Bola na Área

Tenho na família vários sportinguistas e alguns militantes.

Sei o que estão a sofrer.

Este Sporting mete dó. É um farrapo que navega ao sabor do vento e que todo se preparam para pisar.

Já vimos todos que Godinho Lopes está agarrado ao poder e que só vai sair se for empurrado. Não me parece. Da última vez que o vi, em Palmeira, Braga, no passado sábado, foi aplaudido pelos adeptos do núcleo local e os dez elementos da Juve Leo que ali marcaram presença, para além de dois discretos seguranças, pareciam meninos de coro.

Só um adepto se atreveu a dirigir, e cordialmente, algumas palavras de crítica a Godinho Lopes.

Algumas horas depois, derrota copiosa e merecida no Estádio do Rio Ave. Onde Jesualdo se equipou à treinador mas foi para o camarote. Perto dele, na zona de Imprenresa, mais três elementos fardados à Sporting com os respetivos computadores e câmaradas, filmando o jogo e tratando a estatística ao minuto. Muito bonito mas está visto que a estatística e os programas informáticos, as transições e as entrelinhas e toda essa treta que nos querem agora impingir não ganha jogos.

Na tribuna de Imprensa estava também Augusto Inácio, o homem do futebol de Bruno Carvalho.

Garantem-me que já faltou muito mais para que ambos entrem em Alvalade. Não vai ser fácil. As massas ululantes não parecem demover o candidato dos bancos que neste momento são donos do Sporting. Com as claques controlados e com o sentido conservador daqueles que normalmente frequentam as assembleias leoninas, tudo continuará assim. Ou seja, a apodrecer.

Ah, mas atenção: está a ser marcado um congresso leonino.

Vai ficar tudo finalmente resolvido.

A propósito de mais uma obra magnífica:

http://bragasemanario.wix.com/bragasemanario#!__equeiros3

Cumprida a pausa para as celebrações natalícias, aqui deixo umas breves notas.

Afinal, Raúl Meireles cuspiu mesmo no árbitro. Mesmo assim, os onze jogos de castigo foram uma pena exagerada, tendo em conta a dimensão da “visga”.

No Sporting, Rojo diz que gostava que o FC Porto fosse campeão e Carriço prepara-se para ir para o Benfica. A balda do costume. Quero ver ainda o que vão fazer com Jesualdo no final de janeiro.

Boxing day sempre excitante, a ajudar à ressaca natalícia. É o melhor campeonato do Mundo, sem dúvida.

Contam-me aqui uns amigos que o Canelas veio jogar com o Aldeia Nova (ganhou 2-1) e que foi o fim da macacada com tanta polícia de choque, a quem o Líder mandou cumprimentos. Assim se gasta o dinheiro dos nossos impostos.

Pinto da Costa faz amanhã 75 anos. Como os diamantes são eternos…vão ter de levar com ele pelo menos mais 10 anitos…

Grande iniciativa da FPF ao cobrir os seus funcionários com um seguro de saúde e os seus decisores com um seguro de responsabilidade civil.

Centralização dos direitos televisivos em causa com a união de Joaquim Oliveira com a Zon e a Meo na Sport TV. Há quem me diga que Oliveira pode estar de saída…

Grande sucesso a “Missão Benfica”, contando a saga de Luís Filipe Vieira. Quis comprar para oferecer ao meu pai mas estava esgotado. Mais de dez mil livros vendidos e a subir. Parabéns ao Jaime Cancela de Abreu (um bom amigo) e ao autor. 

Luís Filipe Vieira parece que comparou Pinto da Costa à rainha Isabel. A associação imediata: estava a falar da rainha de Inglaterra. Mas porquê? Na parte que me toca está apenas em causa a nossa rainha santa, Isabel de Aragão. A quem se deve o milagre de transformar pão em rosas. Que outros há. Por exemplo, o de trocar vitórias morais por títulos para gozo do pagode azul e branco. O resultado está em 8 para PC, 2 para LFV. O resultado está desnivelado mas há uma clara retoma na qualidade geral do futebol do Benfica, sobretudo desde a chegada de Jorge Jesus à Luz, onde, ao que tudo indica, só ficará até junho, posto o que voltará a poder tripas à 5.ª feira.

Entretanto, o FC Porto começou a usar a imagem dos seus jogadores como arma de arremesso. Se o objetivo era ter graça na resposta ao Orelhas (estou aqui, filho!), então o Helton é mesmo o tal Elton John que um dia PC confundiu com o guarda-redes quando um jornal deu a notícia da sua contratação… O problema do pensamento é a sua proximidade às glândulas salivares dos cães de fila que durante muitos anos andaram a enganar as redações.

É incrível como aparece a FPF a fazer a defesa de Raúl Meireles! O médio português cospe e insulta um árbitro, leva 11 jogos de castigo aplicados pela Federação turca e a nossa Federação e pede a anulação da condenação.

