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DIRIGENTE DESPORTIVO   Fernando Gomes Após um ano e meio na liderança da Liga, surpreendeu pela forma como se tornou consensual e pelo trabalho que desenvolveu. O salto quântico para a presidência ..." /> Bola na Área - Record

Bola na Área

Os melhores de 2011

30 Dezembro, 2011 0

DIRIGENTE DESPORTIVO

 

Fernando Gomes

Após um ano e meio na liderança da Liga, surpreendeu pela forma como se tornou consensual e pelo trabalho que desenvolveu. O salto quântico para a presidência da FPF não foi propriamente uma surpresa. Não saiu da melhor maneira do FC Porto – assunto que continua por esclarecer – mas tem demonstrado que é capaz de gerar sinergias, estando a conseguir resolver alguns tiques que não ajudavam na projeção da sua imagem. Arrisca-se a ser presidente da FPF durante muitos anos.

TREINADOR DE FUTEBOL

Domingos Paciência

Não se dava muito por ele quando abraçou a carreira de treinador na condição de adjunto de Ilídio Vale na equipa B do FC Porto. O trabalho que desenvolveu na Académica (excelente) projetou-o para um Sp. Braga modelado por Jorge Jesus, onde conseguiu num ano disputar o título e no outro atingir a final da Liga Europa. Hoje, tem sido o principal contributo para o regresso do Sporting à primeira linha.

JOGADOR DE FUTEBOL

João Moutinho

Em plena fase madura, a maçã podre do Sporting dá frutos no FC Porto e na seleção nacional. Não percebe como não foi ao Mundial de futebol com Carlos Queiroz – ou melhor, eu até percebo mas por enquanto não posso dizer… – e é cada vez mais o pilar da equipa portista. Quando está bem, e está bem muitas vezes, o FC Porto não falha. Alta rotação garantida e um espírito de luta invulgar.

ÁRBITRO DE FUTEBOL

Jorge Sousa

Não tem a força mediática de Pedro Proença e não teve na última épocas as oportunidades que merecia mas continua a ser o árbitro português mais regular num nível alto. Continua a subir no ranking da UEFA e da FIFA de forma natural e sem padrinhos. É um dos poucos que não precisa do futebol para viver e isso também se reflete no seu trabalho.

EQUIPA DE FUTEBOL

FC Porto

Campeonato, Taça de Portugal e Liga Europa. Nada melhor que um título conquistado pelo Benfica para que os azuis e brancos apelem à transcendência. Villas-Boas construiu uma das melhores equipas de sempre da história do FC Porto e desta vez a equipa não foi imediatamente desmontada, apesar de a saída de Falcão ter causado alguns problemas.

MELHOR GUARDA-REDES

Helton

Vale muitos pontos embora não pareça. No último campeonato, foi o guarda-redes com maior percentagem de defesas (46,2%) nos remates enquadrados com a baliza, superando Artur (39%) e Rui Patrício ((37,9%). Nos momentos menos bons da sua equipa conseguiu também assumir-se como um salvador providencial. Os anos passado mas o brasileiro que começou a brilhar em Portugal em Leiria continua gigantesco.

MELHOR DEFESA

Máxi Pereira

É um lateral box to box fantástico, energético, avassalador e único. O Benfica não o podia deixar sair. Fez bem em manter o defesa na sua equipa e vai continuar a tirar rendimento de um lateral guerreiro, rápido e determinado como muito poucos. E também com uma qualidade técnica acima da média dos defesas laterais.

MELHOR MÉDIO

Hugo Viana

Está no ponto. Um pé esquerdo fabuloso e uma capacidade técnica global que é uma mais valia para qualquer equipa. Mais um produto da academia leonina que está a ser uma das grandes mais valia dos Guerreiros do Minho. É um jogador que quando não a bola no pé dificilmente a perde e que quando a solta surpreende sempre. Um fora-de-série.

MELHOR AVANÇADO

Falcão

Depois de Jardel, o último grande ponta-de-lança estrangeiro que passou pelo futebol português. A sua capacidade para antecipar a trajetória da bola é algo de paranormal, bem assim como o seu jogo de cabeça. Oscar Cardozo também é um grande ponta-de-lança mas, apesar da sua estatura, está muito longe de dominar a técnica do cabeceamento, o que o prejudica muito, tal como aconteceu a Nuno Gomes…

MELHOR MOMENTO

Final da Liga Europa

Depois de ter conseguido colocar três clubes nas meias-finais da Liga Europa, Portugal deu uma demonstração de força da qualidade do seu futebol com a presença de duas equipas na final da antiga Taça UEFA. A final não foi propriamente um jogo brilhante mas isto costuma acontecer nesses momentos. Tudo num ano em que a seleção garantiu mais um apuramento para a fase final do Campeonato da Europa.

