0

Morreu hoje o primeiro empresário a sério do futebol português: Manuel Barbosa.

Sobretudo um homem original, que conheci nos anos 80, quando fui para Lisboa com uma mala de cartão e o dinheiro contado apenas para o almoço ou o jantar (as duas coisas no mesmo dia não dava).

Foi nos anos 80 que Manuel Barbosa se assumiu como o primeiro agente FIFA do futebol português, protagonizando grandes transferências para e do Benfica. Deu muito dinheiro a ganhar ao clube da Luz, de que era fervoroso adepto, tal como do Sp. Braga, o clube da sua terra.

Manuel Barbosa foi um self made man. Saiu de Braga também com uma mala de cartão para abrir uma agência de viagens em Paris, a Mercury, que depois trouxe para Lisboa. Era um homem sempre ligado à corrente, frenético, impulsivo mas leal e amigo dos seus amigos.

Na altura, A BOLA era o jornal desportivo de referência e naturalmente Manuel Barbosa privilegiou-o muito. Mas não sei se for por me ter achado piada e também me deu algumas cachas que a Gazeta dos Desportos lançou. Estava sempre disponível.

Num desses dias, quando eu ainda vivia num quarto da Rua das Flores, mas já numa fase em que podia almoçar e jantar no mesmo dia, ofereceu-me mesmo uma estadia de uma semana no Copacabana Palace do Rio de Janeiro. Não vão acreditar mas acabei por não ir. Há quem vá mas eu não fui e o senhor Manuel não ficou ofendido com isso.

A sua estrela perdeu fulgor primeiro com o aparecimento de José Veiga e depois com o de Jorge Mendes. Barbosa continuou, porém, a ter grandes projetos e lembro-me de um dia ter ido até às margens do Cávado, ali por Vila Verde, almoçar com ele e alguns amigos. Barbosa planeava um grande centro de estágio mas tudo ficou nos planos apenas de quem também passou, noutros tempos, pelo departamento de futebol do Sp. Braga.

Com ele aprendi uma palavra: recoveiro. Ou seja, o que dá recados. Há muitos neste mundo. Diria mesmo, cada vez mais.

A última vez que estive com ele foi ali por Braga, num jantar no qual estiveram presentes também o Vítor Queirós e o Lino Devesas. O jantar não começou da melhor maneira pois tinham saído notícias nos jornais sobre um processo de Manuel Barbosa, assinadas então pela minha mulher. Mas ele não misturou as coisas, embora tenha espetado um garfo na mesa quando falou no assunto.

Manuel Barbosa era assim. Singular. Original.

Quis o acaso que ontem lhe tivesse ligado para lhe pedir um contacto. Sabia que estava muito doente e atendeu uma pessoa de família. Percebi que as coisas estavam muito mal mas o senhor Barbosa quis falar comigo. Mal entendi o que disse.

Poucas horas depois chegou a notícia da sua morte. Com ela morreu também parte do meu passado, uma parte de mim, pois Manuel Barbosa foi um homem que marcou no percurso profissional mas também como exemplo de vida.

Vou ter muitas saudades suas, senhor Manel.

 

A coação corre nas veias do futebol português

19 Março, 2014 0

Vai aí um grande alarido a propósito do crime de coação sobre os árbitros, na sequência do tal comunicado do Sporting que anuncia a responsabilização dos árbitros que fizeram com que o Sporting ficasse fora das provas europeias e fazem também com que tenha nesta altura menos 7 pontos. Ora, os árbitros conhecem bem o ponto n.º1 do Guia Universal dos Árbitros, que interdita qualquer ação deste tipo.

Ok, mas a ameaça foi lançada e oficialmente.

E há árbitros e árbitros.

Há árbitros mais fortes e árbitros mais fracos. O mesmo acontece com os dirigentes da arbitragem, em particular Vítor Pereira, cujo silencio tem sido ensurdecedor nesta matéria, deixando José Gomes, líder da APAF, sozinho nessa praia.

Curiosamente, ninguém na FPF ainda se deu ao trabalho – sim, eu sei, a preparação do Mundial é complicada – de chamar os árbitros para lhes perguntar se se sentiram condicionados pelo comunicado do Sporting e pelas manifestações do grupo “Basta”, apresentado na sala de imprensa de Alvalade, com as suas tarjas “agarra que é ladrão” e um autocarro à porta do estádio onde falam os incendiários do costume.

O que posso dizer é que os árbitros não estão a gostar nem um bocadinho do que se está a passar. Um sinal claro de que pelo menos estão incomodados com todo este circo que agora o FC Porto promoveu ao transformar o caso num eventual processo de inquérito.

