Bola na Área

Raul Meireles e Ivone (foto LUÍS VIEIRA)

Mário Figueiredo arriscou tudo na última assembleia geral da Liga e perdeu quase tudo.

Já se sabia que o novo modelo que ia apresentar para a 1.ª Liga ia ser chumbado. O presidente da Liga preferiu a fuga para a frente. A Liga contratou uma empresa holandesa, convocou jornalistas e dirigentes para uma work-shop em Lisboa e pensou que estava tudo resolvido. Mas não estava. Era necessário convencer os clubes um a um, porta a porta. O que não foi feito. O resultado está à vista: chumbo grosso em mais uma proposta da direção da Liga, inclusive a proposta para a extinção da Taça Hermínio Loureiro, perdão, Taça da Liga.

A posição de Mário Figueiredo – cujo arrojo até aprecio – está cada vez mais fragilizada. Vai ser difícil completar o seu mandato.

E sim, foi muito mau um dia depois do XITO da assembleia a Liga ter anunciado o impedimento de 16 clubes. Muito mau mesmo.

Não, não é preço promocional do quilo de bife da vazia no Continente.

Não, também não é o indicativo do Burundi.

Não, lamento, podia ser mas não é o novo recorde nacional dos 100 metros.

É apenas quanto vai custar, a partir de julho, a mensalidade da Benfica TV.

Quem quiser ver os jogos do Benfica em casa, a Liga inglesa e umas ligas marginais terá de pagar 9,99 euros.

O Benfica arrisca um passo que pode ser maior que a perna. Mas arrisca.

Nada será como dantes na TV paga e nos direitos televisivos.

O povo podia chamar a isto mijar fora do penico. Prefiro chamar-lhe…um desafio.

Vamos agora ver qual é a real dimensão do Benfica. Aposto dez euros. Perdão, 9,99 euros!

PS – Só uma perguntinha. Dão desconto se virmos aqueles relatos com dois mecos e o tipo da Pizza Hut atrás.?

A assembleia geral da Liga não correu bem para Mário Figueiredo e parece que os clubes que o apoiaram já estão à procura de um sucessor.

Mas pelo menos foi uma maratona embelezada pelas presenças de Patrícia Silva Lopes (representando o Sporting) e de Sílvia Carvalho (presidente da SAD do Leixões).

Fica o registo, pela lente do meu colega MANUEL ARAÚJO.

Miguel Lopes: provavelmente o melhor jogador português a manejar o Facebook.

 Teve poucas oportunidades para mostrar o que vale com a camisola do Benfica. Na parte que me toca, sempre que o vi jogar fiquei convencido das suas qualidades. Rodrigo Mora é um jogador especial mas não tem lugar nas equipas de Jorge Jesus. Os treinadores têm direito às suas opções e por isso é que alguns são pagos como príncipes.

Mais uma vez chega a notícia de que Mora não vai morar na Luz.

Se calhar Jesus até tem razão. Mas, sinceramente, gostava de pelo menos tirar esta teima.

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O defeso está longe do fim – como se sabe só acaba no último dia de agosto – mas as equipas estão quase a voltar aos trabalhos e o Benfica, campeão dos passivos das sociedades futebolísticas, ainda não vendeu ninguém e já gastou 17 milhões de euros em aquisições balcânicas. Mas todos sabemos que terá de faze-lo, pelo menos igualando os 39,5 milhões investidos na época passada, quando realizou 65 milhões de euros em vendas. Não sei como está a tesouraria do Benfica mas presumo que não andará famosa enquanto o FC Porto até ver já realizou 50 milhões de euros na relação compras/vendas, o que é uma performance notável (mais uma). Os campeonatos também se jogam e decidem nestas coisas e mais uma vez dá para perceber que o tricampeão nacional leva avanço. O Sporting, evidentemente, é um caso à parte mas Bruno Carvalho e Augusto Inácio estão a mostrar tato e conhecimento do mercado. Os leões correm por fora mas continuam a correr e isso é o mais importante. Quanto ao Sp. Braga, o que a casa gasta é vender bem e contratar por custo zero e é o que está de novo acontecer. O mais importante será encontrar alguém para o lugar de Hugo Viana mas os sócios dos Guerreiros do Minho podem estar tranquilos pois a equipa está numa fase em que até consegue transferir médicos. Quanto aos outros, é a pobreza franciscana, com o fosso entre as carruagens da frente e as outras a cavar-se. Vamos ver se a “bomba atómica” anunciada por Mário Figueiredo passa na assembleia geral da Liga da próxima 5.ª feira, contribuindo para tornar o nosso campeonato mais atrativo e mais competitivo, mas temo que as habituais forças de bloqueio, apenas entretidas nos jogos relativos a guerras de alecrim e manjerona, apareçam por aí a mudar tudo para que tudo fique na mesma.

Para quem ainda não tinha percebido que André Villas-Boas não é apenas mais um clone de Mourinho, a performance do treinador dos Spurs este sábado no circuito da Boavista – uma ultrapassagem à Quim das Iscas e um toque de carinho nos rails, de forma a garantir um lugar no pódio – foi completamente esclarecedora.

O André pode ter cara de miúdo mas, caramba, é gajo para se safar muito bem a conduzir em Hanói.

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Fecho com chave de ouro no desfile de misses gilistas.

Andreia Mendo em todo o seu esplendor.

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 O povo brasileiro, o tal para quem a vida era samba e futebol, está revoltado com o investimento feito em estádios enquanto faltam hospitais e outros serviços essenciais.

Tanto quanto sei, o Brasil é um regime socialista. O que explica alguma coisa.

Mas não deixa de ser extraordinário ver um povo a libertar-se do seu esteriotipo, mostrando-nos a todos, menos a Blatter e a Pelé, que o futebol é um grande jogo mas não é tudo na vida.

Está visto, por outro lado, que o povo não se revê nas opções dos seus governantes embora não tenha, ainda, alternativas.

Busca-se um novo paradigma.

Mas teme-se que a ordem e o progresso possam de algum modo ser substituídos pelo caos e não há nada menos libertador que este.

Vamos ver se temos Copa 2014 e a seguir Jogos Olímpicos, no tal país achado por nós e na tal cidade maravilhosa.

Os brasileiros, que somos nós também, não estão a gostar da música e sem música também não há samba.

O melhor mesmo é marcar os dois eventos para o Carnaval.