ASSESSOR DE IMPRENSA

Germano Almeida

Hesitei entre o meu antigo companheiro in A Bola e Ricardo Lemos – que transitou do Sp. Braga para o Benfica – mas um deles tinha de ser. O “Germaninho” é um dos raros jornalistas que se passaram para o outro lado e que não passou à condição de cão açaimado. Ponderado, inteligente, trabalhador e inovador. A Liga fez uma grande contratação embora se tenha perdido um bom jornalista.

 

PERSONALIDADE DO ANO

Pinto da Costa

Largos dias têm 100 anos e o presidente do FC Porto agora tem 74. Aparentemente afastado das guerras da Liga e da FPF, Jorge Nuno Lima Pinto da Costa continua a dar largas passadas rumo ao futuro, não adormecendo entre os louros do passado. O clube ainda não tem museu mas já todos sabemos qual será a sua principal sala.

 

A propósito do nosso jornalismo desportivo

29 Dezembro, 2011 0

“(…)a memória coletiva das redações dos periódicos desportivos, a qual se manteve e perpetuou, ao longo do século XX, pela transmissão de saberes entre as várias gerações de jornalistas, existindo uma dialéctica permanente, nem sempre positiva, entre uma nova geração, ávida de protagonismo e celebridade social, e uma velha geração, conhecedora do passado do desporto e das cambiantes vivenciais do mundo desportivo. Em termos evolutibos, a primeira geração de jornalistas desportivos, a dos “pioneiros”, construiu a notícia desportiva até finais da década de 1910, seguindo-se a geração dos “mestres” até à década de 1950, sucedendo-se uma geração marcada pela herança desses mesmos “mestres” durante os anos de 1960 e 1970, herança que só desapareceu com a chegada de uma nova geração de jornalistas desportivos na década de 1980, pouco recetiva aos valores do passado e marcada pela assunção do total profissionalismo redatorial no jornalismo desportivo português”.

Francisco Pinheiro, in revista Jornalismo & Jornalistas, n.º48 Out/dez 2010

Como era inevitável, as dissertações académicas acabaram por chegar ao terreno do chamado jornalismo desportivo. Esta foi a última pérola que descobri. Francisco Pinheiro fala de gerações como quem fala de melões e é taxativo quando considera que a geração de 80 positivamente fez tábua rasa dos valores do passado em nome de um profissionalismo que diria feroz. Por outras palavras, uma geração que menosprezou o património que é a memória e que foi arrumando as referências vivas em prateleiras.

Só quem não viveu neste mundo desde 1980 consegue chegar a uma conclusão tão estúpida.

Esquecendo-se que não foram os jornalistas que mudaram mas sim os jornais, os seus públicos e os meios.

A vida acelerou e o jornalismo desportivo também. Em 80, apareceram dois novos jornais desportivos, O JOGO e a GAZETA DOS DESPORTOS, e outros nasceram e morreram mas deixaram marca, como foi o caso do OFF-SIDE.

Os jornais saíam três vezes por semana. Hoje, saem todos os dias…

O mercado alargou-se e deixou de ser exclusivo de 12 ou 13 famílias. As redações animaram-se e A BOLA deixou de passear no mercado. O RECORD começou a fazer cócegas nos anos 80 e nos anos 90 assumiu-se como um concorrente do jornal da Travessa da Queimada. A GAZETA DOS DESPORTOS disputou parte do mercado mas faleceu de morte natural quando Berardo, dono do RECORD, a comprou no início do Verão de 1995, nomeando diretor o hoje secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. Foi neste período que os jornais desportivos fizeram a sua transição para diários e aqui, sim, podemos falar num corte com o passado.

Tudo mudou. As dinâmicas editoriais, sobretudo. Jornalistas trocaram de jornais, o investimento foi forte e a Imprensa desportiva ganhou um fôlego que até aí nunca tinha tido, ultrapassando medos e quebrando preconceitos. Isto é, deixando de estar tão à mercê dos interesses dos grandes clubes de futebol.

