As 5 conclusões que importa retirar da 24ª jornada da I Liga:
1. O FC Porto tinha a obrigação de ter vencido o Paços de Ferreira.
Uma equipa ambiciosa e motivada não fica à espera de um resultado ou à mercê de uma jogada fortuita. Uma equipa ambiciosa e motivada contrói o seu destino!
O Slb tinha tido mais um espalhanço na sexta-feira, frente à Olhanense, e o Braga só jogava na segunda-feira. Na jornada seguinte estas duas equipas defrontam-se no estádio da luz.
O FC Porto, ganhando ao Paços de Ferreira, aumentava a distância face ao terceiro classificado, mantinha o segundo a uma distância segura e controlada e assistiria a esse jogo, depois de ganhar à Olhanense no Dragão, com a certeza de que veria a sua posição reforçada, fosse qual fosse o resultado.
Ao não ganhar em Paços, o FC Porto perdeu a vantagem psicológica e pontual que daí adviria e viu a liderança fugir-lhe. Valha-nos, ao menos (!), que continuamos a depender apenas de nós próprios para revalidarmos o título de campeão nacional. Ganhando os seis jogos que faltam, o FC Porto é campeão!
2. O FC Porto não ganhou mas podia ter ganho em Paços de Ferreira.
A exibição que o FC Porto apresentou em Paços de Ferreira teve momentos e aspectos positivos: a equipa não entrou com a lentidão habitual, logo na 1ª parte dispôs de ocasiões para marcar (Lucho, Hulk, Janko (este com duas oportunidades, uma das quais embateu no poste) e na segunda parte dispôs de mais meia dúzia de oportunidades para fazer o 0-2 e matar o jogo. O duelo protagonizado por Hulk e Cássio foi intenso. Foi pena que só por uma vez a bola tenha entrado na baliza por ele defendida. Hulk merecia mais… Por outro lado, o FC Porto nunca permitiu grandes veleidades ao Paços, que apenas usufruiu de duas oportunidades na área azul e branca (ao contrario do massacre que tinha acontecido duas semanas antes) e que chegou ao empate no aproveitamento de um erro crasso da defesa portista.
O último dos protagonistas foi, mais uma vez, o senhor do apito. Hulk aparece isolado na área pacense após jogada e passe brilhante de João Moutinho, dá um ligeiro toque na bola tirando Cássio da jogada, este, vendo a bola passar e não podendo fazer mais nada para evitar o golo, abalroa Hulk, derrubando-o e impedindo-o de concretizar a jogada. Pénalti claro! O árbitro, com visão perfeita da jogada, vê o que mais ninguém vê e decide que Hulk simulou uma falta e mostra-lhe o cartão amarelo. Inacreditável. E inaceitável.
3. O empate acaba por se justificar pelos seguintes motivos.
Falta de eficácia no ataque: o FC Porto volta a criar muitas e muitas oportunidades de golo mas apenas concretiza uma.
Com isso, nunca matou o jogo e permitiu que, numa jogada fortuita, o Paços chegasse ao empate.
O golo do empate resultou de um erro defensivo: Melgarejo sobe sozinho na área do FC Porto e cabeceia sem qualquer oposição para o fundo das redes de Helton (existiu uma situação igualzinha na 1ª parte, aí a bola foi parar às mãos de Helton). O FC Porto tem sofrido muitos golos de bolas paradas. É necessário corrijir estas jogadas, sendo que facilita ter o melhor central em campo e no seu lugar (neste jogo estava castigado).
Após sofrer o golo do empate a reacção do FC Porto tinha de ser enérgica, determinada e asfixiante. Não vimos nada disto. Os jogadores não souberam reagir.
Mais uma vez ficou por marcar uma grande penalidade a favor do FC Porto, e só na segunda volta já são CINCO! Não são pénaltis duvidosos: são faltas claras e ocorridas em jogos que os dragões acabaram por não vencer. Por hoje esqueço as que ficaram por marcar em todos os outros jogos desde o início do campeonato e que também tiveram relevância em alguns resultados finais.
No FC Porto não queremos ganhar campeonatos na secretaria, nem com favores, e assumimos as nossas culpas, mas se as faltas existem, elas são para marcar!
4. O Slb empatou e parece uma banda sem maestro. Cada um toca para o seu lado.
Depois de mais uma escorregadela, desta vez em Olhão, cada um resolveu tocar o seu fado:
JJ mergulhou mais uma vez num mar de desculpas, desculpas, desculpas e ainda… mais desculpas! Incapaz de olhar para mais longe do que o seu próprio umbigo, não conseguiu visualizar a exibição paupérrima da sua equipa: sem chama, alma, atitude e sem qualquer nexo que pudesse ligar o futebol da equipa.
Aimar, grande artista!, decidiu que ía tentar enganar toda a gente. Esqueceu-se (ou não sabe) que isso é impossível. Até pode enganar 6 milhões, mas 10 milhões não engana de certeza. A agressão é tão óbvia que até o jornal “A Bola” e os seus especialistas dizem que houve agressão e que a expulsão é justa e plenamente justificada.
Luís Fílipa Vieira também resolveu falar e, na minha opinião, bem! Depois de uma exibição daquele calibre, era necessário ir ao balneário e puxar as orelhas aos meninos mal comportados e ao professor que não anda a dar boas aulas.
Por fim, tivemos o João. O João falou e falou bem! Até eu concordo com ele. Com o conteúdo, não com os termos usados! É óbvio que a classificação do campeonato está adulterada: se os árbitros errassem menos, o FC Porto não tería 57 pontos mas sim 64. Obrigado, João, por vires ajudar à reposição da verdade desportiva.
5. O campeonato tem um novo líder!
O Braga, ao vencer a Académica por 2-1, assumiu a liderança isolada da I Liga.
Na minha opinião, nada mais justo!
Obtendo a 13ª vitória consecutiva, o Braga dispõe da maior arma dos campeões: a regularidade!
Não faz deste campeonato uma montanha russa de resultados.
Ao encarar cada jogo com seriedade, disponibilidade e vontade de vencer, já leva feito meio caminho para a vitória.
São liderados por um treinador sério, competente e nada espalhafatoso. E têm na frente o líder dos melhores marcadores do campeonato. A isto some-se a 2ª melhor defesa e o 2º melhor ataque e temos o primeiro lugar justificado