Aqui fica um meã culpa. Vi o vídeo e não consigo vislumbrar qualquer cuspideira. O castigo parece, por isso, um exagero.

É um dos blogues do momento, o Verde Directo. Autor: Paulo Pereira Cristóvão.

A chamar-nos a atenção para o pormenor da gravata azul de Rui Gomes da Silva, à época ministro do governo de Santana Lopes.

Perante um cartão de boas festas leonino que dispensa comentários – atente-se, porém, na frugalidade da ceia -, o que agora importa saber é se a justiça desportiva tem ponta por onde pegar no processo relativo a Pereira Cristóvão, sobretudo no que diz respeito ao casa Cardinal e à lista dos árbitros.

<p>Para o MP resulta que tudo aponta para que Godinho Lopes tivesse tido conhecimento de tudo. Mas é o que menos importante. Pereira Cristóvão, diretor leonino, foi o mentor de tudo, ele que até terá tentado infiltrar-se no centro de treinos do Benfica através de uma empresa de videovigilância…

Aposto que a justiça desportiva vai cruzar os braços e ficar a ver este processo arrastar-se nos tribunais.

Noutros tempos tínhamos aí uma grande bernarda e o Sporting em risco de ir parar ao inferno da 2.ª Liga…ou pior.

Mas as coisas mudaram e os tecnocratas tomaram o poder de assalto. Justiceiros é algo que já não está a dar. Porque a verdade desportiva, no fundo, é apenas uma batata na travessa da ceia de Natal.

Uma batata apenas, sublinho, que o merceeiro mais não fia.

Na sua última entrevista televisiva, Godinho Lopes comparou Pinto da Costa a Eusébio e a Amália Rodrigues.

Aceita-se que neste momento invoque a nome da nossa maior figura do fado.

Quanto a Eusébio, também é verdade que veio para Portugal com o objetivo de ser jogador do Sporting.

Relativamente a Pinto da Costa, bem, o próprio não se importará mesmo nada de ser colocado no panteão ao lado de Amália e Eusébio, se bem que o mesmo se situe em Lisboa…

Como disse um dia António Oliveira, Lisboa é uma cidade surpreendente pois tem o Cemitério dos Prazeres e o Palácio das Necessidades. Escuso de indicar o lugar certo para o atual presidente do Sporting.

Gosto do Duarte Gomes. Da sua personalidade e da forma como apita. Essencialmente, da maneira como está na vida. Por isso, esta lição de vida dada recentemente pelo árbitro de origem madeirense, contada na sua página no Facebook, não me espantou:

Entrei numa das boas pastelarias na zona de Lisboa. É um daqueles sítios que temos que lutar para resistir à tentação de cair no “pecado da gula”. Mas orgulhoso, resisti. Pedi
um galão e um pão de centeio. Percebi alguma “agitação” dos funcionários, do tipo “está ali aquele gajo que é árbitro”, como se fosse um allien acabadinho de cair na Terra. Mas nada de anormal. Fui servido e, entro os empregados, o discurso passa da habitual gestão acelerada dos pedidos para…a bola. Óbvio.Também aqui, tudo normal. Faz parte. O café estava cheio, os clientes deliciavam-se com um aconchegante lanche mas eles, entusiasmados, continuavam a batalha da clubite, deixando que os decibéis aumentassem vertiginosamente. Era um verdadeiro despique de cores, penaltys e roubos à boa maneira de alguns programas televisivos. Vá…um pouco melhor, talvez.
Percebia-se a necessidade tremenda de se fazerem ouvir. De terem piada, serem engraçados e giros e tal. A disputa e c… onfiança eram tais que até os clientes deixaram de conversar. Eles abafavam tudo. Quando pedi a conta, ouvi a voz tímida do mais atrevidote – é sempre o tipo mais gordinho, alergre e com cara de bom rapazito, que é o animador das festas lá na aldeia – e que lá detrás do balcão, protegido por alguma distância e na sua zona de conforto, murmurou, para delírio da sua rapaziada: “Vai lá despachar o gatuno do apito”. O gatuno do apito. Ouvi. Sorri. Pedi a conta. Levantei-me. Paguei. E deixei gorjeta. Afinal de contas, é Natal. À saída, dirijo-me ao herói do dia e, “olhos nos olhos”, encaro o poeta alegre. Desejei-lhe um Santo e Feliz Natal, junto daqueles mais ama. Com toda a calma, tranquilidade, serenidade e educação. Obviamente. Não respondeu. O suor discreto que acumulou na testa indiciava que a contração do cólon não seria um processo pacífico. O pobre rapaz degladiava-se contra aquela cólica súbita, que o parecia ter apanhado desprevenido. Saí. Voltei a sorrir. E confirmei, mais uma vez, duas coisas: a primeira é que a pequenez de uns é sempre a grandeza de outros. Se não existissem pessoas assim, como é que nós marcaríamos a diferença? A segunda…é que definitivamente não há força maior que o silêncio e um sorriso, nos momentos certos. E pronto…