A última década do século XX teve dois momentos distintos. Na primeira metade, o crescimento foi consolidado. Na segunda, as vendas começaram a cair e as estratégias tornaram-se errantes. O mercado de transferências como que bloqueou e a colagem na qual os mestres eram de facto mestres aos altos interesses voltou a insinuar-se.

Mas nem assim a qualidade do jornalismo desportivo decresceu. Novas fornadas de jornalistas, muitos deles vindos das faculdades de jornalismo, arejaram as redações, embora ainda hoje lutem por um estatuto profissional comparável ao trabalho de produzem. Aos novos costumo lembrar-lhes que também eu, quando comecei, passei muitos anos a contar os tostões e a ter que optar entre almoço ou jantar, sobretudo quando decidi ir trabalhar para Lisboa por causa daquelas coisas que acontecem muito aos jovens: paixões! Foi o melhor tempo da minha vida profissional! Ai que saudades, ai, ai… Esfomeado mas feliz.

O que tenho visto é isto. As redações dos jornais desportivos não perderam memória, apenas vão perdendo aquelas que pela lei da morte se vão libertando ou aqueles que não conseguem acompanhar as mudanças ou aceitar o facto de não serem eles o agente dessa mudança. Cada vez mais verifico que a qualidade dos chamados estagiários é maior, o que não deixa de ser surpreendente quando reparamos nos licenciados que passaram pela 2.ª edição da Casa dos Segredos…

Concluindo, recuso-me a alinhar na ideia feita e fácil de que antigamente é que era bom, que antigamente é que se escrevia bem, que apenas no passado se tinham boas práticas.

As memórias foram transmitidas, as metodologias valorizadas e o jornalismo desportivo continua a evoluir. Com os mais novos e os menos novos e mesmo perante o desprezo daqueles que consideram que três jornais desportivos num país tão pequeno é um perfeito disparate. Os mesmos, porém, que dizem não ver a Casa dos Segredos mas que quando se descaíem revelam os nomes e as biografias de todos os concorrentes…

Não me falem nunca em gerações. Os bons profissionais não têm idade – têm apenas talento, boas práticas e gosto no que fazem.

Se repararem bem, não foi o jornalismo desportivo que piorou. O seu público é que não melhorou.

Aqui deixo em destaque a opinião de Júlio Moreira, que caiu na caixa de comentários:

Vou escrever em relação ao post e emitir, apenas, a minha opinião. Nada mais que isso.

EQ

Eu ainda venho do tempo em não havia, pura e simplesmente, jornalistas desportivos, sindicalmente reconhecidos.

Era tido como um “jornalismo menor”.

Claro que os tempos são outros e fazer comparações são sempre subjectivas, porque as circunstancias são diferentes.

Nasci em 48 portanto posso falar da decada de 60 e 70, onde A Bola, e muito justamente, era considerada o melhor jornal.

Porque tinha, sobretudo, optimos escritores.

Hoje, posso dizer-lhe, que a qualidade da prosa, para o meu gosto, deixa muito a desejar em termos de Português.

Aurélio Márcio

Outro ponto já aqui exaustivamente denunciado, com vários exemplos, deriva do chamado “jornalismo engagé” que se pratica.

Para mim jornalista, desportivo ou não, não se restringe á simples condição de pessoa que escreve em jornais.

Por isso existe um código na profissão. Porque não é qualquer um que é, ou devia ser, jornalista.

E esse código tem que ver com a formação humana do jornalista.

Com o ter-se principios e honestidade intelectual.

E isso, infelizmente, ou não existe ou tem poucos seguidores.

Uma coisa é não haver isenção absoluta, porque ninguém é perfeito, outra coisa é o não se fazer tudo para que a isenção seja a máxima possivel.

E estamos longe, muito longe, disso.

E não colhe o argumento que os jornalistas têm familia para sustentar, logo não podem ser isentos e independentes.

Trabalhei, entre 72, e até ao seu encerramento, no jornal República, ainda que na area administrataiva, e via, diáriamente, os meus colegas da redacção, brilhantemente chefiada pelo enorme Vitor Direito, desafiarem a censura, o mesmo é que dizer, a propria PIDE. E alguns iam de cana. E tinham familia.

Por ter tido a honra de trabalhar no mesmo  local que essas pessoas, é que digo que poucos, muito poucos, daqueles que diariamente leio na Bola ou no Record considero como jornalistas.

Esta profissão apenas devia ser exercida, seja na área desportiva ou noutra qualquer, por pessoas que  tivessem o objectivo de serem respeitados, quer pelos seus patrões, quer pelos seus leitores, por via das opiniões por si  emitidas.