Falta ainda saber por que razão ainda ninguém se lembrou de lembrar o que se passou com um tal Paulo Pereira Cristóvão.

A coação corre nas veias do futebol português – é o que todos sabemos.

O que ainda sabíamos é que não é igual para todos. Que o diga o tal clube que mesmo sendo uma rotunda conseguiu colocar o título de campeão sobre o leão, a águia e o dragão.

Só mais uma coisa.

A coação é uma arma usada contra dirigentes, árbitros, treinadores, agentes desportivos vários e jornalistas. O grande problema de ser é uma arma é que pode ser comprada por qualquer um e usada contra quem quer que seja.

 

Sporting-FC Porto foi Trigo limpo

Como todos sabem, o clássico começou mal.

Começou com uma nomeação de um árbitro seguida do respetivo atestado médico.

Ou seja, começou a medo.

Seguiu Pedro Proença para o dérbi, na companhia do melhor árbitro assistente do mundo, Bertino Miranda, e de um velho companheiro de estrada, Tiago Trigo, o tal que foi ultrapassado por Ricardo Santos na final da Champions que PP apitou.

Antes do início do jogo, o FC Porto esteve quase a defender com Trigo no seu meio-campo mas Rui Patrício trocou as voltas e começou a defender no lado de Bertino.

Fica provado que os jogos também se ganham e perdem nos pormenores.

Acabou por ser TT a validar uma decisão que PP não podia contrariar. André Martins estará em fora-de-jogo antes de arrancar o cruzamento que Slimani emendou de cabeça com êxito.

(mas, vendo bem esta imagem, às tantas…)

O melhor árbitro assistente do Mundo, com o seu olho de falcão, não teria deixado seguir a jogada.

Azar.

O Sporting ganhou com esse golo e não fez por marcar mais. O FC Porto teve apenas momentos (sobretudo graças a Quaresma) mas não mostrou consistência e personalidade. Podia ter empatado pelo menos? Podia, mas seria sempre em esforço.

Ainda não conhecemos o resultado do Benfica na Madeira mas mesmo que seja mau mais uma jornada se passou e o FC Porto está definitivamente a ver navios. Mas atenção: ainda há taças caseiras e Liga dos Campeões. Os portistas estão a exagerar um bocadinho nas cores da crise pois há muito caminho para percorrer.

De resto, ficou apenas uma dúvida: o que disse Proença a Quaresma quando este se preparava para marcar um canto.

BnA sugere três legendas:

– Emprestas-me o teu Mustang esta semana?

– Ricardo, no problema, vais ao Brasil comigo.

– Desculpa, pá, sei que não é normal roubar um cigano…

 

JJ é um cómico

14 Março, 2014 0

Jorge Jesus, consagrado em título de livro como Mestre da Tática, continua a dar espetáculo.

Desta vez em direto e a cores, aquando do último golo do Benfica em Londres, onde espetou 3 batatas ao milionário Tottenham que já foi orientado pelo antigo jogador do Clube Marechal Gomes da Costa.

Depois, na conferência, JJ quis explicar o gesto dizendo que se estava a referir a Luisão. Mas Luisão é o n.º 4, entendido?

Todos percebemos o alcance do gesto, que pode ser traduzido num simples “chupa lá três”.

Nada disto é especialmente insólito em Jorge Jesus e muito menos no show futebolístico, que também vive destas coisas a que podemos chamar palhaçadas.

O que irrita mesmo é o coro de padrecos que já se levantou por aí a criticar a má educação do próximo treinador do Barcelona.

Isto está mesmo entregue à malta das banalidades, do óbvio e do politicamente correto. Vai tudo bater no famoso “saber ganhar é tão importante como saber perder”. Tretas. Como o fair-play. Como todos sabemos, qualquer adepto não se importa nada de ganhar com um penálti mal marcado dois minutos para além da hora. O que custa é perder nessa situação ou então levar três e com dois golos da autoria do Luisão.

Em Londres, o Benfica de JJ mostrou o seu poder. É uma equipa que dá gosto ver jogar e, o que também ajuda, soma e segue.

Quem aqui anda não precisa de me lembrar que também já nadei a favor da corrente e que me declarei fartinho de JJ e das suas coisas.

Emendo a mão.

Este gajo tem muita piada. Anima os nossos dias. Mas fiquei com água na boca pois ainda não foi desta que o vimos a revolucionar por completo a língua de Shakespeare. Por ora ficou-se por um simples e fácil one, two, three…, o que nos dá a entender que JJ já vai pelo menos no nível dois de inglês em cassete pirata.