É a minha opinião pura e simples e não quero com ela ofender seja quem fôr.

Figueiredo põe em causa império de Oliveira

28 Dezembro, 2011 0

Confesso que não esperava que tão cedo isto acontecesse.

Mas vi com os meus olhos e ouvi com os meus ouvidos.

Mário Figueiredo, advogado especialista em direito desportivo, apresentou hoje na sede da Liga a sua candidatura à presidência deste organismo.

Entre as medidas que propôs, uma foi estruturante: uma mudança de paradigma na negociação dos direitos televisivos.

Figueiredo, que é genro de Carlos Pereira, presidente do Marítimo, nega ser um Robin dos Bosques que pretende tirar aos ricos para dar aos pobres. Apenas pretende que a diferença entre os ricos e os pobres não seja o que que é hoje.

O que Figueiredo disse, em traços muitos gerais, é que a lógica de cartel e monopolista não ajuda nada o nosso campeonato. Nunca referiu o nome de Joaquim Oliveira mas era dele de quem estava a falar, sobretudo quando recordou que em 2009 os clubes encaixaram 60 milhões em direitos televisivos e que a empresa que os gere teve um retorno de 90 milhões. “Agora façam as contas…”, afirmou.

Não acredito em fadas e em duendes e provavelmente Mário Figueiredo será apenas o concorrente de António Laranjo na corrida pela presidência da Liga. Este último já tem a bênção de Benfica e Sporting. O FC Porto, como sempre, não se pronuncia, mas já todos sabemos o que vai fazer.

Figueiredo aposta no apoio dos clubes da II Liga, que vão votar em bloco. Se conseguir este apoio, terá 16 votos. Mas haverá ainda 32 em disputa pois os clubes da I Liga têm direito a mais um voto e é aí que tudo se decide. E aí, todos sabemos, os ricos dominam não apenas graças à riqueza que produzem e detêm mas também muito devido aos acordos que conseguem com quem vem atrás, sobretudo num momento em que é necessário reajustar plantéis…

Em média, um clube do fundo da tabela classificativa recebe 1,5 milhões de euros de direitos televisivos. Esta é sempre a grande receita da época e muitos são os clubes que colapsam quando a deixam de ter. Como seria, porém, se tivessem a possibilidade de contar com o que contou na última época o modesto Arles Avignon na Liga francesa: 13, 7 milhões. É certo que esta Liga, que negoceia os direitos em pacote, vale 517 milhões de euros…mas não deixa de ser uma quimera brilhante. Dobras a parada para os nossos clubes que sobrevivem com balões de oxigénio já seria um grande…retorno.

Mas, acredito, ainda estamos longe deste caminho. Pelo menos, a Mário Figueiredo já ninguém tira o feito de ter levantado a lebre. Ou o Coelho, digo eu.

Mourinho contra os zombies

27 Dezembro, 2011 0

Num universo futebolístico pejado de aduladores do Barça de Guardiola – esquecidos de outros fabulosos Barças não tão antigos quanto isso… -, José Mourinho continua a ser A NOTÍCIA. Agora porque confessou o desejo de voltar ao “association”. Parece que o que disse foi um completo disparate.

Não foi.

Em Inglaterra joga-se o melhor campeonato do mundo de futebol e quase todos os dias, não precisamos de esperar quatro anos por um evento.

Não sei se o Special, nas palavras que disse a uma rádio inglesa, estava a mandar uma mensagem. A mim simplesmente pareceu-me que estava a dizer o que lhe ia na alma.

Aquele que se intitula “o melhor treinador do Mundo” continua a ser tratado pelos portugueses como uma espécie de lixo tóxico.

Uns criticam-no porque Mourinho se calhar nunca lhes passou cartão, outros porque é bem, outros ainda porque Mourinho garante audiências.

No bem e no mal, Mourinho é sempre superlativo.

Não acredito que Mourinho esteja de saída do Real Madrid. Aliás, acho que este ano o Real vai ser campeão de Espanha e vai vencer a Champions. Até lá, os apaniguados do costume vão continua a bater no treinador que quando era adjunto no Barça não passava de um tradutor e que não foi treinar o Sporting porque a Juve Leo não quis. O mesmo que quando passou pelo FC Porto foi disputar a final da Champions sob ameaça de morte sem que alguém do seu círculo ousasse sequer fazer alguma protecção.

Mas o Zé gosta é destes filmes em que é o protagonista e declaramente o mau da fita.

O Mundo está cheio de bonzinhos e de santinhos.

Um diabo à solta é sempre muito mais divertido. Sobretudo quando no fim se fazem as contas e lá se tem de arranjar mais um cantinho para um super troféu. O demónio está sempre nos detalhes…

 

Laranjada na Liga: doçura ou travessura?

26 Dezembro, 2011 0

Ao que tudo indica, António Laranjo, um dos homens-fortes do Euro 2004, vai ser o próximo presidente da Liga. Pelo menos é que o que está decidido pela “central” que tem controlado o poder futeboleiro nos últimos tempos, dizem as más línguas. Ao mesmo tempo que garantem a BnA que mais uma vez estamos perante um típico fogo de barrage, na tentativa de estigmatizar este candidato. Repetindo-se o filme das eleições para a FPF, quando todos pensavam que o poder laranja (não confundir com orangina) estava do lado de Gomes e afinal havia Marta escondido com rabo de fora…

O antigo responsável pelas estradas de Portugal tem o caminho aberto e âs bênçãos necessárias? Não sei, nem me interessa.

Porém, BnA também sabe que vai ter concorrência.

Mário Figueiredo, advogado, genro de Carlos Pereira, já começou a sua campanha e vai em frente.

É uma candidatura que parte de trás para a frente, se é que alguma vez vai chegar lá à frente (ficamos a saber que Figueiredo tem o apoio do Gil Vicente, o que não é muito animador – se ainda fosse o apoio do Belenenses…)

A “laranjada” está mais uma vez sumarenta e vai ser difícil competir à flor das Relvas, argumenta-se ainda. O futebol é, de facto, um sector vital. Ali se jogam muitos interesses e ali se angariam importantes suportes. É muito inteligente perceber isto.

Vamos ver é se os dinossauros do poder futebolístico continuam placidamente a assistir a este desfile. Ou se é desta que resolvem tomar uma atitude tipo “alto lá, isto já não está a ser laranjadada a mais?”

Um antigo presidente com quem costumo falar certamente já teria dado um murro na mesa. Pois esse ainda se recorda bem do problema que foi, contra os políticos, pôr a Liga de Clubes de pé e depois emancipá-la da velha e viciosa FPF.

Corro de novo o risco de ser colocado ao lado dos velhos do Restelo mas assumo o risco. Não sou nem nunca serei politicamente correcto e, ao contrário do que muitos podem pensar, não me vendo por dois pratos de lentilhas. Olho, observo e comento. Erro muitas vezes. Mas acho que às vezes sou capaz de pôr alguns iluminados a pensar. No fundo, cresci com o PREC, cresci num ambiente de grande efusão democrática e não gosto nem um bocadinho de vencedores antecipados. Não costuma dar bom resultado.

Laranjo ou Figueiredo? Ambos os protagonistas têm boas credenciais.

Mas normalmente quem parte primeiro chega sempre na frente.

É o que mais uma vez vai acontecer mesmo com uma certa azia sportinguista (normal).

É isso, feliz Natal!

23 Dezembro, 2011 0

BnA vai fazer uma pausa para o tradicional bacalhau com molho fervido.

Aos seus leitores, aqui ficam os votos de boas festas materializado pela equipa que faz o secretariado.

Entretanto, podem ler aqui a minha última linha direta.

 

Pinto da Costa tem o boletim de vacinas em dia

21 Dezembro, 2011 0

Segundo o doutor Barroso, sempre que Pinto da Costa fala os árbitros constipam-se.

Há que reconhecer o peso institucional de um homem que se eternizou na presidência do FC Porto mas que não dispensa o apoio de um grupo que apoia as suas recandidaturas. Já ninguém dispensa este momento vernacular.

Ao longo do seu percurso, recorde-se, Pinto da Costa apenas teve um adversário. Curiosamente, também um médico: Martins Soares. Sobre o qual teve vitórias copiosas.

Na sua auto-biografia, se bem se lembram também, não foi por acaso que se escreveu que longos dias têm cem anos.

A poucos dias de completar 74 anos, no dia dos Santos Inocentes, um dia santo muito apropriado, o presidente do FC Porto mantém a fibra e a garra que são características que o tornaram tão forte e poderoso.

Quem convive mais de perto com ele facilmente percebe que sobre estes argumentos prevalece o que muitos chamam carisma.

Pinto da Costa é, como um dia disse António Oliveira, um adiantado mental. Um homem sem tempo, sem época, sem séculos, sem dias…

Luís Filipe Vieira, por exemplo, já percebeu que nada ganha num combate cara a cara. Também ele conhece bem A Fera. Aliás, aprendeu muito com ela, no tempo em que era presidente do Alverca. Entre os últimos presidentes do Benfica, sei que é porventura aquele que Pinto da Costa mais teme…depois de Vale e Azevedo.

O presidente dos azuis e brancos só tremeu realmente quando rebentou o Apito Dourada e isto antes de perceber o que é que tinha sido apanhado nas escutas. O resto do trabalho acabou por ser feito graciosamente pela trapalhona Carolina Salgado, sob o patrocínio sabe-se lá de quem…

Não estou a dizer com tudo isto que Pinto da Costa é um santo. Muito menos inocente. O antigo seccionista do boxe do FC Porto sabe que um combate não se ganha apenas com força bruta e técnica. Há outros factores e certamente que nenhum deles passa por essa abstração criada pelo Rui Santos e que hoje qualquer pateta chama sua e que dá pelo nome de verdade desportiva.

A verdade, já o devíamos saber, é sempre muito relativa. Sobretudo quando encarada de forma desportiva.

Veja-se o que está a acontecer na Coreia do Norte, de onde nos chegam imagens de uma multidão em lágrimas. Estamos a falar do Kim e não do Jorge. Este último ainda não tem estátuas nem mausoléu mas é igualmente idolatrado, tirando aquele momento em que teve de sair do estádio meio escondido no carro de um presidente. Mas o que hoje é verdade ontem era mentira, não é?

É. E o que hoje é verdade é que Pinto da Costa goza sempre é confrontado por peões de brega dos seus inimigos. Não vou dizer que goza que nem um preto porque ainda levo com outro processo da comissão deontológica do sindicato ou, pior ainda, sou tornado sócio honorário da FPF, perdão, do KKK.

O médico Barroso enganou-se. Os árbitros não se constipam sempre que JNPC fala de arbitragem. Os árbitros são homens como os outros e sentem as pressões mas o problema não são eles. O problema é que costuma acontecer lá para Maio. Quando por norma o FC Porto festeja os títulos que realmente interessam, sobrevivendo ao Inverno do eterno descontentamento dos seus adversários.

O Grande Líder portista tem o boletim de vacinas em dias.

Não precisa é da vacina da raiva porque pode bem com a doença dos outros.

Entre os vários comentários produzidos a propósito desta posta, aqui deixo o de António Barnabé:

Sou benfiquista e concordo a 100% com o crónica do sr. EQ

Pinto da Costa é sem dúvida um “adiantado” mental. Foi o primeiro grande dirigente português que constatou que, antes de mais, os jogos começam-se a ganhar fora das 4 linhas, e moveu esforços para usar isso em beneficio do seu clube.

Soube colocar as pessoas correctas nos pontos nevrálgicos dos corredores do poder do futebol português, soube pressionar as pessoas correctas e fazer amizades com quem lhe interessava. É um diplomata. E digo isto sem um pingo de ironia.

A juntar à sua visão, PdC soube ainda aproveitar a conjuntura que o rodeava. Um SCP em queda e um SLB burguês que pensava que ainda dominava o futebol indígena, mas afinal, descobriu a duras penas, tinha pés de barro. Soube fazer alianças com um e outro lado da barricada, jogando rival contra rival, sempre protegendo o seu clube e debilitando ora um, ora outro dos seus rivais… E ainda por cima, ao contrário de muitos, percebe de futebol!

O SCP caiu no buraco (do qual saiu brevemente no inicio do século para cair noutro buraco a seguir) e o SLB teve uns “atrasados” mentais na presidência que custaram mais de 10 anos de desenvolvimento ao clube. Se fosse uma corrida de F1, enquanto o FCP fazia voltas, o SCP tinha espatifado o carro e o SLB tinha ficado 10 minutos na box a escolher os pneus…

A única parte menos positiva, talvez tenha sido um “puxar para trás” tipíco dos portistas. Enquanto o clube se queria afirmar como potência europeia, a mentalidade tacanha de muitos (adeptos principalmente) continuava a prendê-los a uma luta bacoca com o SLB… que a dada altura estava com um pé na cova. Fossem mais ambiciosos e esquececem os complexos que tinham de anos de subjugação aos poderosos de Lisboa, e hoje o FCP teria outra projecção mundial (vejam o que ganharam na CL em comparação com outros clubes, por exemplo). Foi pena… Arrisco a dizer que um PdC no Benfica teria posto, hoje em dia, o SLB a lutar financeiramente, com clubes como o Liverpool, Atlético de Madrid, Juventus ou Lyon… no minimo, e possivelmente teria ganho todos os campeonatos desde há uns 15 anos para cá.

Com isto quero dizer que, apesar de não concordar, aceito que muitos adeptos do FCP, sejam hoje mais pintistas que portistas…

Mandem calar o médico (act.)

20 Dezembro, 2011 0

Estava tudo a correr tão bem no Sporting…

E pronto! O médico começou a falar, no jeito de resposta ao homem que não lhe estendeu a mão no funeral de Pôncio Monteiro.

Alguém sabe, por acaso, quem são os presidentes da assembleia geral de Benfica e do FC Porto?

Não, pois já suspeitava.

Mas o presidente da mesa da AG do Sporting é claramente Eduardo Barroso, o tal que até concorreu na lista que ganhou na primeira volta e que perdeu na segunda.

Investido também na condição de paineleiro – onde no último programa mais uma vez amuou e até foi indelicado com Manuel Serrão… -, o cirurgião Eduardo Barroso é uma figura simpática mas até a simpatia tem limites, sobretudo quando se mistura com a tacanhez.

O Sporting não precisa desta vitimização extrema que é apenas apanágio de outro emblema que desta forma vai camuflando os benefícios e sublinhando os erros que o prejudicam. As cópias dão sempre mau resultado.

Compreendo que nesta altura Barroso cause algum embaraço na estrutura do Sporting. O homem fala de tudo, diz ele que com paixão. Acredito que sim. É no que dá permitir que um dirigente entre em roda livre e se embrulhe em efeitos mediáticos.

O Sporting precisa de aplicar algumas medidas paliativas. No mínimo. Mas só isso. Está visto que o mal não tem cura. Barroso transplantou-se para a praça pública e está a gostar do espetáculo. Vai ser difícil tirá-lo deste circo.

O meu antigo camarada Daniel Reis – que foi sempre uma referência na minha fase de afirmação como jornalista, juntamente com o João Querido Manha – fez o seguinte comentário a este artigo no FB e não resisto a reproduzi-lo. Mestre é mestre. Mais uma vez me curvo perante ele.

 

Está bem, Eugénio. O «homem» como dizes, não lhe estendeu a mão. E o virtuoso é quem? O que estendeu a mão, ou quem o deixou de mão estendida? E, também, quem deve ser mandado calar? O que veio a correr lembrar aos da (nova) federação e da arbitragem quem é que manda nesta trampa, ou quem reagiu a quente e até com simpatias avulsas e perfeitamente dispensáveis, em função do personagem que visava contraditar? E essa de ser «indelicado» com o Manuel Serrão, o que é que tu achas: é defeito, ou é virtude? Por mim, só um tipo aceitar ouvi-lo já é um pecado imperdoável! Beijns, camarada, e porta-te bem, se não o teu pai, essa grande figura entre os meus amigos, ainda te dá um tau-tau no rabo.
 

Olhando a jornada

18 Dezembro, 2011 0

Na despedida do ano, em termos de campeonato, o Benfica foi de novo aquela máquina perante um Rio Ave que tentou jogar no campo todo e que até conseguiu fazer tremer a Luz. Mas só por instantes. Jogar de olhos nos olhos com este Benfica paga-se caro e confesso que não entendi como é que depois do magnifico golo de Atsu Carlos Brito não fechou um bocadinho a porta, tentando enervar o Benfica. Aimar continua em grande forma e enquanto se mantiver assim vai ser difícil para este Benfica.

Quanto ao FC Porto, mais uma vez passou entre os pingos da chuva. A jogar contra dez desde a primeira parte, esteve quase a sofrer um golo mas lá conseguiu confirmar a sua superioridade. Mas a equipa está longe da otimização. O jogo que aí vem com o Sporting será o grande teste para este FC Porto com notórios problemas de estabildade.

Em Guimarães, o Gil conseguiu um precioso ponto. O Vitória não consegue descolar, não aproveita as oportunidades e a insistência em N'Diyae – um jogador que tem de jogar! – continua a provocar estragos sérios. Mas Emílio Macedo pode respirar pois o pau agora está a caminho das costas de Rui Vitória, isto num momento em que até o filho de um vice-presidente assinou a lista de sócios que pretendem destituir a direção numa assembleia geral (será que só eu é que reparei nisto?).

Na Mata Real a crise é cada vez mais profunda. Calisto não conseguiu ainda encontrar a solução e a goleada de hoje frente ao Beira-Mar apenas confirma o pesadelo que vive um clube exemplar na forma como está no campeonato e que esta época corre o risco de ser mais uma vítima da concorrência desleal.

Voltando ao FC Porto-Marítimo, não entendo as críticas dos portistas nem o mea culpa de Duarte Gomes em relação àquele lance com Beluschi que podia ter dada uma grande penalidade. Se há um clube com razões de queixa nesse jogo – em relação ao critério disciplinar do árbitro – é o Marítimo. Penso eu de que.

Em Coimbra, o Sporting esteve à beira do KO mas conseguiu salvar um ponto. O melhor em campo foi o árbitro Rui Costa, que está a fazer uma grande época. Não fica qualquer penálti por marcar para o Sporting, ficaram foi muitas oportunidades para concretizar. E essa é a estória do jogo. O resto são tretas. Tem agora o Sporting uma pressão acrescida pois só um resultado interessa quando receber, já em 2012, o FC Porto. Para o Benfica, com o Sporting a seis pontos, interessa sobretudo que os leões vençam, para colocar os encarnados (que também têm de vencer o próximo jogo) com 3 pontos de vantagem sobre o FC Porto e 6 sobre o Sporting. Nada mau para começar o ano…

O Pai Natal é do Benfica?

16 Dezembro, 2011 0

Como tem o seu telefone sob escuta e também porque é por natureza tradicionalista, o Pai Natal este ano só aceita cartas. Foi isso que fiz:

– Caro amigo barbudo, não te escrevo uma carta desde os meus dez anos, quando te pedi uma pista de automóveis e recebi um carro telecomando a pilhas que nunca funcionou.

Não fiquei ressentido, acredita. Foi um erro que aceitei. O meu vizinho do lado pediu o mesmo e recebeu um chorão.

Como deves calcular (espero que pelo menos e não com a ajuda de qualquer máquina), estou consciente da crise internacional e das medidas impostas pela troika ao país com fronteiras mais antigas na Europa.

Não te vou, por isso, pedir muito, até porque consta que também és do Benfica.

Apenas quero que dês ao futebol português um pouco de clarividência e aos seus dirigentes outro tanto de sensatez.

Por aqui ainda ninguém percebeu que não só estamos no buraco mas que o buraco somos nós.

Os clubes de futebol portugueses estão falidos mas continuam a gastar.

Os seus administradores têm ordenados milionários, contas no estrangeiro e uma vida de lorde. Os comissionistas, esses, também não se queixam.

Por incrível que pareça, a qualidade do espetáculo não baixou. Continuamos a produzir grandes craques da bola e são muitos aqueles que ainda vão aos estádios, compram jornais desportivos e assinam a Sport TV.

Ou seja, o futebol português já superou a sua grande prova de resistência.

Isto é, sobreviveu entre os escombros. E respira.

Gostava que tivesses isto em conta.

Esta é uma “indústria” que produz sonhos e ilusões. Creio que és especialista nesta matéria.

Por isso, querido Pai Natal, não te peço o segredo da Coca-Cola para o vender à Pepsi ou à nossa Sumol. Apenas te peço que na noite de 24 para 25 de Dezembro, deste ano de graça de 2011 ilumines os anafados que passam o ano a disputar os poderes disponíveis – sobretudo a disciplina e a arbitragem – e que os faças ver que quando Deus criou o Mundo, se é que foi ele que o criou e não um antepassado do Bill Gates, não ameaçou em vão com dilúvios e outros cataclismos. Estava mesmo a falar a sério.

O pior náufrago – dizem-me os meus amigos pescadores – é sempre aquele que não tem medo de outra desgraça. A soberba também é asfixiante.

Quanto ao resto, nada mais te peço para mim. Só quero ficar em paz neste cantinho, sem fazer ondas, apaziguado, manso, domesticado, tranquilo e sem problemas no acesso à net.

PS – Mas se porventura for possível, tem em conta aquele engano em 1972 que teve como destinatário um miúdo que morava em Leça da Palmeira.

Mais um blogue que recomendo:

http://caixadecostura.blogspot.com/